Capítulo 6

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— Não, Bailey! Chega, cansei! — Krystian disse em voz alta. Noah tinha acabado de sair de seu quarto e estava indo para o térreo quando escutou os dois brigando no corredor. — Se resolva com você mesmo, estou farto disso! — Bailey o segurou pelo braço fazendo Krys olhar em seus olhos.

— Krystian, eu vou falar com eles — disse. — Não desista agora... por favor.

— Você já disse isso milhares de vezes! — Se soltou bruscamente. — Não posso ficar me escondendo, eu não quero isso! Se não vai fazer nada me deixe em paz, não fique querendo me prender a você, não fique me usando! — May soltou um riso amargo e revirou os olhos com impaciência.

— Não estou usando você, caralho! — Replicou em voz alta passando as mãos pelo cabelo em um gesto claro de nervosismo. Krystian estava vermelho e os olhos estavam cheios de lágrimas não derramadas, mas não eram de tristeza, com certeza não, eram de raiva. Não era a primeira vez deles brigando por causa daquilo. Volta e meia eles acabam naquele assunto.

— Você mesmo disse que nunca passaríamos de uma transa!

— Isso foi antes!

— Antes de eu finalmente cair na real? Tem razão! — Os dois se encararam em silêncio, pareciam a ponto de chorar, mas eram orgulhosos demais para deixar uma lágrima sequer cair. Noah pigarreou alto para tirar os dois daquela bolha onde só existiam os dois e nada mais. Bailey ajeitou a postura e o encarou com um sorriso amarelo.

— Não, não estávamos falando de nada importante. — Noah ergueu uma sobrancelha para ele e inclinou a cabeça para o lado cruzando os braços sobre o peito e sorrindo debochado, como se dissesse "É a melhor desculpa que você consegue inventar?"

— Você é inacreditável! — Krystian rosna irritado. Ele vai até Noah e o puxa pelo braço passando por Bailey e descendo as escadas o mais rápido que conseguiam e saindo da casa. Antes que Bailey sequer tivesse tempo de gritar com os seguranças para eles fazerem alguma coisa, eles entraram no carro de Krys e o chinês logo deu a partida.

— Para onde vamos? — Noah perguntou enquanto colocava o cinto de segurança. As mãos de Krystian tremiam sobre o volante e seu rosto estava preocupantemente vermelho.

— Ele é... inacreditável — reclamou soltando um grunhido de frustração. — Mas isso é culpa minha, quem manda ser tão idiota? — Ele parecia querer se bater. — Eu meio que sempre tive uma queda por ele, sabe? O irmão da minha melhor amiga. Que clichê! Mas ele sempre foi bem distante para que eu pudesse alcançá-lo, ainda mais por ele ser mais velho e tudo mais — deu de ombros. — Não sou idiota, sei a vida que eles levam. Mas ele sempre me puxou de algum jeito. Aí, um dia, acabou acontecendo. Já fazem uns cinco anos que isso começou. Eu tinha 18 anos e ele tinha acabado de fazer 21. Foi estranho porque no começo era meio que tudo só por diversão, eu não era apaixonado por ele, só estava flertando. Não achei que fosse levar a nada.

— Eu tive uma ideia, que tal irmos para o meu apartamento? — Noah sugeriu sem saber o que fazer para ajudá-lo. — Deve ter sorvete lá, e bebida. — Quem sabe um pouco de sorvete e vodca não sirvam para levantar o astral de Krystian. Ele procura pela chave no bolso, mas eles saíram com tanta pressão que ele não estava com nada. Sem celular, sem as chaves do apartamento, sem a carteira. Nada. — Merda, estou sem nada.

— Estou sem as chaves do meu apartamento, mas acho que minha carteira tá no porta-luvas. Vamos ficar em um hotel hoje.

— Tudo bem.

Depois de mais alguns minutos dirigindo Krys para em frente a um mercado. Noah entrega a ele a carteira que estava dentro do porta-luvas e ele sai do carro. Noah franze o cenho confuso enquanto o amigo entra no mercado. Krystian devia estar mesmo muito mal, ele detestava ir ao mercado, não importava a ocasião. Depois de alguns minutos, ele sai do supermercado com duas sacolas de plástico cheias. Ele entrou no carro em silêncio e colocou as sacolas no colo de Noah.

Verde, Azul e o FimOnde histórias criam vida. Descubra agora