Capítulo 19

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Ficar dois dias sem água e sem comida não é fácil, seu corpo começa a reagir a essa falta de água e comida e as consequências podem ser bem ruins. Nesses dois dias Josh e Noah se viravam como podiam, considerando que não tinham absolutamente nada. Josh não dormiu durante esse tempo, estava em estado de alerta constante, com medo de que Matthew os atacasse. Eles também não falaram um com o outro. Apenas permaneceram sentados no chão sujo e empoeirado do porão olhando para as paredes beges sem graça que já estavam descascando e caindo aos pedaços.

Josh puxou as mangas do moletom para baixo por causa do frio, parecia que de algum jeito aquele porão estava mais frio do que toda a cidade, e andou de um lado para o outro entediado. Mas claro, isso foi antes de ouvir um barulho no andar de cima. Pareciam com... passos?

— Noah. — Josh chamou. — Tem alguém aqui. — Urrea se levantou do chão e parou ao lado do loiro. Josh sacou a arma e a destravou apontando para a entrada do porão. Alguém começou a forçar a porta para entrar, mas não conseguiu. Segundos depois pararam de forçar a porta, e os passos foram se afastando. Eles pensaram que quem quer que fosse tinha desistido, e estava indo embora, mas estavam enganados. Não demorou muito até que ouviram a porta desabando no chão.

— Josh? Noah? — Beauchamp baixou a arma ao reconhecer a voz. Ele travou a pistola e foi até o homem.

— Nunca pensei que ia ficar tão feliz de te ver, Lamar. — O inglês riu baixo.

— Bom te ver também, Josh. Está péssimo.

— Nem me fala.

Noah suspirou aliviado finalmente sentindo o coração bater no ritmo normal. Ele vai até Lamar e o abraça forte. Fazia tempo desde a última vez que tinha o visto. Lamar retribui o abraço bagunçando o cabelo castanho em um gesto brincalhão.

— Oi baixinho. — Noah nem consegue ligar para o apelido que ele odiava, ele só conseguia ficar feliz por Lamar estar ali.

— Detesto atrapalhar o momento —, Josh resmungou cruzando os braços sobre o peito encarando os dois com uma sobrancelha erguida —, mas podemos sair daqui de uma vez? — Lamar se separou do abraço e olhou de relance para o relógio de pulso.

— Vamos logo, Sina deve estar nos esperando.

Os três saíram da casa e entraram no carro de Lamar. O inglês dirigiu durante vinte minutos até chegar ao destino: um enorme prédio cheio de seguranças. Sina e Heyoon os esperava na porta de entrada. Eles saltaram do carro e foram até as duas. Heyoon abraçou Josh primeiro e em seguida Noah, mas Sina permaneceu afastada.

— Do Canadá para Londres são só algumas horas, por que demorou dois dias? — Josh indagou curioso à loira. Sina estava na pose séria de sempre, mas parecia cansada. E realmente estava, Matthew estava tirando o seu sono, e ela já estava bem irritada com isso.

— Achei que estavam em mais uma aventura que não deveriam. Me desculpem. — Ela suspirou cansada olhando rapidamente para o chão envergonhada. — Eu deveria ter mandado alguém antes, mas as coisas se complicaram. Lamar apareceu em boa hora, ele estava rastreando Matthew, e quando percebeu que ele estava indo até vocês ele me ligou, mas como nem eu nem a Hina conseguiu captar nada eu... eu não acreditei. Cometi um erro. Matthew matou os homens que eu mandei cuidarem de vocês. Mas Lamar ficou de olho nele e em vocês mesmo assim, mas Matthew tem ajuda como eu disse. Vocês não se mexeram nem um centímetro por dois dias, e eu pensei que... ah, você sabe — deu de ombros esboçando um leve sorriso. — Fico feliz que estejam vivos apesar de tudo. Vamos acabar logo com isso. Está todo mundo cansado e querendo voltar para casa. E esse cara já encheu a minha paciência.

— Não só a sua. — Lamar murmura. Sina vira as costas e começa a andar, entrando na base. Eles passam pelo hall de entrada e entram no elevador.

Verde, Azul e o FimOnde histórias criam vida. Descubra agora