00 | Prólogo

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boa leitura meus amores


E lá estavam eles novamente, quase imediatamente ao que os números em seu celular indicam às dez horas; passos. Eram fortes, seguidos, rápidos. Em toda parte, pra lá e pra cá. Sendo escutados não importando em qual cômodo entrasse, quase como se o perseguissem.

Uma, duas, três vezes. Indo para a direita, desaparecendo apartamento a dentro e deixando o silêncio prevalecer. Por breves instantes. Novamente, repetindo toda a sequência uma e outra vez.

Terrível. Essa já era a décima vez seguida, o barulho sempre acontecendo na parte noturna, apesar dos sons insistirem em ecoar por sua mente durante o dia inteiro. Principalmente em seu trabalho, onde quase cochilava entre o atendimento de um cliente e outro, a péssima noite de sono influenciando em seu desempenho.

Pelos cálculos do alfa, quem quer que morasse no apartamento acima do seu não tinha um pingo de noção ou empatia. Ou, pelo menos, um trabalho que começasse na parte da manhã, não dando a mínima para o vizinho e o que ele poderia achar.

Se fossem apenas as crianças, relevar não seria um trabalho difícil. Apesar de não ser exatamente agradável, seus seis irmãos mais novos haviam ensinado muito sobre manter a calma com crianças, ser paciente e não esquentar a cabeça facilmente.

Contudo, os passos mais fortes, pesados e audivelmente mais barulhentos mostravam que um adulto fazia parte daquilo, enfurecendo o Tomlinson. Quem quer que fosse, o tirava do sério.

Uma criança correr tão tarde pelo apartamento era aceitável para ele, apesar de ser certa irresponsabilidade por parte dos pais, ele entendia que muitas vezes a energia delas precisava ser gasta de alguma forma. Por diversas vezes passando um pouco dos limites.

Porém, uma pessoa mais velha entendia o que era certo e errado. E, iniciar uma corrida noturna caseira morando em um prédio, onde alguém vive em um apartamento sob o seu, era definitivamente errado.

Mesmo Louis, que não era a pessoa mais rabugenta, se incomodava bastante. Além de trabalhar nos dias seguintes à bagunça, isso ainda era vergonhoso aos fins de semana como este, onde recebia visitas e tinha que explicar o quão barulhento o vizinho de cima era.

A situação era chata, desgastante e já passava dos limites. Então, yeah, foda-se. Talvez ele parecesse um pouco exagerado, mas de hoje não passava. Ele iria ter uma conversa com o tal vizinho − a mesma que estava adiando há dias demais.

Aquilo precisava ter um fim.

“Já volto” informou, dando passos apressados em direção a porta, recebendo um aceno positivo de Liam e um baixo ok vindo de Zayn, ambos mais concentrados na pizza do que em suas palavras.

Eles estavam na casa do Tomlinson, sabiam que Louis voltaria uma hora ou outra, não se importando em ficarem sozinhos durante aquele tempo. Na verdade, até agradecidos, podendo trocar algumas carícias mais quentes enquanto o mais velho estivesse fora.

“Não ousem gozar no meu sofá, eu volto” repetiu ao lembrar-se de uma situação semelhante, calçando suas pantufas e pegando as chaves, apontando um dedo para o casal, franzindo as sobrancelhas.

“A gente entendeu, Sulley¹” o beta moreno responde, zombando das pantufas de personagem do amigo, ganhando um revirar de olhos antes do alfa erguer o dedo do meio e dar as costas, deixando o apartamento.

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