Capítulo 13 - Olhos de Outros Olhos

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Era seu nome.

Essa tatuagem... era a mesma que os Ayakashis tinham; ali ficava o nome da dona. Não era possível que estivesse vendo uma coisa dessas. Era seu nome escrito no braço dele.

Levou a mão à boca; o sangue, o beijo, foi o pacto.

Se arrastou um pouco para trás, ainda no chão, e continuou a olhar a figura à sua frente, incrédula. Era totalmente diferente. Ele se levantou e veio em sua direção.

— Não chegue perto de mim! — exclamou com receio. Na mesma hora, ele parou de andar e se prostrou. Sakura estranhou, não entendendo o que ele estava fazendo.

— Como quiser.

Sua voz não tinha mais aquele tom fraco e rasteiro, como se estivesse fazendo um esforço absurdo para dizer simples palavras. Estava forte, grossa e firme. Piscou os olhos inúmeras vezes. Aquilo era surreal.

— O que aconteceu com você? — perguntou. — Agora pouco você estava ali quase sem conseguir levantar e agora parece que não aconteceu nada com você. E por que meu nome está escrito em seu braço?

Seu olhar mostrou-se confuso. Ela sabia o porquê estava escrito, mas queria ter certeza, certeza de que não estava enlouquecendo.

— Sou seu Ayakashi agora.

Estava ficando maluca, maluquinha da Silva.

Impossível, impossível, isso é impossível! Devia estar ainda sonhando. Não foi fácil engolir, não mesmo. Contou de um até três mentalmente. "Isso é muito normal, não? Ah, ter um Ayakashi do nada, tá, tá legal. Nada mais que um dia normal."

— Sakura-sama?

Foi tirada de seus pensamentos quando Itachi a chamou. Foi estranho o modo como ele disse seu nome. O fitou, ainda estava de joelhos com os punhos voltados para baixo, a olhando fixamente.

— Oi — foi a única coisa que conseguiu falar.

— Algum problema? — perguntou com um semblante preocupado.

— Não, não é que... Isso é muito estranho para mim — disse enquanto tentava levantar. — Não tem como isso ser possível, eu... não invoquei nada no dia, não pode. Como sabe meu nome?

Não se lembrou de nenhum momento em que tivesse dito o nome para eles ou Tobi. Ele olhou para o braço e depois para ela; claro, óbvio demais, estava escrito.

Sentia que iria surtar.

Mas queria saber como. Companheiro de alma só podia ser invocado na cerimônia, não fazia sentido. A não ser...

Era para ele ter saído do portal naquele dia?

Sua linha de pensamento foi embora no momento em que ele se levantou. Chegou perto, pegou sua mão com delicadeza, colocou sua outra mão em cima, fechou as duas e levou até perto dos lábios.

— Serei eternamente grato pelo que fez por mim — ele fechou os olhos e continuou — Prometo ser fiel à senhora. Estar ao seu lado nos momentos bons e ruins, servirei como quiser. Irei protegê-la com a minha vida e serei somente seu, Sakura-sama.

Por fim, ele beijou a mão dela e inclinou a cabeça.

Tá, isso foi estranho.

Muito estranho mesmo. Do tipo... muuuito estranho.

Nunca imaginou que alguém falaria isso para ela; parecia que estava em um casamento e ele estava fazendo seu discurso.

Ficou calada por um momento enquanto fitava seus olhos fechados. Ele disse aquilo com tanta sinceridade; conseguia sentir.

Rainha do HarémOnde histórias criam vida. Descubra agora