Capítulo 16 - Conhecendo

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Ele fitava o teto, que tinha símbolos, desenhos, mantras... mas tudo passava por algo que ele não entendia. Era cilíndrico e longo, o material parecia ser metal ou aço, e ele entrava e saia das paredes, soltando fumaça. Havia várias dessas estruturas espalhadas pelo salão inteiro. O mascarado tinha sumido, deixando-o sozinho ali.

Mais uma vez, sentiu seus músculos, tanto dos braços quanto das pernas, doerem. Aquilo o irritava; seu corpo estava inútil, frágil e despreparado para o que pudesse vir. Odiava mais do que tudo.

Tinham levado-o para uma curandeira, uma velha enrugada que não parecia se importar com quem estava cuidando. Foi o que pensava até perceber que a mulher era cega, o que não a impediu de tratar perfeitamente suas feridas. Ficou mais uma vez enfaixada, dos pés até a metade do rosto, ainda com um olho exposto, coberta por uma camisa qualquer, calça e sandálias ridículas.

Notou algo a mais naquele enorme salão. À sua frente, um trono esculpido perfeitamente em pedra, com detalhes entalhados com graciosidade, mas não deu muita atenção.

Sentia alguém ali a observando e se direcionou para onde vinha. Acima dela, alguém a fitava sobre as estruturas de metal.

— Como sabia que eu estava aqui? Eu escondi minha presença — disse ele, virando o rosto. Apenas seus olhos eram visíveis em meio à escuridão que o envolvia. Então o homem misterioso saltou, pousando perfeitamente à sua frente. — Você é bom.

Ele era baixo, loiro, com os olhos azuis piscando de curiosidade para ele. Seu manto, igual ao que a trouxe até ali, era preto com nuvens vermelhas.

— Você é o da lenda do Uchiha vivo? Que piada — ele riu debochado, analisando-o. — Pensei que ao menos fosse forte.

Mais um inseto.

Ele o fitou ameaçadoramente. Ele recuou um passo, mas sustentou o olhar, não parecia ter tanto medo dele.

Ou pelo menos aparentava isso.

Anos naquele inferno o deixaram enferrujada. Normalmente, a pessoa se ajoelharia automaticamente, pedindo misericórdia por tal ofensa, mas ninguém o temia como antes, e isso o irritava.

Detestou aquele garoto quase que instantaneamente.

— Pare de importunar nosso convidado, Deidara.

Ouviu uma voz masculina. Passos ecoavam pelas paredes metálicas, calmos, sem pressa. A silhueta da pessoa se formou até aparecer por completo em meio à luz fraca.

Um homem.

Ambos se encararam, e apenas com aquela troca de olhares, Madara soube que ele era o líder.

Tinha cabelos laranjas. Achou aquilo pregado em seu rosto estranho, mas não ligava nem um pouco. Ele não emanava nada, nem para se impor, nem para mostrar sua presença. Além disso, não se sentou no trono de pedra; pelo contrário, ficou ao lado dele. Ele não era o líder?

O loiro apenas se afastou em silêncio.

— Espero que tenha sido bem recebido.

Não disse nada. Sua condição já mostrava isso, apesar de ainda não ser das melhores. Olhou mais uma vez em volta, porém só havia eles três ali. Se era um grupo, então... onde estavam os outros integrantes?

— Estávamos esperando por você. — Seu pensamento foi interrompido.

— O que quer? — A mesma pergunta que fez antes ao mascarado; detestava enrolação.

— Quero que se una a nós — pelo visto, ele também. — Quero o mesmo que você, paz.

Madara riu fraco. Quem era ele para dizer o que queria?

Rainha do HarémOnde histórias criam vida. Descubra agora