Mentira "Fajuta"

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Os dois continuaram se encarando.

- Senhor, meu braço está doendo. - Falo para Kaeya.

- Ah, sinto muito. - ele me solta.

Tento o máximo o possível desviar o olhar. Dava para sentir seu olhar em mim, o olhar dele era penetrante. Podia sentir minhas bochechas ficarem vermelhas.

- O que você quer comigo? - Seria bom entrar em um personagem.

Ele encostou seus cotovelos na mesa. Um de seus braços segurava seu rosto, enquanto o outro estava deitado. Ele nem disfarçava em me olhar.

- Seus olhos me lembram alguém. - ele sorri.

- Olhos verdes não são tão difíceis de serem encontrados.

- Entendo. - Ele não parecia nada convencido.

Ele me olhou de cima a baixo.

- Você é homem mesmo?

Era hora de entrar em cena. Tapo minha parte de baixo com as mãos e me afasto dele.

- Que isso cara? Tu quer ver meu bilau? - Minha voz ecoa pela taverna.

Ouço o som de um copo quebrando da direção onde estava o Diluc.

- Calma... Não foi isso que eu quis dizer. - Ele se levanta com a intenção de se explicar.

- Epa, epa. - Faço uma linha imaginaria entre nós. - Você fica desse lado. Enquanto eu e meu bilau, ficamos neste lado.

Ele levanta as mãos em sinal de paz. Ele parece pensar um tempo no que dizer.

- Por acaso, você é parente de uma mulher chamada S/n?

Quando meu nome saiu da boca dele, o olhar dele parecia ter ficado bem mais melancólico. As imagens do pequeno Kaeya passavam em minha cabeça.

- Eu... Na verdade... - Eu queria contar a ele.

Ele olhou para mim, podia ver o brilho dos olhos dele. Eram iguais dos de antigamente.

- Eu sou filho da S/n!

Dessa vez, o som de dois copos se quebrando repercutiu pela taverna.

- Ah... Então ela teve filho. - Ele se senta lentamente. - Quem é o... Esquece.

Ele começa a bagunçar seus cabelos, sua mente parecia meio atordoada. Me sentei ao seu lado.

Diluc vem trazendo nossas bebidas.

- Tudo bem por aqui? - Diluc olha para mim.

Kaeya se levanta bruscamente e vai em direção a saída. Ao passar por Diluc eles trocam olhares sérios. Antes de passar pela porta, Kaeya para e olha em minha direção.

- Mais tarde conversamos. - Ele sorri.

Seu sorriso não dura muito, ele abre a porta e sai.

Diluc ignorando a cena que acabava de acontecer se vira e põe as bebidas sobre a mesa.

- Eu boto na conta dele.

Ele se senta em minha frente.

- Sua mãe... nos ajudou uma vez. - Ele começa a balançar um dos copos, brincando com o gelo. - Ela prometeu que voltaria mais vezes, mas...

Eu não sabia o que responder, resolvi ficar em silêncio.

- Então, vai ficar por quanto tempo? - Ele corta o silêncio.

A Arconte | Genshin ImpactOnde histórias criam vida. Descubra agora