UMA DOCE FUGA

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Desde que Briana conseguia se lembrar, estava acostumada a acordar no meio da noite escutando seu pai se movimentar pela casa e ao redor da mesma

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Desde que Briana conseguia se lembrar, estava acostumada a acordar no meio da noite escutando seu pai se movimentar pela casa e ao redor da mesma. Todos os dias ele seguia essa rotina como se estivesse sempre em alerta, com medo de que algo ou alguém que poderia vir a significar algum perigo se aproximasse demais da casa. Com o tempo ela entendeu que era a preocupação com a sua segurança que o fazia inquieto daquela forma.

Ela nunca se levantava ou abria os olhos, mas só voltava a dormir tranquila quando o sentia se deitando ao seu lado. Quando começou a dormir em seu próprio quarto, sorria ao escutá-lo abrindo sua porta umas duas vezes por noite só para garantir que ela estava bem. Isso a fazia se sentir segura.

Mas era a primeira vez em toda a sua vida que acordava com o barulho do seu pai fazendo sexo. O bater insistente da cama e os sons que Elena faziam não eram nada sutis para se enganar. Aquilo era desconfortável e nojento. Rodou pela cama tentando ignorar por quase meia hora antes que desistisse e saísse, ainda de pijama, para fora de casa.

Preferia ficar sentada à madrugada inteira na calçada do que deitada em sua cama e escutando aquele tipo de coisa. Chutou uma pedrinha que cutucava seu calcanhar descalço e lançou um olhar cheio de raiva para a janela do quarto de seu pai. Se tivesse poderes aquela janela já teria explodido.

Tsc, tsc, tsc...

O som fez Bria mudar sua atenção para à sua frente, e deu de cara com um Damon a observando parecendo piedoso. Um largo sorriso se desenhou em seus lábios automaticamente.

Monie!

— O que é isso? — Questionou o moreno confuso, procurando outra pessoa ao seu redor. Com quem aquela maluquinha estava falando?

— Seu novo apelido. Eu que escolhi. Gostou?

— Não, nem pensar. Para com isso agora ou dessa vez eu te jogo daquela torre.

Ana apenas abanou a mão não acreditando nada em sua ameaça. Depois de tudo que passaram sabia que Damon nunca a machucaria de verdade.

Bocejando ela suspirou se perguntando se seu pai já tinha terminado sua festinha. O Salvatore franziu o cenho em sua direção e depois seguiu para a janela que a loira encarava outrora. Aguçou um pouco sua audição e escutou a movimentação de lençóis e suspiros. Levantou as sobrancelhas negras imaginando o motivo de Briana estar pra fora no frio depois de um sequestro, quando deveria estar dormindo em seu quarto aquecida e segura.

— Elena vai passar a noite, não é? — Balançando a cabeça a loira concordou. — Quer saber, que tal uma pequena viajem?

— Viajem? Eu quero! Quando?

Parecia ter se esquecido de qualquer frustração quando respondeu cheia de energia enquanto saltava para ficar de pé na frente do vampiro. Agarrou seu braço por cima do tecido da jaqueta esquecendo totalmente que havia prometido a si mesma que nunca mais agiria pelas costas de seu pai, uma vez que, sabia que ele seria terminantemente contra isso.

— Agora. Suba e se arrume. — Mandou depois de passar os olhos pelo pijama de moranguinhos da garota. Aquilo era tão a cara dela. — Te dou cinco minutos.

— Cinco minutos é muito pouco.

— Vai ser só por um dia, coelhinha. Vai logo. Antes que Stefan termine sua... performance, e não te deixe sair.

Aquilo realmente tinha grande chance de acontecer. Pensando assim voltou o mais depressa possível para seu quarto tentando não fazer barulho. Sabia que seu pai estava entretido demais para perceber o que estava acontecendo ao redor, mas um grande alvoroço chamaria sua atenção e ela não queria isso. Ela estava indo viajar com o seu vampiro preferido.

Ainda bem que o vampiro não estava por perto ou ele acabaria zombando de sua dancinha da felicidade.

●●○

Estavam no meio do caminho para Atlanta, Geórgia. O moreno não havia dado muitos detalhes sobre o que estavam indo fazer lá, mas ela também não fez questão de insistir. O que importava era que estava com ele.

No meio do caminho tinha se lembrado de seu compromisso com Jeremy, ligou para dar uma desculpa sobre o que aconteceu para que ela não aparecesse e avisar que teve que fazer uma viagem então não poderia ajudá-lo a terminar o trabalho.

O Gilbert não estava encontrando muita dificuldade para fazer o que o professor Saltzman tinha pedido para ele, já que o tema escolhido foi sobre a história de sua própria família, mas queria fazer drama por sua amiga não cumprir o que tinha prometido.

— Eu sei que disse que te ajudaria com o trabalho, mas Damon me chamou para viajar.

— Espera, você prefere viajar com seu irmão à me ajudar?

Irmão. A palavra fez a garota se tremer todinha de agonia. O moreno dirigindo ao seu lado escutava a conversa e riu de sua reação.

Não sabia o que pensar sobre esses sentimentos que Briana dizia ter por ele, então escolheu encarar como uma paixonite boba de adolescente. Logo ela se esqueceria disso e tudo voltaria ao normal.

— Damon não é meu irmão de verdade.

— E? — Rolando os olhos ela bufou frustrada.

— Jer, termine sua pesquisa e depois eu te ajudo a montar a redação. Pode ser?

— Tudo bem.

Talvez ela não estivesse sendo uma boa amiga, se preocupou.

— Não me entenda mal, Jer. Eu amo história e você também. Um pouco mais história do que você, mas isso não vem ao caso. Mas é o Damon.

Então ela desligou sorrindo sem se importar com o que seu amigo iria pensar e sem notar que o Salvatore ao seu lado esbanjava um sorriso ladino de forma esnobe. Ele passou os olhos brevemente pela loira e balançou a cabeça. Ela não tinha jeito.

Já tinha amanhecido e assim que entraram no carro, depois de uma parada para Briana tomar o café da manhã, o celular da garota voltou a tocar. Até pensou em ignorar quando viu papai chamando, mas sabia que deveria acalmar a preocupação do outro.

Olhou pra Damon em busca de uma sugestão mas ele apenas deu de ombros. Suspirando ela atendeu de uma vez.

— Onde você está, Bria? — Direto e reto. Ele não estava de bom humor.

— Com o Damon.

— Aonde?

— Viajando. — Não diria de jeito nenhum. O loiro do outro lado da linha bufou de frustração.

— Você sabe o que eu penso sobre essa aproximação de vocês dois, e mesmo assim saiu pra uma viagem com ele? Sem me avisar.

— Eu sabia que você não aceitaria, pai, por isso não pedi.

— Briana — Ele parecia querer falar mais alguma coisa, mas apenas se interrompeu e suspirou. — Passa para o Damon.

Até pensou por alguns segundos, mas não queria saber de seu pai brigando com ele. Damon tinha a tirado de um momento constrangedor para levá-la para um momento agradável, que estava sendo aquela viagem. Ele não merecia escutar os desaforos de sua pai.

— Ele está dirigindo.

— Então eu sei que ele está me escutando. Damon, traga minha filha de volta. Se você machucá-la... — O Salvatore mais velho rolou os olhos antes de interromper as ameaças rotineiras de seu irmão.

White - D. Salvatore 1 (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora