Lar.

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Hogwarts.

O ínicio de tudo.

O lugar onde todos os bruxos e bruxas iniciam seus passos no mundo mágico.

Após 11 anos convivendo apenas com magias básicas e caseiras, as crianças encaram a realidade fora de seus lares e mudam-se para as (não tão) seguras paredes do castelo.

Com a escolha de sua casa, a definição e molde de acordo com sua personalidade, vem o acolhimento pelos seus semelhantes. E assim se seguem por ligeiros 7 anos, que mudam uma vida toda.

Muitos se encontram pela primeira vez ao pisar nos degraus largos e bem ornamentados da escola, sabem que lá será seu lar logo de cara. Encontram-se em meio às matérias, aos amigos e aos fatos que sempre ficarão gravados em suas lembranças e coração. A vida da maioria muda drasticamente ao primeiro contato com o lugar.

Mas nem todos sentem essa liberdade agasalhadora de início. Não foi assim com alguns.

Não foi assim com Draco Lucius Malfoy.

Draco, como todos, foi selecionado para casa que lhe guiaria a partir primeiro dia de sua jornada no castelo. Sonserina.

Anteriormente criado em um ambiente apenas dele, cercado de regalias e pessoas que satisfaziam suas vontades, o pequeno loiro levou um balde de água fria ao perceber que não poderia manipular tudo. Ele até tentou, mas não foram todos que caíram aos seus pés.

O pequeno não teve exatamente a melhor das relações com seu pai, que sempre o guiou para pensar em poder e arquitetar jogas de influência, o deixando despreparado para lidar com as emoções e o lado humano do mundo. Sua mãe tentou, sempre, ao máximo, dar ao menino as melhores lembranças de infância e uma proteção e cuidado maternal invejáveis. Mas seu gênio geminiano e sonserino, juntamente com as duras críticas de seu pai, lhe deixaram frio.

Frio, mas apenas no olhar e por fora.

Quantas cartas úmidas de lágrimas não foram recebidas por Narcissa.
Quantas vezes as cortinas envolta de sua cama no dormitório da casa das cobras não ouviram seus soluços na calada da noite.
Quantas vezes ele não sentiu seu estômago embolar após fazer algo desprezível com alguém, pois no fundo sabia que não deveria ter feito.
Quantas vezes se sentiu sozinho mesmo estando rodeado de pessoas.

Não era como se o Malfoy não tivesse amigos, não. Pois fora justamente por ele ser o Malfoy da geração que conseguiu algumas relações. Assim que cresceu um pouco e se encaixou no mundo sonserino e em seus domínios dentro de Hogwarts, alcançou as rédeas dos jogos de manipulação e influência. Não era só mais um Malfoy com pompa. Era Draco Malfoy. Fez seu próprio nome, mais do que ele já era feito.

Ele não se encontrou no primeiro andar no monumental castelo. Ele não se sentiu em casa com os amigos de casa. Ele não soube qual seria seu caminho aos 11 anos.

Ele realmente se encontrou, ao olhar pra ela. Ele se sentiu em casa, nos braços dela. Ele soube qual seria seu caminho, no toque da sua boca.

Ela, S/n Amery.

Quando ela chegou a Hogwarts, se sentiu em casa. Se sentiu em casa na Corvinal. Se sentiu em casa com seus amigos. Se sentiu em casa voando numa vassoura atrás de uma bolinha dourada. Se sentiu em casa em cada espacinho daquele lugar. Em cada conversa, cada aula, cada nova descoberta.

Mas isso não significa muito. Isso não significa muito porque S/n consegue se sentir em casa em cada lugar em que lhe sorriam verdadeiramente. Ela consegue ser sua própria casa. Ela se sente bem em cada espaço em que lhe olhem por dentro, em que a valorizem pelo o que ela é. Em cada lugar que esqueçam seu sobrenome. Em cada lugar que ela consegue fazer as pessoas se sentirem especiais e amadas, ela considera um lar.

E definitivamente, Hogwarts teve esse efeito.

No começo, foi difícil, claro; sempre havia algum tipo de alvoroço por sua conta.
Mas ao entrar no castelo junto com seus dois melhores amigos desde sempre, e ser selecionada para a mesma casa que eles, tornou tudo mais fácil. Tendo duas amizades leais e duradouras ao seu lado, não foi difícil encontrar novas e confiáveis no novo espaço.

Não entendia muito bem a rivalidade que havia entre as casas, até entrar para o time de quadribol.
Se tornou capitã surpreendentemente em seu quinto ano. E agora, no fim de seu sétimo, não fazia a menor ideia de como sobreviveria sem comandar um time.

Não só pelo esporte e pelo seu nome, sempre chamou muita atenção. Pela inteligência, extroversão, amabilidade, destreza, sensatez e os olhos brilhantes sedutores.

Os olhos. Os olhos que tanto transmitiam calor e convenciam qualquer um, encontraram um oposto. Um frio, gélido, azul e cortante olhar.
O olhar de Draco.

Durante todos os anos em que estudaram juntos, trocaram poucas palavras; mas muitos olhares.
Todos rodeavam S/n o tempo todo, mas o loiro sempre observava de longe. E ela sempre sentia sua observância e intensidade, não importava a distância que estivesse.

Ele não se aproximava por não queria ser apenas mais um para ela. Ela não se aproximava pois não queria ser apenas mais uma para ele.

Não faziam a menor ideia do porque, mas cada um tinha um lugar separado nos pensamentos e coração um do outro.

Até aquele jogo de quadribol. A fatídica queda fez com que ambos tivessem que assumir o penhasco de emoções que sentiam.

Foi tudo muito rápido, muito intenso, muito verdadeiro; Draco nunca soube o que lhe motivou e encorajou a pedi-la em namoro, mas agradecia muito.

Com os hormônios em chamas e a paixão ardente, veio a confiança. Os fetiches, os velhos hábitos de vida sexual ativa.
Fazia muito bem aos dois verem os outros os fodendo, pois reafirmava aos seus corações que não importava o corpo em que estivessem concentrados, suas almas sempre estariam juntas, apenas para si.

Sabiam que não importava onde o corpo estivesse, seu coração sempre teriam o mesmo lar; o do outro.

Draco finalmente se encontrou, se soltou, conseguiu, do jeito dele, ser seu verdadeiro eu. Em seu próprio lar. Ela.

S/n tinha facilidade para se sentir bem e em um lar, e, ironicamente, talvez tenha sido por isso que houve certo bloqueio em ter uma morada fixa nos sentimentos de alguém.

Mas a necessidade de Draco em tê-la, fez tudo valer a penas. Não havia razão para que ela temesse acoplar-se a ele, quando ele desesperadamente precisava dela.

Eles eram os lugares e sensações favoritas um do outro, de forma natural.

Não tinham absolutamente nenhuma noção de como seriam suas vidas agora, apenas sabiam que estariam juntos, para tudo.

Agradeceriam para sempre a Hogwarts por ser seu lar e faze-los se encontrarem como lar também.

Mas era hora de fazerem seu próprio lar.

Fora dos muros reconfortantes, enfrentando o que fosse.

Juntos, como sempre.

Era hora de Draco Malfoy e S/n Amery começarem sua verdadeira e independente história.

Sozinhos.

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Notas

vem ai...

ciclos se fecham para novos começarem.

um capítulo curto só pra fechar essa fase.

eu volto logo.

com amor e esperança, ana.

Exclusive | Draco Malfoy e S/N Amery. | Smutfic.  Onde histórias criam vida. Descubra agora