0.3 | Schwartz, o manipulador

2.7K 204 154
                                    

''Eu nunca pensei que iria

Mas então você me empurrou para a borda

E agora eu tenho algo para provar

Toda onça de sanidade que eu pensei que tinha deixado em mim

Não é nada, mas uma memória que é tudo desapareceu''.

Manipulate, Attila.

Resolvi finalmente parar de pensar em tudo de errado que a minha vida tinha

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Resolvi finalmente parar de pensar em tudo de errado que a minha vida tinha. Meu foco não seria mais nas falhas, nas mentiras, nos sofrimentos, e na dor. Ele seria o que estaria por vir. No que eu precisava. No meu pulo para longe deles, definitivamente.

O banho quente durou longos sete minutos. Meu cabelo que antes estava emaranhado em nós, agora, está perfeitamente alinhado com a escova preta em que passei. Meus fios lisos caiam sobre meu ombro e eu dei uma longa olhada no espelho. Eu estava com a expressão cansada, pois, era perceptível as olheiras roxas predominantes. Teria que dar um jeito nisso.

Após alguns minutos, o corretivo e o rímel deram um efeito desejado. Decidi usar jeans, um coturno preto e um blazer. Areal Hill estava no inverno e eu não desejava passar frio na faculdade nem ao resto do dia, porque não, eu não fazia a mínima ideia do que estaria por vir.

Desço as escadas e a casa permanece silenciosa. Mais um ponto para mim, assim não teria que repetir pela milésima vez que sim, eu estou bem, e que é só uma faculdade, não o fim do mundo.

A cozinha permanecia da mesma forma de sempre, branca, com móveis escuros na direita e uma mesa de porcelana no centro. Ela permanece silenciosa a não ser pelo borbulho da cafeteira, que está ligada. Ok, minha tentativa de sair sem ser vista foi pro além.

Caminho até a bancada bege, pego uma xícara de porcelana branca e a escuto, como se não esperasse:

— Tentando sair de fininho. — Amy brinca já com o café em sua xícara igual a que eu tenho em mãos. Ela ainda tem os olhos inchados pelo sono e está de pijama. A mesma acordou somente para me ver "saindo de fininho". E eu soltei um enorme suspiro por isso.

— Teria conseguido, se não fosse pela sua intromissão que eu admiro na mesma medida que acho irritante. — Termino de encher a xícara de café, e ela sorri da minha leve ironia.

Amy está sentada bebendo café em grandes goladas. Eu me apoio na mesa, e ela continua a me analisar, parecendo um interrogatório. Mas não me sinto intimidada pelo seu comportamento. O que mais ela queria que eu falasse? Pensei. Talvez me torturar fosse o principal passatempo de Amy Waldorf.

— Não vai falar com a mamãe? — Minha irmã pergunta batendo suas unhas azuis cintilantes na mesa de porcelana. Amy sempre faz isso, e às vezes, é muito irritante. Do tipo, é irritante agora.

OUTSIDE [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora