OUTSIDE [CONCLUÍDO]

35| O porquê de tudo isso

18 ANOS ATRÁS | ANTES DE ACONTECER

Morris e Melinda sabiam de tudo. Eles eram meus amigos mais próximos e vieram assim que souberam onde eu estava.

Depois de ter acordado após a queda do empurrão de Kendall, liguei para Morris, afinal, tínhamos certeza que era o seu irmão que estava lá dentro com eles.

Sim, eu havia escutado muitos barulhos desde que ele entrou no bar fedorento e meio exótico voltado para as coisas místicas.

— Meu irmão está lá. Precisamos entrar. — Morris verbalizou impaciente, os olhos vidrados em mim. Ele sempre se importou com meus filhos, todos eles, mas com Zachary era especial.

— Você tem certeza? Não acha que isso pioraria tudo?

— Melinda, estamos falando de Kendall e o meu irmão. Juntos. Acha que tem algo pior do que eles dois? É a vida dele que está em jogo agora...— A mão áspera e forte tocava a minha barriga naquele instante.

Senti o olhar de Morris sobre mim, ele tentava me reconfortar.

— Nós vamos entrar. — Eu disse, sentindo o peso daquelas palavras sobre tudo.

Nada seria igual depois de hoje, e nenhum de nós seríamos os mesmos.

Aliás, muitas coisas se alterariam a partir desse momento, e então foi aí que veio a nossa escolha.

— Querida, fique aqui fora caso aconteça algo cruel. Não hesite em intervir caso perceba que as coisas ultrapassaram o limite... Renya e eu vamos entrar. — Os lábios deles se tocaram num beijo ardente.

Ela concordou com um aceno, enquanto aos poucos nós nos afastamos de seus fios ruivos.

— Ele pode nunca querer nos perdoar por isso. — Sua voz grossa tocou cada parte do meu corpo enrijecendo cada lugar que perpassou.

Sustentei nosso olhar.

— Como sabe o que eu quero fazer?

Vi um sorrisinho se abrir na lateral de seus lábios vermelhos grossos.

— Eu te conheço, Renya. E eu conheço esse olhar.

— Vai dar o fora, então?

— O que? E deixar você sozinha em tudo isso? — Morris se aproximou — Nunca.

Ele olhou para mim, para o nosso redor e segurou minha mão, o apertar forte nela me trouxe toda a segurança necessária para o que faríamos a seguir.

— Se ele vai odiar alguém por isso, que odeie nós dois.

— Obrigada por nunca ter desistido de nós. — Meus olhos brilhavam, e a cada passo para perto deles me arrepiava mais. Mas enquanto nossas mãos estivessem juntas, era como se de fato fôssemos imbatíveis para o que aconteceria.