0.5 | Maldito Poder

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"Mas não posso ficar longe de você

Não quero deixar você ir

E embora esteja me matando de verdade

Há algumas coisas que eu não posso controlar".

 Can't Stay Away From You, Glória Estefan.

A palestra havia terminado há alguns minutos atrás, e, eu me sentia mais ansiosa que o normal

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A palestra havia terminado há alguns minutos atrás, e, eu me sentia mais ansiosa que o normal. Por mais que uma parte de mim tentasse entender e desvendar todos os mistérios de Zachary Schwartz, sabia que era quase impossível. Ele era o típico cara abominável, mas não podia deixar de negar que em meu interior eu ainda desejava descobrir mais, eu ansiava por saber mais do que ele tanto escondia. Ele tinha algo a esconder, sabia disso toda vez que encarava suas orbes verdes cintilantes e misteriosas. Elas brilhavam em crueldade. Elas indiciavam a escuridão e o paraíso mais infernal de todos, mas não conseguia deixar de querer desvendá-las, não conseguia deixar de pensar no que aconteceria caso eu emergisse em todo aquele caos que era estar por dentro de Zachary Schwartz.

Eu definitivamente estava disposta a desvendar todos os mistérios de Zachary Schwartz. Só não esperava me queimar ou me destruir por isso. Afinal, ele era o diabo em forma de perfeição e desejo, e eu não podia me queimar.

Após as palestras, as aulas passaram numa lentidão tortuosa. Talvez porque parte de mim já sabia o que eu faria a seguir, eu estava esperando encontrar Daniel, na verdade, eu precisava encontrá-lo. Somente ele me ajudaria a resolver o mistério do Schwartz, e isso me irritou mais do que eu gostaria. Eu odiava estar nas mãos de alguém, odiava estar nas mãos do diabo.

Foram longos segundos andando por todo o Campus tentando encontrar Daniel. Por fim, eu desisti. Aquilo tudo era um maldito caminho sem volta e sem o meu final pretensioso, meu final já estava destinado, ele seria queimar no inferno do Schwartz.

Ando pelos corredores indo em direção a coordenadoria. Eu precisava entregar a caderneta, e o Campus já estava quase vazio. Aliás, eu também precisava falar com Mary. Talvez fosse uma falha tentar me livrar da culpa já que não restavam mais dúvidas que teria sido eu, o Schwartz arquitetou tudo minuciosamente. Mas, meus pés se movem com agilidade e, de frente para a porta de mármore, prestes a bater, eu escuto aquela voz. Sabia a de quem era, e mesmo com quilômetros de distância, é impossível não saber de quem é aquela voz. Não sei destacar ao certo o que mais me mantém estática naquele espaço, se foi a sua voz hipnotizante ou o que ele vociferava com uma amargura descomunal.

— Você não sabe a merda que fez. — A voz masculina alterada ecoa. Tentei identificar de onde eu a conhecia, então percebi, era de Morris Schwartz, o reitor. E eles estavam na coordenadoria gritando sem parar.

— Eu já resolvi tudo, Morris. A garota não vai ser um problema. — Zachary alega consequentemente estressado, o que considero seu humor já habitual.

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