0.2| Desejos Sombrios

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''Quando todos os seus sonhos fracassam

E aqueles que aclamamos

São os piores de todos

E o sangue para de correr

Não importa o que fazemos

Ainda somos feitos de ganância

Este é o meu reino''.

Demons | Imagine Dragons

               Demons | Imagine Dragons

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Naquela manhã, Areal Hill estava nos seus tão sonhados dias de inverno. As ruas estavam cinzentas pelo nublado evidente e cobertas de pequenas partículas molhadas. O clima que muitos odeiam, mas que particularmente não vejo muita diferença, não via diferença naquele momento. O clima afeta o seu humor? Para uns sim, e diria que até a mim, mas não hoje. Hoje minha mente estava muito ocupada trabalhando no meu tão sonhado dia:

2 de Maio, eu oficialmente, estava na faculdade. E, ao invés de não pensar, minha cabeça permanecia pensando naquilo tudo em que eu mesma me coloquei. Foi adequado? Foi egoísta? Foi prepotente? Foi altruísta? Eu não sabia responder...Eu só sabia o que eu queria. Dizem que a pior escolha das nossas vidas é quando fazemos e não entendemos o porquê. Mas será mesmo que isso seria verdade? Eu sabia o que eu não queria, isso já era um bom começo, não?

Passando a mão pelos olhos ainda inchados pelo sono lembro da conversa de ontem a noite que tanto lutei para esquecer. Mas os demônios do passado são tão difíceis e obscuros de lutar, que ainda parecem me infligir de uma forma um tanto dura e dolorosa.

E, apesar da minha falha tentativa de tentar não lembrar, não recordar, eu lembrei...Mais uma vez a conversa de ontem a noite ecoava numa lentidão agonizante em minha cabeça.

— Hadley ligou ontem. — Amy, minha irmã mais nova me alertara. Tínhamos criado um hábito sem perceber: quando falávamos deles, nunca nos referimos como "vovó" e "papai". Eram sempre seus nomes, nunca seu grau de parentesco, isso era uma rotina que se tornou corriqueira durante esses anos. — Queriam saber notícias sobre nós. — Num tom baixinho ela termina, acredito que Amy esperava que eu fosse a interromper com o meu habitual mau temperamento, mas não interrompi. E ela ficou surpresa por isso.

O que é pior do que falar sem parar de um assunto quando você não se dá nem ao menos a chance de falar? Eu lutava para não me importar com aquilo tudo. Por quê, a verdade era que a cada notícia deles, os mesmos demônios do passado me empurravam de volta ao abismo. Lutar, parecia ser fácil, se não fosse tão doloroso. Até quando você aguentaria lutar até que todas as suas partes estivessem deterioradas? Até quando você teria forças para lutar se quando tudo o que você faz é se torturar naquela dor sem fim? Sim, eu era covarde. Mas a covardia se tornava algo nobre e altruísta quando eu pensava que sendo covarde eu não me machucaria mais, nem mais ninguém ao meu redor. Eu não me jogaria no mais fundo do abismo. Eu não me entregaria aos meus próprios demônios.

OUTSIDE [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora