09| Personificação do Mal

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''E todas estradas que temos que percorrer são tortuosas
E todas as luzes que nos levam até lá são ofuscantes
Há muitas coisas que eu
Gostaria de dizer a você, mas eu não sei como
Porque talvez
Você será aquela que me salva
E no final de tudo
Você é minha protetora''
Wonderwall, Oasis.


''Eles se viram perdidos naquela esfera pretensiosa criada. Nenhum deles sabia o que verdadeiramente estava acontecendo, nem o que aquele tipo de sentimento ocasionaria no futuro. Naquela altura, eles simplesmente não conseguiam mais ir contra si mesmos, embora tentassem com todo afinco lutar, foi em vão. Naquele momento, existiam coisas maiores e mais tenebrosas do que Zachary Schwartz e seu poder fenomenal, e em breve eles iriam descobrir...''

— Zachary

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— Zachary...— Minha voz soa como um sussurro aflito.

Tudo foi rápido demais. Zachary quase levou uma facada e por uma intervenção divina ou maléfica que ainda não sei dizer, ele não se machucou. Zachary se vira de costas para mim indo em direção ao homem que quase o matou. A rapidez em que seu corpo se move foi extremamente demoníaca e percebi com mais afinco que Zachary poderia ser tudo, menos um humano comum. Em menos de um milésimo ele está a poucos centímetros do homem, repleto de aversão e ódio.

— Uma adaga, ainda é fraca para mim, irmãozinho. — A voz de Zachary é alta e tenebrosa. Ele agora anda com lentidão, e depois num impasse rápido está na frente do homem alto completamente de preto. Os cabelos dele são lisos e ondulados nas pontas, e diferente de Zachary, sua barba e seu cabelo são menores e mais escuros. Mas ele também é bonito, não tanto quanto Zachary, mas ainda sim bem bonito. Seus olhos são de um castanho escuro e elas fervilhavam de ódio. Parece que ele sente raiva do mundo, de todos e principalmente, de Zachary.

O homem olha em minha direção e eu continuo estática, meus nervos estão à flor da pele e eu sinto um ardor que preenche todo meu ser, intensificando o quanto tudo aquilo poderia ser fatal. A adaga — que eu não fazia ideia que realmente existiria — está quase sobre meu peito quando o homem se aproxima com aquela rapidez desconhecida, fecho os olhos esperando a morte chegar, mas escuto Zachary. Eu não faço ideia do que me mantém presa neste espaço. Tinha ciência que ele poderia me matar a qualquer momento, mas não é em mim que eu penso quando a adaga quase perfura meu peito. Tenho consciência que posso sair correndo ou obrigar meus pés a darem passos para longe deles, entretanto, eu não consigo. Algo me prende aqui. Algo me prende neste espaço e eu não poderia sair. Percebi com um afinco desconfortante que era Zachary que me prende aqui, eu não poderia ir correndo o risco de que algo acontecesse com ele. Preciso ficar, mesmo que fosse uma simples presa inútil, eu simplesmente não cogitava a ideia de deixar Zachary sozinho, mesmo que isso custasse a minha vida também. Aquela ideia é atormentadora e estranha. Eu ficaria aqui mesmo que custasse a minha vida somente porque não queria deixar Zachary sozinho e em prol da vida dele? E quando eu comecei a me importar tanto? Não, eu certamente faria aquilo com qualquer pessoa, era apenas uma atitude normal minha, não era nada pessoal com Zachary Schwartz.

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