18| O Vilão

1K 98 12
                                    

Estou tentando
Me dar um motivo
Para deixar você ir

Porque agora, eu não consigo
Estou com dor
E eu me sinto perdida sem você
Nunca pensei em duvidar de você
Oh, quem mais eu posso culpar?
Então salve suas melhores desculpas
Elas não podem me trazer para isso

Talvez o tempo possa
Me afastar
Pain, Nessa Barrett.

"Despertar algo em alguém pode ser desafiador, quase dilacerante. Afinal, quando você não sabe se o que foi despertado é algo bom ou ruim, se torna imprudente aceitá-lo, mesmo que isso seja o melhor a fazer. Porém, não era exato interferir. Como sempre disse, eles tiveram e possuem o poder de escolher."

BELLA WALDORF

O novo e o incerto que tudo com ele era capaz de trazer a tona me torturava arduamente e me inclinava diretamente a não me entregar. Não podia me entregar. Eu tinha cometido um erro imensurável, quase imutável quando deixei os olhos dele se unificarem aos meus e a me direcionarem a aquele tipo de paraíso tão fugaz e incandescente, que corrompia irrevogavelmente a minha alma. Deveria recordar, mesmo que aquela chama ardesse incansavelmente, que o Diabo nunca seria capaz de entrar no paraíso, entretanto, o paraíso em que Zachary me transportava era capaz de me fazer desejar qualquer coisa somente para estar com ele, a voz dele soava em minha mente e me fazia querer me arremessar, em seu caos, em seu tormento, em sua nuvem caótica...Quando ele me olhava, era como se o mundo continuasse ali, mas que ele não aniquilasse tanto quanto antes. Como se eu visse uma esperança vibrante em minha direção, como se respirar finalmente tivesse encontrado algo, um algo a quem existir, como se tudo tivesse sentido. Como se tudo tivesse um caminho, ele.

Como eu desejava seguir aquele caminho. Aquela direção.

Mas aquilo era impossível de acontecer, não poderia haver um ''nós''. Nunca haveria um caminho em que fosse possível ter Zachary Schwartz e Bella Waldorf juntos, sem que causasse uma tempestuosa caoticidade. Era somente isso que acontecia com nós dois juntos. Presumi com os fatos ardentes comprovando. Embora, não deixasse de questionar, como o despertar incandescente que despertamos um no outro era a combustão para a explosão da crueldade? Mesmo que uma parte absurda e inestimável minha soubesse que Zachary Schwartz tinha uma extrema importância e uma significância árdua, ele ainda sim era cruel. Nossos mundos nunca seriam capazes de se tocar, nós dois juntos, em totalização, significaria a aniquilação de pessoas inocentes. Um teria que ceder, um teria que se destruir para ficarmos juntos. Um teria que se arremessar sem cuidados ao inferno do outro. Um teria que negar a si mesmo a aceitar as condições impostas pelo sentimento. Um teria que não dar a voz aos ventos opostos que nos indicam a desistir de tudo. Será que estamos dispostos a tentar? Será que destruir aos poucos a si mesmo era o preço a ser pago para sentirmos aquilo?

Sentir tudo, nesta proporção esmagadora, cruel, inestimável, profunda...Nunca seria possível.

Era sempre um conflito interno que me punia e que não me deixava em paz. A harmonia da minha vida pareceu saltar para fora de mim quando meu olhar se cruzou com aqueles olhos pecaminosos. Desde que Zachary apareceu, não lembro-me de ter tido uma escolha altamente normal sem que meus sentimentos por ele não moldassem tudo o que eu teria que fazer. Escolher, decidir, nunca pareceu tão difícil desde que eu conheci o Diabo.

Eu ardia em desejo de pecar quando se tratava de Zachary Schwartz. Meu corpo parecia estar altamente exposto ao vício à espera de queimar no inferno do Schwartz, no qual ele venerava com ardor.

OUTSIDE [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora