0.4| Não se render

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''E nós estamos lado a lado

Quando sua sombra cruza a minha

É o que basta para que eu ganhe vida

É como me sinto, não dá para negar''.

We found love, Rihanna

Sai da coordenadoria extremamente furiosa

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Sai da coordenadoria extremamente furiosa. Ainda conseguia sentir os arrepios e meus nervos a flor da pele em efeito dele, ainda vivenciava os vestígios em que ele me trazia emergindo em todo o meu corpo.

Suporto meu corpo inteiro a ferver em raiva quando minha mente relembra seu nome em sílabas tortuosas e desgastantes: Zachary Schwartz.

Fiquei arduamente me questionando do porquê. Certamente Zachary deveria ter tido um porque para colocar a culpa toda em mim. Mas, diferente do que pensara nestes longos minutos, eu ainda não o entendia. Ok, eu não era alguém a que todos quisessem ser amigos, mas também não era a pior pessoa do mundo. Não uma pessoa ruim ao ponto de você desejar acabar com a vida acadêmica dela a qual ela tanto lutou, a qual eu mal houvera começado. Mas ele não sabia disso, ele só sabia o que ele queria. E não se importava com nada além de si mesmo. Maldito egocêntrico.

Sinto raiva. Zachary era um verdadeiro e tremendo egoísta manipulador. Ele não me conhecia, não sabia nada sobre mim, e não pensou duas vezes antes de me culpar por algo que nem fiz. Por ódio? Egoísmo? Raiva? Mas como despertara estes sentimentos se ele ao menos me conhecia? Nós não trocamos nenhuma palavra, então por que querer acabar com a minha vida desta forma ridícula e egoísta?

— Olá amor. — Sua voz ecoa mais uma vez em minha mente me causando náuseas. Ele era definitivamente e intensamente um idiota arrogante. E eu não sabia o que fazer. Como falaria com Mary? Sendo que Zachary já havia feito tudo, e não havia pontas soltas, o Schwartz não deixou rastros. Ele a manipulou e fez Daniel seguir piedosamente o que o mesmo mandou.

Eu só teria uma chance e não podia falhar. Só Daniel poderia me ajudar, e eu nunca me odiei tanto por estar nas mãos de outra pessoa, principalmente, se esta pessoa fosse manipulada pelo Schwartz. Se essa pessoa agisse de acordo com o que o Schwartz queria.

Ando apressadamente até o auditório, onde, todos os universitários eram instruídos até então neste dia tão fora do comum: O Dia do Palestrante, mas, pela expressão do resto deles, percebi que não era somente a mim que não agradava mais este dia atípico.

Me sento em uma cadeira acolchoada preta dentre muitas que havia no auditório.

O auditório parecia uma sala de cinema, porém, no lugar da tela, havia um palco onde provavelmente os palestrantes iriam passar horas do nosso tempo falando sem pausa alguma. Pensar nisso já me deixava entediada. Não que eu não goste de palestras, mas do que seria? Seria de como os jovens devem se prevenir das DST? Seria sobre como a gravidez na juventude pode ser algo corriqueiro para alguns e inadmissível para outros? A verdade era que eu estava cansada desse tipo de palestra. Onde, no que era para ser informativo e educativo acaba sendo um lugar de julgamentos e autoritarismo. Eles te impõe uma verdade absoluta onde você não pode contestar. Ao invés do por que você não deveria fazer isso, é substituído por você não pode fazer isso, a sociedade não aceita tais fatos como "normais".

OUTSIDE [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora