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Rodeava o navio à procura de uma entrada, encontrando uma janela aberta. Não seria nada fácil, já que a janela ficava muito no alto e eu estava completamente molhada.
Após umas cinco tentativas, totalmente falhas, volto para a praia tentando pensar em uma maneira melhor de entrar.

  - Você bem que poderia me ajudar né? - digo olhando para o mar. Ao invés de ajuda, eu recebi um jato de água na cara - É isso que eu ganho? - digo irritada, porém baixo - Valeu mesmo em pai.

Saio dali irritada. Meu pai havia devolvido minha cauda e meus poderes. A cauda é mais uma parte temporária, mas ainda sim, poderia nadar de novo.
Já meus poderes, eu fiquei tanto tempo sem eles, que não consegui usá-los. Eu tentei fazer uma pequena escada de água para entrar no navio, pensei em milhares de possibilidades, mas não conseguia fazer nada.

  - Levantar âncora - ouço um homem dizer - Partiremos em um minuto.

  - Pai - olho para o mar indignada - Você que falou para eu voltar e agora não me ajuda - pulo de novo no mar, nadando até perto do barco, dessa vez sinto a água me levantar até a janela - Obrigado - digo, com um leve tom de sarcasmo na voz, recebendo novamente um jato na cara - Para com isso droga.

Olho em volta, estava em um quarto, um muito arrumado para um pirata, o que me deixa surpresa.

  - Qual o nosso destino, capitão? - ouço alguém se aproximar e corro para me esconder. Consigo correr até um canto perto do guarda roupa.

  - Passaremos pelo Estreito de Singapura - conheço essa voz - Precisamos repor nosso estoque - a porta do quarto é aberta e vejo duas pessoas entrar - Depois partiremos para o Golfo Pérsico - sorri ao ouvir sua rota.

  - Avisarei ao Yunho - ouço os passos e logo a porta se fecha.

O quarto ficou um completo silêncio, não sabia onde o tal capitão estava, ou se havia saído, mas não tinha coragem para olhar.

  - Não sabe que é perigoso entrar em lugares que não foi convidado - ouço a pessoa dizer, acabo levando um susto, já que não esperava - Principalmente se esse lugar for o meu navio - Vejo a ponta de sua espada apoiar na parede, muito perto da minha cabeça - Hoje estou de bom humor, então te darei a chance de voltar para a praia vivo - a espada vai se aproximando de meu pescoço a medida que ouço seus passos se aproximar - Então, o que quer? Sair daqui vivo, ou feed the fish? - a pessoa para ao meu lado, mas não tenho coragem para encará-lo - Você? - ele parece um pouco surpreso - Não é porque te ajudei que pode entrar no meu navio.

Olho para ele vendo que era o homem que me ajudou na taverna. Então você é o capitão. Você era aquele garoto. Você que arruinou minha vida.

  - Desculpe se te incomodei em seus aposentos, capitão - em minha voz havia um tom de deboche - Fiquei sabendo que irão para o Golfo Pérsico - ele me encarava sério - Eu preciso ir com vocês.

  - Não - diz pegando meu braço e me arrastando para fora do quarto - Agora dê o fora daqui, ou realmente te jogarei para os peixes.

  - Espera - me livro dele parando no meio do corredor - Por favor, eu juro que não irei atrapalhar em nada - ele me olha - Eu só quero ir para casa - acabo soltando, vendo ele me encarar confuso.

  - Casa? - pergunta - Você é louca?

  - Mais respeito por favor - ele riu - Não sei como meu pai achou que poderia viajar com você, parece uma criança.

Acho que deveria aprender a calar a boca. Eu sempre acabo falando demais, isso eu acabei puxando do meu pai.

  - Sai daqui - volta a me arrastar pelo navio, ao sair no convés vejo alguns marujos nos encarar confusos - É bom eu não te ver mais, ou eu mesmo enfio minha espada através de você - ele me empurra para fora do barco - O que estão olhando? - pergunta para os homens no navio - Voltem ao trabalho, Sea Rat.

Pirate King - Kim Hongjoong (ATEEZ)Onde histórias criam vida. Descubra agora