Quarta - 7:46
Já era 7:46, mas eu não estava tão atrasada. Entretanto, hoje poderia ser diferente. Me arrumei o mais rápido possível e levei meu lanche para escola. Todos estavam lá conversando, enquanto aguardavam a professora.
— Marinette!? — Alya sussurrou ao meu lado, no momento em que copiávamos o dever.
— Oi. — sussurrei.
— Você pode passar suas anotações pro Adrien? Eu sei que ele está aqui. Mas parece que ele não dormiu muito bem na noite passada. — ela aponta para ele discretamente.
— Tá.. mas por que eu? — aumento meu tom.
— Shiu! Vão nos ouvir! Olha, você gosta dele e já está demorando demais. Você vai passar e ponto final.
— Ahh, tá bom. — sorrio nervosa.
11:30
A aula acaba e está na hora de ir para casa, mas antes eu precisava passar minhas anotações pro Adrien. Seu professor de esgrima estava doente. Eu teria tempo suficiente para conversar com ele, se eu conseguisse. Criei coragem e fui.
— Eh, A-Adrien. — me aproximo antes que ele entre no carro.
— Oi, Marinette. — ele sorri (arg esse sorriso)
— Percebi que você não conseguiu prestar muita atenção na aula. Você gostaria que eu passasse minhas anotações ou.. te ajudasse? — perguntei.
— Ah, claro. Quer vir comigo até em casa? Meu pai não recusaria. Não tenho nada tão importante para fazer. E acredito que ele nem iria perceber.
— O QUÊ? D-digo, jura? Sério mesmo? — encaro a Alya que está acenando positivamente com a cabeça. — e-eu.. claro! Por quê não?
Entro no carro e logo em seguida ele também. Eu poderia dizer que aquele era o melhor dia da minha vida. Eu estava indo para a casa do Adrien Agreste. Eu olho para ele, que demonstra um olhar neutro. Passamos o caminho inteiro no silêncio e chegamos em sua grande mansão. Falamos com a Natallie que não parece se importar com a minha presença e vamos pro seu quarto. Eu já havia entrado ali como Ladybug e gostava de estar ali outra vez.
— Seu quarto é enorme, Adrien. — olho ao redor como se não conhecesse nada ali.
— É.. todos dizem isso.. — ele diz e aquilo me soou rude — quero dizer, sim é legal. Desculpa, é só que as pessoas falam isso como se fosse incrível, mas não me sinto bem aqui. Tudo isso não é a minha verdadeira diversão. — ele fica ao me lado olhando para a janela.
— E qual é a sua verdadeira diversão? — perguntei.
Ele olha para mim e volta seu olhar para a janela e parece refletir. Me senti meio mal, pois ele não sabia o que responder ou não tinha o quê responder. Foi aí que eu notei que o Adrien não era totalmente feliz como eu imaginava, ele não era aquele garoto perfeito que todas as garotas imaginavam. Ele era.. infeliz?
— Tudo bem se não quiser responder. Mas estou aqui para qualquer coisa que precisar. — coloquei a mão em seu ombro.
— Marinette, na verdade eu só te chamei aqui para conversar e não para estudar. Eu sabia que podia contar com você, Marinette. Você é uma ótima amiga! Eu só queria contar tudo que eu sinto, pois eu sei que posso confiar em você.
Aquilo me deixou feliz, ele confiava em mim. Só não gostei quando ele disse que eu era uma ótima amiga, eu sei. Isso é bom, mas não era exatamente isso que eu queria que ele dissesse.
— Adrien, sou toda ouvidos. Pode dizer.
— Eu.. quando deito pra dormir, com a escuridão da noite, memórias me trazem lembranças de puro sofrimento. Meu coração partido em pedaços, minha alma morta, e meu corpo enfraquecido. As lagrimas insistem em descer, Me sinto perdido. — ele olha para a cidade de Paris através da janela.
Seus olhos estavam enchendo de lágrimas, ele estava despedaçado. Eu não disse nada apenas coloquei minha mão no seu ombro.
— Francamente não sei como explicar, e também não adiantaria nada se o seu "Para sempre" não for igual ao meu. É como se eu não soubesse o porquê de estar aqui, é como se eu fechasse os olhos e tudo isso não passasse de coisas que não tem sentido de estarem onde estão. Sabe quando a cabeça luta contra tudo a sua volta e seu coração insiste naquela pessoa? Amar aquela pessoa incondicionalmente e ela não te amar de volta? Sabe quando tudo parece real, só que é igual quando se está dormindo, e quando se toca, estava apenas sonhando? Se eu pudesse definir o amor, eu diria que é como você dizer que ama a Itália, sem sequer ter ido até lá, é como se você não soubesse oque é o amor realmente, mas você sabe que ele está ali, você o sente de alguma forma, já a desilusão não se enquadra em nenhum ritual, ela eu definiria como "imprevisivel". É como se você ficasse com sono quando não se pode dormir.. aliás , não sei o porque estou falando isso aqui, sendo que a pergunta que mexe comigo é o porquê de tudo isso? Porque será que tenho que sorrir quando na verdade eu quero chorar? Porque arrumar a bagunça do meu quarto quando na verdade a minha cabeça está? Porque existem as estrelas se quando a nuvem chega elas desaparecem? Será que é para termos a certeza de que ela sempre voltara a brilhar? Mas a questão é... e se não brilhar? Para que falarmos que algo é Para sempre se não temos a certeza? Porque temos que nos preocupar com o final, se o começo não esta nem começando?
Ele não consegue falar mais e começa a chorar ainda mais. Eu entendia tudo que ele estava sentindo, eu passo por tudo que ele passa. Eu conseguia sentir sua dor. Eu só queria que ele estivesse comigo, eu só queria dizer a verdade. Ele se sentou em sua cama ainda chorando, cheguei perto e o abracei. Confortei o mesmo em meus braços. Me doía ver ele assim. Então me segurei para não chorar.
— A-Adrien, vai ficar tudo bem.
— Não, Marinette. A pessoa que eu amei por tempos não me ama na mesma intensidade. — ele desfez o a abraço e olha pra mim.
— Eu amo! — disse com lágrimas nos olhos — eu te amo desde quando você me deu o guarda-chuva. E eu nunca consegui dizer isso pra você porque eu tinha medo de passar por isso que você está passando agora. Mas saiba que eu sempre te amei, você só.. nunca percebeu. — falo.
Ele me olha com os olhos inchados e parece se impressionar. Eu realmente pensei que ele sabia.
— Marinette, eu.. eu não sabia. Mas, eu amo outra garota. É.. Desculpa.
Aquilo partia meu coração em mil pedaços, mas eu não podia fazer nada. Eu não queria ficar ali.
— Tudo bem, Adrien. Eu entendo.. e-eu já vou indo. — pego minha bolsa com lágrimas nos olhos.
— Marinette, fique! Eu preciso de você.. por favor, não vá. — ele segura meu braço.
— Adrien, já está ficando tarde. Me desculpe mas, eu realmente preciso ir. Espero ter te ajudado.
Lágrimas já saiam dos meus olhos e fui embora. Eu não culpava ele. Tudo bem amar outra pessoa, que não seja a mim.
**Desculpa a demora gente, mas tá aqui um capítulo com 1181 palavras KKKK, espero que tenham gostado. bjss

VOCÊ ESTÁ LENDO
Just five more minutes - Miraculous
RomanceComo sempre, Paris sempre salva por Ladybug e Chat Noir. Mas algo que Marinette não aguenta mais é guardar seu maior segredo para si, então conta sua identidade secreta para a sua melhor amiga, Alya. Após um curto tempo, Chat Noir descobre. O quê ac...