Capítulo 3 - Drunk

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Alice e eu estamos saindo há duas semanas. Transamos várias vezes durante esses poucos dias. Ela ainda não conheceu o Leo e não estou reclamando, acho melhor manter os dois afastados por enquanto.

Ser técnico de dois times está exigindo um pouco mais de mim – e olha que os treinos noturnos ainda nem começaram. Mas se eu quero que o meu filho vá para uma boa faculdade, eu preciso me matar. E estou contando que Brooklyn também está fazendo a parte dela.

Os campeonatos começam em poucas semanas e o início de campeonato é sempre complicado, readaptar os garotos a rotina de escola e treinos é algo delicado e é justamente isso que estamos fazendo nessa semana. Os meninos ficam estressados, reclamões e apáticos. Eu já estou acostumado com os meninos do Dragons agindo assim, mas os garotos do Boston Vikings me dão mais trabalho do que eu imaginava.

- Vamos, pessoal eu preciso de energia, vocês estão no meio de uma partida de hóquei e não em um jogo de bocha! – Grito do lado de fora do rinque tentando incentivá-los de alguma maneira.

Eles parecem zumbis correndo atrás de um disco. Os reflexos estão lentos demais, logo os passes saem errado. Começo a pensar que um amistoso entre os dois times em que sou treinador não é uma boa ideia. Os Dragons comeriam os fígados destes garotos e só abalaria a confiança deles.

- Eles não estão bem. – Diz Simon aparecendo ao meu lado. Não estão bem? Eles estão péssimos.

- Pois é. Eles precisam relaxar. – E então tenho uma ideia. – Você pode continuar apitando?

- Claro. – Passo o meu apito para ele e saio do rinque.

Em um dos corredores para o vestiário ligo para a minha mãe. Ela atende no quarto toque.

- Oi, filho, aconteceu alguma coisa? – Ela pergunta preocupada estranhando a minha ligação.

- Mãe, você poderia cuidar do Leo no sábado à noite?

- Claro, meu filho, estamos sentindo falta daquele pestinha conosco. Seu pai não para de falar nele.

- Ótimo. Acho que vou levar os garotos do time para um boliche ou algo do tipo, eles estão precisando se distrair.

- Tudo bem, meu filho. Não esquece que o aniversário do River está chegando.

- Não vou esquecer, mãe. – Ser o mais velho me impede de esquecer o aniversário de todos os meus irmãos. – Está pensando em fazer algo diferente esse ano? Ele não gosta de festas.

- Vamos pensar em algo, talvez o Raúl nos ajude com alguma coisa.

Começo ouvir gritos vindos do rinque e o apito de Simon soa de forma estridente. Meu primeiro pensamento é que finalmente os garotos acordaram, mas depois lembro que eu não posso tolerar brigas e preciso correr para resolver mais esse perrengue.

- Mãe, eu preciso desligar. Até logo.

Não espero por sua resposta. Encerro a ligação e corro de volta para o gelo. A cena que eu encontro é de uma confusão tremenda. Alguns garotos seguram Dunbar, o principal atacante e outros tentam conter McGael o enorme goleiro, mas os três garotos que tentam segurá-lo são insuficientes. E no meio disso tudo está Simon tentando conter os garotos. Preciso lembrar que tenho mais dois treinadores reservas que não faço ideia de onde estão.

- Ei, ei, ei o que está acontecendo aqui? – Grito sem nem mesmo entrar no gelo.

- Dunbar está falando merda dos meus pais. – Grita McGael.

Good Daddy |Lovegoode livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora