Capítulo 2 - The Blind Date

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Na última semana de férias o nosso time se reúne para a pré-temporada. Doze adolescentes cheios de hormônios e que provavelmente passaram as férias em acampamentos de hóquei com outros adolescentes que eles só veem uma vez por ano. Então agora eles estão de volta com os seus companheiros de time ao qual estão acostumados a treinar.

Esse ano tenho um desafio, recebi uma proposta de um outro time juvenil, vou me desdobrar durante a semana para dar conta de dois times. Mas isso não é problema, no Dragons eu conto com dois treinadores assistentes que, na verdade, são dois grandes amigos John e Egon, e são eles que estão ao meu lado quando consigo fazer com que todos os meninos olhem para mim.

- Bom, garotos, é muito bom estar com vocês de novo, esse ano eu não vou acompanhar todos os seus treinos, mas os treinadores John e Egon vão acompanhar vocês quando eu não puder e me passarão todo o relatório. – Eles me escutam atentamente. Este ano não temos nenhum novato, são as mesmas caras da temporada passada. Teremos um time mais entrosado do que nunca. – Trabalharemos, à princípio, para repetir a nossa performance na temporada anterior. - Continuo o meu discurso.

Na temporada passada nós caímos nas oitavas de final do campeonato nacional, foi um desempenho melhor do que o esperado. Começamos a temporada pessimamente. Egon havia acabado de se juntar a nós e tínhamos dois novatos. Faltava entrosamento, confiança entre os jogadores, principalmente aos novatos.

- Se conseguirmos chegar as oitavas novamente, só pararemos na final.

Os garotos batem palmas, gritam palavras de incentivo e dão socos uns nos outros e falam alguns palavrões. Egon e John também soltam alguns palavrões para incentivar os garotos – eles adoram.

- A maioria de vocês, em um ou dois anos, será estrela de seus respectivos times universitários, com grandes chances de serem draftados para a HNL. Eu quero ver vocês na televisão e poder dizer a todo mundo que treinei vocês. – Os garotos fazem mais barulho. – Treinadores, querem dizer alguma coisa?

- Seattle vai se arrepender de ter mexido conosco no ano passado. – Grita Egon. – Vamos quebrar aqueles filhos da puta.

Egon apareceu na metade da temporada passada, substituindo o treinador de defesa, Roger, que pediu demissão pois recebeu uma proposta de um time canadense. Egon é muito jovem, e se deu muito bem com os garotos, principalmente com os dois goleiros do time. John, mais experiente, assim como eu, é menos enérgico e mais cauteloso, devido aos seus anos de experiência.

- Seattle fica para depois, precisamos focar primeiro no regional e depois no nacional. – Diz John. – Mas quando eles vierem para cima de nós, pode ter certeza de que não será como na temporada passada.

- Eu acho que já dissemos tudo. Ponham os seus patins, peguem os seus tacos e vamos para o gelo.

Deixo os garotos se arrumarem e começarem uma bagunça e nós treinadores vamos para o rinque.

O rinque. Como eu me sinto em casa aqui. Desde os cinco anos eu estou em um time de hóquei no gelo. Eu não lembro como aprendi a patinar, não lembro a primeira vez que eu peguei num taco, mas lembro do meu primeiro jogo, lembro a minha primeira vitória e lembro o meu primeiro campeonato em que fui campeão. Não sei dizer quem me incentivou a ser um jogador, mas sei que faço isso a mais tempo do que qualquer outra coisa na minha vida.

- John, você lembra do Maxon Cliffs? – John assume uma expressão pensativa antes de responder.

- Cliffs, aquele atacante desengonçado? Alto demais para o ataque, mas era magro o suficiente para driblar muito bem. Lembro dele.

Good Daddy |Lovegoode livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora