Capítulo 15 - Plug

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No dia seguinte, estou na recepção do consultório do meu pai próximo ao horário do almoço. Combinamos de almoçarmos juntos e assim conversarmos. Eu sei muito bem onde essa conversa vai nos levar. Sei que meu pai percebeu que Max é muito mais do que apenas um jogador que já foi treinado por mim. Ele não estava no almoço da minha família por estar brilhando na liga universitária. Está mais por está brilhando em minha cama.

O consultório do meu pai é chique. Outros quatro psicólogos atendem aqui. Reconheço a porta de Amanda, ela era a psicóloga de Aaron quando ele estava no ensino médio e também de Peter, colega de faculdade do meu pai e padrinho do seu casamento. Os outros dois psicólogos apareceram depois que eu fui para faculdade, não tenho muita intimidade com eles.

Não demora muito e meu pai sai de sua sala acompanhado de seu paciente. Os dois conversam baixinho e trocam um aperto de mão. O cara deve ter a minha idade e dá um pequeno aceno de cabeça ao passar por mim.

- Podemos ir agora, meu filho. – Diz o meu pai.

- Claro, pai. – Respondo já ficando de pé.

Escolhemos um restaurante próximo ao seu consultório. Peço uma cerveja e risoto, meu pai fica com um nhoque e água com gás. Ele começa falando sobre amenidades. Pergunta sobre os meus times e o andamento do campeonato, fala sobre o aniversário dos meus irmãos e da minha mãe que estão chegando agora no mês de novembro. Papai quer fazer uma surpresa par mamãe e tenta pensar em algo legal para os seus dois filhos menos preferidos. – Essas últimas palavras são minhas.

Estou terminando o meu prato quando o meu pai chama o garçom e pede dois suflês de sobremesa. Sei o que ele está fazendo, tentando apaziguar a situação com doce. Ele fazia isso quando eu era criança. Agora eu sou um homem de trinta e um ano com um consumo bem menor de açúcar. Mas que é covarde e ainda não contou aos seus pais que está amando um homem. É, talvez o açúcar faça algum efeito.

Agora sim vem a conversa que realmente nos trouxe até aqui. Meu pai espera o garçom retirar nossos pratos para falar.

- Benjamin, como está Leo? – Ele começa ainda contornando a situação.

- Está ótimo. Passou o final de semana com Brooklyn, por isso vou vê-lo no final da tarde. – Respondo.

- E aquele garoto Max, não é? Como ele está?

- Está bem, se sentindo um pouco pressionado com o time e com a faculdade, mas está bem.

- Que bom, eu percebi que você sente muito orgulho dele. É seu primeiro atleta a chegar tão longe, é compreensível que você tenha um certo cuidado com ele. – O garçom volta trazendo as nossas sobremesas e o meu pai se interrompe.

- Eu quero ver o Max bem. Eu gosto muito dele. – Me arrisco dizer. Meu pai assente e continua.

- Eu sei disso, filho. eu achei que só precisaria ter essa conversa com o River, mas acho que vou repeti-la. – Ele diz dando uma colherada em seu suflê e saboreando calmamente. Isso me deixa nos nervos. – Você não vai comer?

- Claro, pai. – Eu digo.

Dou uma colherada enorme na minha sobremesa. Sinto o gosto do chocolate amargo. Acho que o meu pai espera até o chocolate liberar serotonina em meu corpo para que ele siga a conversa.

- O quanto você gosta dele, meu filho? – Ele pergunta com os olhos severos sobre mim.

- Muito. Mais do que eu já amei Brooklyn até mesmo quando fomos casados. – Confesso e é como se quinze toneladas saíssem de cima dos meus ombros. Posso ver o carinho com que meu pai olha para mim. Eu não poderia esperar outra coisa vindo dele. Eu sei que ele entende o que eu estou sentindo. O meu amor por Max.

Good Daddy |Lovegoode livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora