Capítulo 17 - Stalker

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Volto para casa e encontro Max ainda está dormindo. Aparentemente ele não acordou enquanto eu estava fora. Amasso o bilhete que deixei para ele e jogo no lixo. Tiro a minha roupa silenciosamente e deito na cama. Ainda estou tenso, levo um tempo para conseguir dormir. Quando finalmente me entrego ao sono, parece que é tarde demais e imediatamente escuto o despertador de Max tocar.

Não tive tempo de sonhar. Só uma tela preta que durou poucos segundos. Reviro na cama enquanto ouço Maxon se movimentar pelo quarto. Não quero abrir os olhos, não quero ter que encará-lo.

- Max! – O chamo.

- Sim? – Ele responde.

Eu finalmente abro os meus olhos. Encontro Max apenas de cueca, sendo iluminado pela luz fraca do sol que entra pela fresta da cortina na janela. Seu cabelo está bagunçado, seus olhos apertados. Ele sorri para mim, volta para a cama e beija a minha testa.

- Bom dia, lindo. – Ele diz ainda sorrindo para mim.

- Nós precisamos conversar. – Digo de forma séria. Sento-me na cama e Max faz o mesmo ficando de frente para mim. Vejo o seu sorriso sumir em poucos segundos do seu rosto. – Eu preciso te contar uma coisa.

Os próximos minutos vão doer. Serão como um corte feito de forma lenta e profunda. Eu espero que ele entenda a minha decisão. É por ele que estou fazendo isso. Por nós.

- Simon sabe sobre nós. – Eu falo rapidamente. – Ele me encurralou ontem quando estava saindo do treino. Me perguntou se estávamos juntos, eu neguei, mas ele sabe que é mentira, ele sabe que nossa relação é mais do que a de um atleta e seu antigo treinador.

Vejo o pânico tomar conta do rosto de Max misturado à um pouco de confusão. Não sei exatamente o que está passando por sua cabeça. Não sei se o motivo do pânico que tirou o meu sono é o mesmo que está tomando conta da sua expressão. Contudo, essa não é a pior parte da nossa conversa.

- Simon é o mesmo cara que te agarrou? – Eu apenas balanço a cabeça em afirmação. – Ele está obcecado por você, Ben. O que nós vamos fazer?

Seguro as suas mãos e entrelaço os nossos dedos. Agora vem a parte difícil.

- Nós vamos dar um tempo. – Vejo um pânico ainda maior na feição de Max. Seguro o seu rosto entre as minhas mãos e tento acalmá-lo. – Ei! Fica calmo. Nós vamos evitar nos encontrarmos, só isso. Podemos continuar conversando, mas eu não posso te ver até ter certeza de que Simon não vai tentar te prejudicar de alguma forma.

- De que forma ele tentaria me prejudicar? – Ele parece confuso.

- Você sabe como as ligas de hóquei ainda são preconceituosas, se descobrirem sobre nós, a sua carreira estará arruinada, você ainda está no primeiro ano da liga universitária, Max, já está chamando atenção de muita gente.

- Mas ainda não é certo que eu vá para um grande time, Benjamin, eu posso estar trabalhando em um banco daqui a quatro anos. Eu não vou conseguir ficar longe de você. Não precisamos fazer isso.

- Ei, ei, ei! – Tento acalmá-lo novamente. Eu sabia que esse momento seria difícil. – Não vamos nos separar de verdade, ok? Só não iremos nos ver pessoalmente, precisamos fazer Simon acreditar que nós não temos nada até eu entender o que passa pela cabeça dele. O que ele quer de nós.

Max parece se acalmar quando entende o que estou planejando. Seus olhos já estavam marejados. Ele tenta controlar a sua respiração. Quando finalmente está mais calmo, me abraça. Seus lábios então tocam os meus em um beijo intenso. Vou sentir tanta falta de beijar os seus lábios, de tê-lo aqui comigo quase todas as noites.

Good Daddy |Lovegoode livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora