Capítulo 31

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             HASSAN 



     Desde que decidi que Júlia seria a pessoa perfeita para esse plano, eu resolvi contratar um detetive particular para investigar absolutamente tudo sobre a vida dela, e depois que recebi o relatório, comecei a ligar os pontos. Os motivos dela ser tão fechada, não falar absolutamente nada sobre família. Isso explica tudo ou quase tudo que a envolve.

    Algumas pessoas especulam até, que ela teve participação na morte dos pais, mas não creio que isso seja verdade. Será que Júlia realmente teria coragem de matar a própria família? Mas qual seria a motivação? E se ela realmente teve participação, por que a Mariana continua viva? Teria algo a ver com a empresa? Hoje em dia, poder e dinheiro é tudo que as pessoas almejam na vida. Mas ela não parece ser o tipo de pessoa que faria de tudo pelo poder... Ou seria? Mesmo com um relatório lotado de informações dela, as perguntas não param de surgir. O mistério ronda aquela mulher e isso só me deixa mais curioso.

    No momento estou na Fusion, sentado no sofá do escritório do Ali, contando sobre o meu encontro com a morena.

    - VOCÊ O QUÊ?!- meu amigo gritou.

    - Fale baixo! - revirei os olhos - você é muito exagerado.

    - Exagerado? Tem certeza? - meu amigo me olhou chocado - você quer que eu aprove isso?

    - Você não tem que aprovar nada, Ali! - falei perdendo um pouco a paciência - eu já fiz e agora é só esperar ela aceitar.

    - Aceitar? Você nem deu escolha a ela - ele passou a mão nos cabelos - tomara que não aceite.

    - De que lado você está? - olhei irritado pra ele.

    - Eu estou do seu lado, mas sou totalmente contra o seu método de persuasão. - ele ironizou a última parte.

    - Você queria que eu fizesse o quê? - levantei do sofá, fui até o barzinho e me servi de uma dose de conhaque - que eu fosse educado e tentasse cortejar a moça? Eu não tenho tempo e nem jeito para fazer isso.

    - Claro que não tem. - ele balançou a cabeça negativamente - as mulheres que sempre correm atrás de você.

    - Exatamente. - falei.

    - Mas você não pensou como ela se sentiria? - ele me olhou - imagine você, ter perdido a sua família, e um estranho chegar do nada e jogar o passado na sua cara e ainda por cima te chantagear?

    - Na verdade, eu não pensei nessa parte - dei de ombros - mas ela vai sobreviver.

    - Não sei por que ainda me surpreendo com suas atitudes, mesmo depois de tantos anos de amizade. - ele resmungou.

    - Você que é muito mole. - rebati.

    Antes que ele pudesse me responder, alguém bateu na porta.

    - Quem é? - gritou meu amigo.

    - Júlia - gritou de volta.

    Ele me olhou nervoso e eu entendi o recado, respirei fundo e balancei a cabeça, deixei o copo em cima da sua mesa e entrei no banheiro. Deixei a porta entreaberta, pois queria escutar a conversa.

    - Pode entrar.- Ali gritou, e a porta foi aberta e logo em seguida foi fechada novamente.

    - Acabei de chegar, mas antes precisava falar com você.

    - Aconteceu algo?

    - Você sabe que sim. - a morena foi direta - provavelmente já deve saber sobre a situação.

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