Capítulo 10

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     HASSAN


     Depois de acompanhar Júlia até o carro, esperei ela sair. Minha cabeça não parava de repetir aquela cena horrorosa... Se eu não tivesse chegado a tempo, não sei o que teria acontecido com ela. Balancei a cabeça organizando meus pensamentos e voltei para falar com o investigador. Ao chegar perto do homem observei ele rapidamente, o investigador tinha na faixa dos 50 anos, tinha cabelos grisalhos, olhos pretos e media cerca de 1,70 de altura.

     - Com licença, senhor... ? - dei uma brecha para que o homem dissesse o seu nome.

     - Salim. - o homem fez uma breve reverência - o que deseja, alteza ?

     -  Quero que esse homem apodreça na cadeia. O que ele fez a aquela moça foi imperdoável. Como ele tentou fazer com ela, poderia tentar fazer com qualquer outra moça !  Um ser desprezível como ele não deve ficar solto. Estamos entendidos ?

     - Por mim, seu pedido seria atendido imediatamente ! - disse o homem que agora sei que se chama Salim - mas infelizmente o meu departamento é só investigação.

      - Entendo. Mas acho que você poderia ajudar bastante - ele me olhou com uma expressão de "duvido muito" - passarei ainda hoje na delegacia, quero conversar  com você em particular.

     - Claro, alteza !

     Assim que o assunto foi encerrado, chamei Ali para irmos embora. Quando entramos no carro, o meu amigo resolveu se manifestar.

     - Vai mesmo a delegacia para cuidar desse assunto ?

     - Vou sim - meu amigo me encarou - o que foi ?

     - Porque ?

     -  Porque eu prometi a ela.

     - O quê ? - me olhou incrédulo - você prometendo algo a alguém ?

     - Qual é o problema nisso ?

     - Tirando o fato de que você não promete nada a ninguém, muito menos a uma pessoa que você conheceu á menos de oito horas - ele deu um sorriso debochado - não tem nenhum problema.

     - Ainda não entendi o problema - respirei impaciente - só estava sendo gentil. Afinal, ela passou por uma situação horrível.

     - E desde quando você se tornou tão sensível ?

     - E desde quando você se tornou tão curioso? - olhei pra ele - olha, eu não sou um monstro. Apesar de não ser uma pessoa sensível, também não posso ignorar esse tipo de coisa. É algo inaceitável !

     - Nisso você tem razão.

     - Eu posso ser muita coisa, mas eu abomino pessoas como aquele cara. Não posso me omitir, então eu vou fazer o que estiver ao meu alcance pra esse homem desprezível apodrecer na cadeia!

     - Eu compartilho do mesmo pensamento, é um dever nosso, ajudar e denunciar pessoas como ele - meu amigo me olhou - eu iria depor mesmo que eu não fosse chamado. Apenas estranhei você prometer algo a alguém que mal conhece.

     - Eu já disse, só estou cumprindo um dever. Não posso deixar aquele cara sair impune! Quem garante que ele não fez a mesma coisa ou vai fazer o mesmo com outras moças ? O lugar dele é na cadeia!

     Poucos minutos depois, Ali já estacionava em frente ao meu castelo. Eu moro na Palm Jumeirah, praticamente no topo. Minha casa ficava próximo a área residencial, mas era um pouco mais afastada. É perfeito para manter minha privacidade, existiam poucas casas próximas à minha. É um grande e belo castelo. Foi um presente do meu avô pelo segundo casamento, mas meu pai preferiu se mudar assim que casou com a quarta esposa. Disse que precisava de um lugar maior, meu baba e sua mania de grandeza. Não é possível que uma casa com mais de 200 cômodos, fosse pequena para abrigar ele, as 4 esposas e os filhos.

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