Capítulo 32

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         ALI AL-HARBI

     Dois dias após a conversa que tive com Júlia, no meu escritório, eu resolvi tomar coragem e pedir a Mariana em namoro. Eu quero fazer tudo do jeito certo, quero pedir a mão da Mari, para sua irmã mais velha. Sei que não tem nem um mês que estamos saindo, mas eu não posso esperar mais, principalmente agora com essa confusão entre Hassan e Júlia.

    Saí da empresa direto para o apartamento das meninas. A porta foi aberta pouco tempo depois que eu toquei a campainha.

    - Ali? - Júlia me olhou confusa - o que faz aqui?

    - Posso entrar? - perguntei um pouco nervoso.

    - Claro. - ela abriu mais a porta me dando passagem e eu entrei - a Nana está na faculdade, mas chegará em breve.

    - Primeiro quero falar com você. - passei a mão nos meus cabelos - é importante.

    - Aí meu Deus! - ela respirou fundo - Se você veio falar sobre a proposta do seu amigo, pode desistir.

    - Não é sobre ele. - a olhei - é sobre outra coisa.

    Eu estava nervoso, afinal, nunca tinha passado por isso. Nunca quis namorar, sempre gostei da ideia de ser livre, mas com Mariana é diferente, é tudo mais leve. Júlia me olhou preocupada, provavelmente meu nervosismo, estava aparente.

    - Ok. - ela apontou para o sofá - sente-se, por favor.

    Eu fiz o que ela me pediu, sentei de um lado do sofá e ela sentou na outra ponta.

    - Não sei por onde começar. - falei.

    - Comece pelo começo. - ela me olhou e eu não conseguia falar nada - Ora, Ali! Para de enrolar e desembucha logo!

    - Desem... O quê? - perguntei confuso.

    - Desembucha. - repetiu a palavra devagar - é o mesmo que "comece a falar", entendeu?

    Eu apenas balancei a cabeça, os brasileiros tem umas palavras engraçadas. Mariana até tenta me ensinar algumas, mas é difícil para mim.

    - Ok, eu falarei de uma vez! - respirei fundo, fechei os olhos e falei de vez - queronamorarasuairmã.

    - O quê? - Júlia me olhava estranho - fala devagar, eu não consegui entender nada.

    Respirei fundo outra vez, tomei coragem e falei mais devagar.

    - Eu quero namorar a sua irmã. - a encarei - vim pedir a sua permissão.

    Ela me olhou chocada, mas logo se recompôs.

    - Por que esse pedido repentino, logo agora que essa confusão entre eu e o seu amigo, aconteceu? - ela me olhou desconfiada - Sei que a minha irmã é incrível, na minha opinião, ela é a melhor pessoa do mundo, mas justo agora, você resolve namorar com ela? Por acaso isso é alguma armação daquele babaca chantagista?

    - O quê? - balancei a cabeça negando - não é isso! Não vou me meter nessa briga. Já disse que não concordo com as atitudes dele. Mas eu realmente estou apaixonado por Mariana.

    A mulher continuava me encarando de uma forma assustadora. Acalme-se Ali, não é como se ela fosse te matar, não é? Eu espero que não! Pensei.

    - Sua irmã me desperta coisas boas. Coisas que eu nunca senti antes, ela me faz querer ser um homem melhor. - falei - eu acho que estou realmente apaixonado por ela.

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