Capítulo 08

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     JÚLIA

     Mais uma vez eu venci um desafio. depois de marcar uma nova aula com Kaled, saí sem olhar para trás perdida nos meus pensamentos. Ele é um bom rapaz e é o mais próximo que tenho de um amigo aqui em Dubai. Não digo que é amizade porque amigos não escondem coisas uns dos outros, não é? Eu não posso ter uma amizade de verdade, não posso confiar em ninguém além de Mariana.

     Saí da boate, entrei no meu carro ainda perdida nos meus pensamentos. Tenho que arranjar um jeito de ter mais aulas com o Kaled. A família dele precisa do dinheiro e eu não posso ficar fazendo grandes movimentações na minha conta, isso pode trazer atenções indesejadas. Quando entrei na avenida principal lembrei que tinha esquecido de bater meu ponto.

    - Mas que merda! Como você pode ser tão lerda ?

    Peguei um retorno e voltei para Fusion, deixei meu carro no estacionamento da frente, eu não iria demorar. Liguei o alarme e saí rumo a entrada dos funcionários, passei pelo beco que dá acesso aos fundos da boate e fui andando calmamente,o céu estava começando a clarear. Ao entrar dei de cara com Jamal e Zayn.

    - Ei Julinha ! - disse Jamal - voltou para ajudar na limpeza ?

    - Não mesmo ! Só voltei porque esqueci de bater o ponto.

    - Você vai nos explorar mesmo ? - Zayn se manifestou - e antes que eu me esqueça, valeu pela grana.

    - Vou sim ! Eu disse que sou boazinha.

   - Boazinha, sei !

   - Vocês ainda estão aqui enrolando? Vão ajudar o Kaled logo.

    - Já estamos indo, general !- disse Zayn.

     Assim que os dois saíram, fui até a máquina de ponto, digitei a minha senha e coloquei o dedo para ler a impressão digital. Depois disso saí do prédio e fui me dirigindo até o carro, ao voltar pelo beco, um homem apareceu do canto esquerdo do muro.

     - Você demorou, gatinha !

     Ele era alto, tinha cabelos castanhos e olhos da mesma cor, tinha uma cicatriz no rosto. tinha o rosto familiar... Foi o último cara que eu dei um fora essa noite, ele é realmente irritante. Continuei andando ( dessa vez mais rápido) precisava chegar rápido ao carro e ir embora logo.

     - Ei! aonde pensa que vai com tanta pressa, gatinha? - ele segurou no meu braço e me puxou contra o seu corpo - a gente pode se divertir um pouquinho.

    Quando ele passou a mão no meu rosto, eu só conseguia sentir repulsa, tentei me soltar uma, duas, três vezes... Quanto mais eu tentava me afastar, mas ele me apertava.

     - Me solta !

    Tentei me soltar mais uma vez, sem sucesso. O homem parecia se divertir cada vez mais e eu comecei a me desesperar.

     - Calma gatinha! A gente vai se divertir - tentou me beijar e eu desviei - garota rebelde! gosto disso.

     O sorriso dele só crescia e um sentimento de raiva se apossou do meu corpo, só conseguia sentir nojo. Então eu lembrei das aulas de defesa pessoal que fiz quando era mais nova, juntei todas as forças que tinha e dei uma joelhada no meio das pernas do desgraçado, assim que ele caiu ajoelhado no chão, eu acertei um soco em seu rosto.

     - Sua vadia desgraçada!

     Ele começou a levantar com dificuldade, eu saí do choque e comecei a correr de volta para boate, gritando por ajuda. Tinha que chegar no prédio logo, estava quase no final do beco quando algo me derrubou, tentei me levantar mas fui derrubada novamente. consegui virar de barriga para cima e vi o desgraçado me segurando.

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