A Proposta

Capítulo 14

     

      JÚLIA

     Fomos em direção à saída em silêncio, assim que entramos no carro, minha irmã comentou.

    - Poxa, eu não sabia que o seu chefe era tão gato!

    - O que ele tem de bonito, tem em dobro quando o quesito é ser cafajeste.

    - Sério ?!

    - Aham ! Não se engane com um rostinho bonito. Aquele ali, tem uma fama de ser um "galinha" de marca maior.

    - Agora eu entendi o motivo de você ter agido daquela forma.

    - Claro! Você é minha irmãzinha, não suportaria te ver triste por causa de um babaca sem coração.

    - Obrigada mana! Eu também não suportaria te ver triste por causa de alguém que não te merece.

    - Antes que me esqueça, eu agradeço muito por você ter vindo comigo -mesmo sendo contra minha vontade - mas como você viu, não tem necessidade de ficar sempre me acompanhando.

    - Sabe jujuba... eu te conheço muito bem e sei que apesar dessa fachada de mulher durona, você ainda está insegura pra sair sozinha. É completamente normal, dada a situação que você passou há dois dias atrás.

    - Mas a partir de amanhã eu já me sinto mais segura para vir só - eu acho - e  não tem como aquele "homem" me fazer mal. Esqueceu que ele esta preso e vai apodrecer lá?

    - Tem certeza ?

    - Tenho sim, não precisa se preocupar.

    Minha irmã me encarou, estreitando os olhos, procurando algum resquício de mentira, apesar de ainda estar muito receosa, eu tenho que seguir em frente. Além do mas, aquele cara já está preso e vai apodrecer lá. Mas só pra reforçar a minha pequena mentira sobre como eu estava me sentindo, dei um sorriso tranquilizador.

    - É sério mana! Além do mas, você viu que o senhor Ali aumentou a segurança, agora eu estou mais segura.

    Gesticulei em direção aos seguranças e com um suspiro, ela se deu por vencida.

    - Ok, ok! Mas me prometa que se algo acontecer, você irá me ligar no mesmo instante.

    - Tudo bem, eu prometo!

    Fizemos o resto do caminho em um silêncio confortável e a Mariana acabou cochilando. Estacionei o carro na garagem do meu prédio exatamente às 6:30 e acordei a Nana.

    - Nana? - balancei ela - acorda!

    - An?!

    - Chegamos! Vamos, você tem aula mais tarde, precisa de um banho e descansar um pouco.

    Ela apenas balançou a cabeça em concordância e saiu do carro. Assim que acionei o alarme, seguimos em silêncio para o apartamento.  Assim que entramos, cada uma foi direto para o seu quarto.

    - Boa noite! - dissemos ao mesmo tempo.

    Quando entrei no meu quarto, fechei a porta, larguei a minha mochila em um canto qualquer e fui direto tomar um banho. Ao sair do banho, vesti uma calcinha box e uma camiseta que ia até a metade das minhas coxas. Estava tão cansada que ignorei a fome que sentia e me joguei logo na cama.

    - Quando acordar, eu como alguma coisa.

    Logo em seguida, eu caí num sono profundo, tranquilo e graças a Deus, não tive pesadelos.