Final - Primeira Parte

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Meu coração parece que vai saltar de dentro do meu peito quando finalmente alcanço o porto, correndo desajeitada até as docas, parando de súbito e sentindo que meu corpo se desmancharia a qualquer momento quando os vejo. Reiner e Jean, arrastando soldados aparentemente mortos para o mar. Jean se vira em minha direção e aponta para mim.

–– Ela chegou! Reiner, ela está aqui! –– Ele grita e sorrio aliviada, descendo a escadaria o mais rápido que posso, tropeçando algumas vezes em meus próprios pés.

Deixo a sacola improvisada com a cabeça de Zeke cair e sou acolhida em um abraço apertado por Jean. Fecho meus olhos com força, sentindo as lágrimas quentes descerem contra minhas bochechas geladas por conta do vento. Ele me aperta mais em seus braços e não peço que se afaste mesmo que minhas costas doessem um pouco.

–– Que bom que você está bem. –– Ele diz, segurando meu rosto entre as mãos e olhando em meus olhos, assustado. –– Espero que esse sangue não seja seu.

–– Só uma parte dele. –– Sorrio. –– Senti sua falta.

–– Eu também. –– Ele acaricia minha bochecha de leve, se afastando em seguida, olhando para trás. Reiner já havia embarcado e nos observava de longe, com as mãos nos bolsos. –– Vem, vamos para casa.

Abaixo para pegar a fronha amarrotada do chão e caminho ao lado de Jean em direção ao barco de pesca, cujo motor já estava ligado.

–– O que é isso? –– Jean franze o cenho.

- Você já vai saber. - Respondo, entregando a fronha a ele assim que piso no convés, indo em direção a Reiner, que já caminhava para perto de mim com os braços abertos. O abraço de volta e sinto uma onda de alívio e felicidade enorme percorrer meu corpo enquanto sinto o barco finalmente se movendo e as mãos de Reiner acariciarem minhas costas.

- Fiquei tão preocupado, o que aconteceu? - Ele pergunta, se afastando e me encarando.

- Zeke está...

- Puta merda, Stella! Você trouxe a cabeça dele! - Minha fala é interrompida pelo grito de Jean, que olhava para dentro da fronha do travesseiro, apavorado. O garoto tira os olhos da cabeça que jazia ali dentro para procurar os meus, indignado.

- Eu fiz questão. - Dou de ombros. - Na verdade, acho que Reiner deveria a entregar para o Capitão. - Olho de soslaio para o loiro, que está confuso. - Acho que ficará mais fácil de confiarem nele.

- É, isso é verdade. - Jean faz uma careta e vai em direção as escadas que descem para as cabines. - Vou guardar isso em algum lugar onde não exale cheiro depois.

Dou risada da forma como carrega a sacola improvisada, afastada do próprio corpo. Solto um suspiro longo quando me viro novamente para Reiner, que mantém os olhos fixos em mim. Havíamos conseguido, afinal. Estávamos indo para casa, eu voltaria para Sasha, contaria sobre o plano de Zeke para Hange e me ocuparia em passar todo o tempo que conseguir ao lado de Reiner. O loiro enfia a mão em um do bolsos e a estica para mim. Recebo o objeto que ele me entrega e sorrio ao ver o pequeno anel cintilar em minhas mãos junto da corrente fina.

- Eu não seria louco de perder isso. - Ele diz, sorrindo enquanto o devolvo para meu pescoço. - Você me jogaria no mar sem pensar duas vezes.

- Ainda bem que você sabe. - Respondo, com um sorriso no canto dos lábios.

Reiner parece tão exausto e abatido quanto eu, também tem alguns ferimentos pelo rosto e me pergunto porque ele não havia os regenerado. Os fios crescidos do cabelo loiro balançam com a brisa salgada do mar e ele se escora na amurada, me puxando para perto de si outra vez. Abraço Reiner e pouso minha cabeça em seu peito, desviando o olhar para o céu em seguida. Já é quase de manhã, alguns traços de rosa e amarelo começam a aparecer no horizonte mais a frente e era possível escutar algumas gaivotas um pouco ao longe.

The Fallen Warrior | Reiner Braun (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora