Apenas começando..

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Após fazer algumas perguntas pessoais e digitar em seu Mac, o doutor Asmodeus Bane me forneceu algumas informações.

— Senhor Lightwood, sou neurologista e chefe de  grandes equipes de pesquisadores. Na verdade, temos grandes centros de pesquisas, eu e o meu filho, cada um na sua especialidade. — Disse,  com certo orgulho.

— Achei que aqui fosse um centro de ortopedia. Pelo visto, me enganei completamente.

Ele sorriu balançando sua cabeça.  

—  Certamente, Sr. Lightwood. Vejo que Magnus não tem sido um bom amigo. — Engoli em seco e ele continuou. — Parece que ele não lhe mostrou todo o complexo.   — Complexo? Realmente eu estava em outro bloco e sacudi a cabeça ao ter esta constatação. O doutor continuou.  — Magnus chefia o setor de Ortopedia e Traumatologia, eu o de Neurologia, e temos mais dois centros, além das pesquisas: o de Fisioterapia chefiado pelo Doutor Carstairs e o de Radiologia e Diagnóstico por Imagem pela doutora Belcourt.

"Doutora?" 

Remexi-me desconfortavelmente na cadeira ao lembrar-me da loira azeda  entrando no elevador de jaleco. 

"Seria ela?" 

Ele continuou:

— O centro de Radiologia acaba atendendo aos nossos, na verdade, e trabalhamos diretamente com eles. O Doutor Carstairs faz um excelente trabalho com Magnus, então você deve estar se perguntando o que um centro de Neurologia faz no meio disso tudo.    —  Disse ternamente, respondendo em seguida. — Eu comecei tudo isso aqui, Senhor Lightwood. Você nem sonhava em nascer.  —  Ele apontou o seu indicador em minha direção e foi inevitável não me lembrar de Magnus. Como eles eram parecidos.

Sorri.

—  Magnus sempre quis ser médico, mas sua especialidade foi diferente da minha. — Disse, pensativo. — Bom, aqui estamos! — Concluiu após alguns instantes, levantando os braços.  — Então, Senhor Lightwood, após esta breve explicação que deve tê-lo entediado bastante, vamos falar sobre o seu caso.

— Por favor, Doutor Bane! Não fiquei entediado! De forma alguma! — Respondi agitado e ele sorriu docemente. Ele era tão encantador!

—  O senhor é muito gentil. — Seus lábios estavam curvados num terno sorriso até ele ficar sério de repente e me olhar profundamente.  — Magnus me contou sua história. — Engoli em seco mais uma vez e ele continuou. — E é por isso que você veio a mim. Ainda não é a hora de procurar um especialista em Huntington, se é que algum dia será.

Encarei-o:

— O senhor diz isso porque eu ainda não fiz o tal teste genético?

Ele assentiu.  

—  Senhor Lightwood, sem a certeza do teste não há como dizer que você é portador de Huntington, ainda que seja descendente direto de uma pessoa que tenha sido acometida pela doença. Você está em risco, e essa é a única certeza que podemos ter.

Eu estava nervoso, aquela informação era totalmente nova. Durante todos esses anos eu acreditei piamente que não haveria escapatória para mim e desde o momento em que Magnus explicou-me, isso girava ciclicamente em minha cabeça.

— Por ser uma doença geneticamente dominante, eu sempre acreditei que seria portador. — Digo baixo, balançando a cabeça e fechando os meus olhos. Só eu sabia o sofrimento que passei.

— Ser geneticamente dominante não significa que você está condenado, e sim, que somente uma cópia do gene defeituoso é necessária para que você tenha a doença. — Balancei a cabeça e ele concluiu. — Eu sinto muito que tenha pensado diferente durante todo esse tempo.

The Deal  (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora