narcissus cyclamineus

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O furacão infernal que nunca descansa

Arremessa e destrói as almas;

São retorcidas, golpeadas e molestadas.

DANTE ALIGHIERI, Inferno, Canto V.


Sob o domo espectral do Éter, Yoongi dedilhou as falanges por entre os aglomerados gasosos de modo a unir as estrelas em um jogo para formar a constelação do Dragão.

Gostava da sensação de incitar pequenas desgraças no Destino, o que lhe levara até ali, o palácio das tecelãs.

Ainda brincando com a conjunção dos astros de modo a influenciar os ânimos dos dois corações que decidira ferir, o deus da Beleza moveu o tabuleiro do mundo, procurando primeiro pela criança e a encontrando debaixo de um pessegueiro em flor. Ressonava baixinho, deitado de bruços. Organza rosa deixando tão pouco para a imaginação ao contornar-lhe de forma libidinosa o arquear abrupto a partir do final de suas costas, formando nádegas tão mal escondidas pelo tecido que se erguera nas coxas e legava ao sopro do vento tanto pedaço de carne.

Com um sorriso beirando a presunção, Yoongi amarrou a ponta do novelo vermelho em um nó apertado no tornozelo do menino e então moveu o tabuleiro até que o Submundo lhe fosse mostrado.

Jungkook estava no trono quando encontrou seu espectro dentro do jogo. Linha do maxilar tão marcada em seu rosto quieto. Aquela calma resoluta ateando raiva pura nas entranhas de Yoongi e lhe fazendo seguir adiante com seu ardil.

Dessa vez, prendeu a linha com raiva, puxando de forma abrupta até que visse as feições de Jungkook se perturbarem de leve pela ferroada no tornozelo esquerdo.

Dali em diante cabia às três divindades tecelãs — Hyunjuu, Hyojong e Hyunah — enredarem o destino com aquela linha escarlate sendo somada às tramas de ambos enquanto Yoongi iria ter com seu amante para convencê-lo a sussurrar o desejo por conflito junto ao ouvido de seu pai.

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