32. Esperança

5.9K 580 24
                                    

  Havia perdido a noção do tempo, não sabia se havia passado horas ou dias, a fraqueza habitava o meu corpo e o cansaço me fazia querer me entregar para a escuridão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

  Havia perdido a noção do tempo, não sabia se havia passado horas ou dias, a fraqueza habitava o meu corpo e o cansaço me fazia querer me entregar para a escuridão. Felizmente Hugo não havia aparecido mais, tudo estava silencioso e não sei se isso era bom.

Temia por Vicenzo, por mim e por qualquer chance de escape.

Não poderia saber quando a Nostra Onore agiria e se quer se ela iria agir, mas eu me prendia ao fato de Lorenzo ser o Dom e Vicenzo uma parte importante da organização. Afinal, a esperança era a última a morrer e eu me apegava a isso como nunca.

Estava inquieta, como se esperasse um sinal dos céus. Porém quando a porta foi aberta e por ela passou um Hugo transtornado e com cara de psicopata eu não tinha dúvidas de que ele me faria algum mal. Com força bruta ele me arrancou do chão me erguendo como um saco de batatas, apertou suas mãos ao redor dos meus punhos me infringindo dor e pude ver em seu rosto um resquício de sorriso.

— Para onde está me levando?

Estava fraca, mas de alguma forma eu precisava saber para onde estaria indo, esperava que não para a morte.

— Agora resolveu falar, vadia?- Hugo disse com arrogância.

E não se dignou a me responder, apenas me empurrou como se eu fosse nada.

Parecia que a qualquer momento eu poderia desmaiar, sentia as minhas pernas moles como gelatina e o aperto em meus punhos pareciam apenas piorar. Fui arrastada de forma bruta até a garagem da casa onde estávamos, o lugar era precário, de pouca ventilação e uma cadeira estava posta no centro de tudo.

Sem nenhuma delicadeza fui sentada ali, amarrada e amordaçada como um animal em abate. Senti os dedos asquerosos de Hugo passearem por todo o meu rosto, eu só queria chorar e sumir dali.

— Não precisa ter medo de mim, eu nunca fui o verdadeiro monstro aqui.- Ele ditou como um louco.

Seria cômico se não fosse trágico.

Hugo era um cara abusivo, que havia tirado de mim os melhores anos da minha vida, que abusou da minha fragilidade e que não se importou comigo em nenhum momento. Ele havia sido o monstro que me tirou tudo e que me encaminhou para a vida nada fácil da prostituição, ele havia me jogado nesse mundo e nenhuma parte sua era inocente.

Como se tudo não bastasse, John pareceu ali com a maior cara deslavada, ele nunca fora uma figura paterna modelo. Se quer ele foi meu pai, era apenas um homem ganancioso e que não se importava em pisar na própria filha para conseguir seus objetivos podres.

— Como o mundo da voltas não é querida?- Ele sorriu para mim. — Pedi sua ajuda amigavelmente, é uma pena que tenha dificultado as coisas.- John sentou em minha frente e arrancou a maldita fita de meus lábios.

Aquilo havia doído e ele pouco se importava com a minha dor.

— Jamais te ajudaria.

Eu não seria capaz de ajudar esse homem.

— Donna nunca soube te criar, é uma fraca sem ambição.- John falou de mamãe com superioridade.

O nojo que sentia apenas aumentava, como ele podia falar assim da mulher que deu a ele os seus três filhos?

— Ela é uma mãe incrível e um ser humano que você jamais seria.- Elogiei. — Você é desprezível e nunca irá alcançar grandes coisas.- Pude sentir o tapa em meu rosto arder.

Além de tudo, John era capaz de me bater por apenas falar a verdade.

— Cala essa maldita boca.- Ele mandou, como um ditador.

Eu o olhei nos olhos, de cabeça erguida, jamais ficaria calada diante dele.

— Você pode até me matar que eu não irei me calar.- Cuspi em seu rosto.

E em um impulso dei uma cabeçada nele, deixando o desnorteado.

Pude escutar o som da risada de Hugo, que ainda estava ali assistindo tudo.

— Continua a mesma gata selvagem de sempre.- Hugo parecia se divertir.

Enquanto John apenas ficava enfurecido com a minha ousadia, ele deveria saber que ser criada por Donna Johnson me tornara uma mulher forte, que não temia homens que esperavam que nós mulheres nos curvassem diante de si e que principalmente sabia de tudo que era capaz.

— Nem ao menos o seu pai você respeita.- John parecia furioso.

— Que pai? Você?- Debochei. — No máximo você foi um doador de esperma, porque meu pai nunca foi e não faço a mínima questão que seja.- Era como tirar um peso das minhas costas.

Havia muito tempo que desejava falar tais palavras, desabafar e dizer o quanto aquele homem em minha frente não passava de um estranho.

— Patético essa discussão familiar.- Hugo se intrometeu. — Não se esqueça dos objetivos John ou estaremos mortos pela manhã.- Avisou.

E assim que foi dito isso ambos sairam dali me deixando sozinha.

A última frase de Hugo fazia me questionar sobre os motivos, teria mais alguém por trás de todo aquele plano mirabolante. Quem mais seria capaz de ir contra a máfia?

No mínimo teria que ser louco o suficiente ou quem sabe algum protegido da Nostra Onore, era difícil ter alguma certeza, mas sentia que em breve todas as minhas dúvidas seriam esclarecidas.

Eu precisava ao menos tentar sair daqui e a única coisa que passava pela cabeça era me livrar das malditas cordas que amarravam o meu pulso. De um jeito totalmente arcaico fazia força para tentar rasgar as cordas contra a cadeira. Talvez a fricção fosse capaz de desgastar as mesmas e me libertar.

Qualquer esforço era válido.

Continuei sem parar, não sabia quando alguém poderia voltar, então mesmo que os meus braços começassem a doer e que parecesse impossível arrebentar aquelas cordas eu apenas continuei. Eu tinha um objetivo, bastava eu lutar para consegui-lo e eu não desistiria tão fácil.

Talvez por um milagre ou o que fosse senti as cordas se abrirem, uma por uma. Sentia a minha respiração pesada pelo esforço e rezava aos céus que ninguém aparecesse naquele momento. A liberdade estava tão próxima que não poderia morrer na praia, seria frustante demais.

Mas como se os meus pensamentos tivessem força e o universo estivesse ouvindo um estrondo por mim foi ouvido. A porta se partiu em pedaços, a única coisa que pude fazer foi me proteger atrás da cadeira que me prendia e esperar pelo o que fosse.

...............................♥️.................................

Um pouquinho de mistério nunca fez mal a ninguém rsrs.

Falta pouquíssimos capítulos para o fim dessa história maravilhosa, ansiosas?

Me sigam no Wattpad!

Beijos.

Amor Prostituto - Leis da Máfia ( Livro īīī)Onde histórias criam vida. Descubra agora