Não podia esperar flores ou algo a mais, aquele quarto era o meu abatedouro particular e sexo era somente sexo. Vicenzo colocou suas roupas e saiu pela porta, não sabia se ele ainda estava irritado ou o que se passava pela sua cabeça. Porque na minha mente se passava muitas coisas, sentia que havia tido o maior impulso da minha vida.Um sorriso pairava em meus lábios mesmo sem que eu quisesse, eu fechava meus olhos e relembrava de todos os detalhes. Porém eu não deveria, não quando Vicenzo sempre deixou muito claro que eu era alguém suja que ele jamais se deitaria. Mas ele havia deitado, havia feito sexo comigo e nem se quer pago.
Eu havia quebrado a minha principal regra, mas não conseguia me arrepender disso. Havia sido bom, não poderia reclamar enquanto o seu desempenho, apenas no meu subconsciente gostaria de reviver as sensações.
Tentei afastar esses pensamentos e focar no meu trabalho, a livraria estava calma e eu podia ao menos ter tempo para respirar. As horas se passaram rápidas enquanto lia mais um livro que prometia vender extremamente bem, não duvidaria de todo o seu sucesso. Logo estaria fechando negócios com a editora responsável e comprando algumas caixas de exemplares.
Havia marcado uma boa reunião na próxima semana, após o casamento de Violetta que já se aproximava rapidamente. Estava junto com ela em sua última prova de vestido, além de ter que estar ajudando ela a escolher a maioria dos detalhes do casamento, mesmo que Patricia estivesse cuidando de tudo maravilhosamente bem. Era esse o papel de madrinha de casamento, até parecia que eu que iria casar porque a dor de cabeça era a mesma.
Como rotineiro às 2 estava saindo do meu trabalho e indo até o meu apartamento. Essa pausa até que fosse a boate era essencial, era o único momento que eu poderia estar com os pés pra cima e totalmente relaxada. Não havia almoçado hoje, porém não passaria em nenhum restaurante, talvez algo mais caseiro seria a melhor opção.
Chegando em meu cantinho a primeira coisa que faço é me livrar dos saltos altos que usava, meus pés agradeciam fervorosamente. A maior parte do meu tempo eu estava enfiada em saltos de 15 cm para mais, as Drag às vezes passavam vergonha ao meu lado. Eu adorava me vestir da melhor forma possível, prezava e muito a minha vaidade.
Não porque a sociedade impõe esse tipo de padrão, mas porque eu me sinto muito bem me vestindo dessa forma. Essa sou eu, não um estereótipo bonito de capa de revista e que recebia milhares de retoques antes de ser divulgada.
Vou para a cozinha, apesar de tudo eu gostava realmente de cozinhar, principalmente se havia amigos ou a minha família envolvidos como degustadores. Mamãe havia me ensinado muito cedo a cozinhar e eu havia tomado o gosto pela arte da culinária.
Ouço a campainha soar e me pergunto se não ouvi o interfone tocar, provavelmente estava extremamente distraída. Vou até a porta, limpando as mãos em meu avental de cozinha e abro a porta.
— Achei que deveria aparecer.- Enrico estava ali.
Com um sorriso no rosto e uma garrafa de vinho. Ele era um garoto extremamente bonito, possuía uma aura leve e descomplicada. E eu apreciava sua companhia.
— Entra.- Convidei dando passagem.
Enrico beijou minhas bochechas e eu podia sentir toda a tensão no ar, haviam assuntos inacabados. Porém no momento eu não sabia como realmente prosseguir e tudo por causa de uma transa com Vicenzo.
Era a primeira vez que não sabia para qual caminho deveria caminhar, estava tudo muito confuso. O fator que Enrico era irmão de Vicenzo também não saia da minha cabeça, era algo relevante e que não poderia ser esquecido. Não quando ambos possuíam os mesmos olhos, mas não o mesmo olhar.
O olhar de Enrico era como uma manhã ensolarada, já o olhar de Vicenzo era como um mar tempestuoso e profundo.
— Quer me acompanhar até a cozinha?- Perguntei meio avoada.
Enrico assentiu e me seguiu até o meu pequeno cubículo. Ele deixou a garrafa no balcão e observou tudo ao redor. Eu não era uma das pessoas mais organizadas quando o quesito era cozinhar, eu fazia a maior bagunça e deixava a pia em estado deplorável.
— Eu posso ajudar.- Enrico arregaçou as mangas da camisa e partiu até a minha pia cheia de louça.
— Você não precisa se incomodar.- Falei envergonhada.
— Eu quero ajudar.- Ele olhou pra mim sorrindo e eu não pude resistir.
Deixei que o mesmo lavasse a louça, enquanto eu continuava a cozinhar cortando alguns legumes e mexendo com as panelas em cima do fogão. De quebra entramos em uma conversa animada, Enrico era leve em um grau interessante e fazia com que eu me distraísse rapidamente.
— Você trabalha no que?- Resolvi perguntar.
Ele sabia o que eu fazia, bem mais do que muitas pessoas na minha vida. Porém eu não sabia o que o outro Ricci fazia, não sabia se ele havia seguido o negócio da família e era um mafioso perigoso. Pra mim ele era um total desconhecido, mas sentia como se o conhecesse a anos.
— Sou pintor.- Ele respondeu.
E sua resposta me pegou desprevenida.
— Um artista.- Sorri. — Você pinta quadros ou sua arte é diferenciada?- Estava curiosa.
— Quadros em geral.- Ele sorri enxugando as mãos. — Gosto de muros também, o grafite me atraí muito.- Era fantástico.
Enrico era uma caixa de surpresa e sua profissão combinava com o cara sensível que ele demonstrava ser.
— Se quiser posso te levar para ver algumas das minhas humildes obras.- Ele ofereceu.
— Não precisa oferecer duas vezes.- Concordei.
Ele pareceu feliz com a minha resposta e eu mal percebi o quão próximos estávamos. Estava tão encantada com o seu lado artista que não percebi a sua proximidade.
Enrico segurou o meu rosto e eu sabia exatamente o que viria depois. Ele queria me beijar, eu me sentia nervosa, mas não era por conta do momento. Era como se eu tivesse fazendo algo de errado.
Ele chegou ainda mais perto, seus dedos tocaram os meus lábios e desceram pelo meu pescoço me levando cada vez mais para perto dele.
— Eu não posso.- Respondi ofegante.
Estávamos a meros milímetros de distância, mas algo em meu coração me dizia que eu não deveria.
— Tá bem.- Ele sorriu. — Eu ainda vou conquistar esse beijo.- E eu tinha medo dessa promessa.
Eu não sabia o que aconteceria na página seguinte, tudo era um grande mistério e tinha medo de algo ruim.
As coisas não costumavam a dar certo para mim, sempre havia algo que impedia a minha paz e felicidade.
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Que a corrida ao coração de Paola comece.
Lavem as mãos e não esqueçam do álcool em gel, o Corona Vírus é coisa séria.
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Beijo.
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Amor Prostituto - Leis da Máfia ( Livro īīī)
Romance3° Lei - Prostitutas são apenas diversão. Paola Johnson ou simplesmente Pantera Negra é uma prostituta de luxo, conhecida em seu meio como a melhor de todas e a que não ama jamais. Vicenzo Ricci, o capo da Nostra Onore, o cara que comanda todas...