11. Cerimônia

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Mansão Bertholdi       06:30 p

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Mansão Bertholdi
       06:30 p.m

      Os belos jardins da mansão era o palco do grande acontecimento do ano. O milionário, dono de um dos negócios mais prósperos de toda Itália, iria se casar com a filha do governador. A jovem promotora, destemida e aclamada entre seus colegas de justiça. Era o casal perfeito perante os tablóides, os jornais locais e os flashes que não paravam a nenhum segundo no portão da mansão.

O lugar havia sido totalmente fechado, apenas pessoas autorizadas e convidados passavam pelos grandes armários de terno na entrada. Eles revistaram nossas bolsas e qualquer objeto suspeito era apreendido até o fim da festa. Haviam regras rigorosas e até se poderia confundir o casamento de Violetta e Lorenzo com o do próprio príncipe William da Inglaterra.

Creio que nem ele teve tanta pompa.

Não tive muitas restrições ao entrar, eu era madrinha e amiga direta da noiva, teria que haver algum privilégio. Estacionei o meu bebê ao lado dos outros carros e sinceramente aquela mansão era absurdamente grande, eram muitos m² bem distribuídos com algumas quadras, piscina, jardins e até mesmo um enorme salão de festas. Estávamos em um condomínio particular de uma única família.

Podia sentir o cheiro da grana em cada detalhe, minha amiga merecia tudo isso e muito mais. Porém sua cara desanimada me cortava o coração, não era o seu casamento dos sonhos, nem se quer ela havia sonhado em se casar algum dia. Porém não havia como voltar atrás, era um pouco tarde, infelizmente.

— Se quiser escutar sua velha amiga...- Chamei sua atenção. — Sorria e não deixe que eles saibam o que você está sentido agora.- A abracei com ternura.

Se tinha algo que havia aprendido durante uma boa parte da minha vida era que não importava os perrengues nós nunca deveríamos nos entregar facilmente e jamais deixar que as pessoas utilizem das nossas fraquezas.

E um sorriso poderia mudar a perspectiva das nossas vidas.

— Tem como não te amar, garota?- Ela sorriu toda chorosa.

Não demoraria para as primeiras lágrimas caírem de seus olhos, a emoção era evidente. Nem o mais frio dos humanos conseguiria ser indiferente a essa situação, estávamos falando de vidas que se chocaram de forma totalmente planejada por terceiros e que não se podia ver um futuro.

— Vou te deixar sozinha.- Falei. — Logo August estará vindo te pegar para te acompanhar ao altar.- Dei um beijo em seu rosto.

E deixei a minha amiga.

Ela precisava de uns minutos a sós, ela precisava cair na real e ver que sua vida mudaria completamente a partir do "sim" falado ao padre. Violetta se casaria com Lorenzo, um mafioso e ilegível ser humano. Não havia um teste grátis, ela teria que pagar para ver.

Com passos confiantes caminhei até o altar e os passos que dei por aquele corredor me fizeram pensar se em algum dia eu teria a oportunidade de estar a frente das pessoas que gosto e do amor da minha vida dizendo "sim" ao padre. Eram apenas alucinações bobas e sonhos de uma menina de 12 anos ainda no Brooklyn, a mesma que acreditava em príncipes encantados e no papai noel.

Era horrível ter a realidade batendo na sua cara a todo instante, era terrível ter que crescer e ver que a fase mais feliz da sua vida se passou a tanto tempo, ainda quando era apenas uma criança inocente. Se eu pudesse, eu jamais teria crescido e jamais teria seguido o caminho da prostituição. Porém isso já não era mais possível.

Tomei o lugar que me era devido, ao lado direito do altar e ao lado de Vicenzo. Parecia que certas coisas eram predestinadas e o destino sempre gostava de zombar das pessoas. Eu pude sentir seu olhar inteiramente em mim, durante todo o meu trajeto até que eu parasse ao seu lado e ele não pudesse contorcer sua cabeça para ficar me olhando como um lunático.

— Você está linda.- Ele sussurou perto do meu ouvido.

E pela primeira vez eu ouvia de sua boca algo que não soasse frio. Vicenzo era sincero, ele não tinha medo de falar o que pensava e muito menos fazia ponderações. Vicenzo era Vicenzo, misterioso, frio e de poucas palavras. Mas que às vezes poderia surpreender alguém, assim como ele estava me surpreendendo no momento.

Como eu sabia de tudo isso? Talvez vocês descubram ao decorrer do livro, esse ainda não é o momento.

— Obrigado.- Me virei sorrindo para ele. — Você está muito bem.- Ponderei nas palavras.

Ele estava lindo, sua presença era imponente e eu sabia que uma fila inteira de mulheres iriam querer dançar com ela na festa logo após a cerimônia. Vicenzo era uma boa amostra dos homens interessantes italianos e de todo o poder sensual que os envolvia.

— Quero dançar com você.- Ele desejou.

Como se fosse uma ordem expressa e como se não tivesse nenhuma escolha. Porém eu sabia que eu tinha escolha, mas eu não queria ter que fugir de uma boa dança. Era o que eu gostava de fazer e apreciava muito um homem que sabia dançar.

— E quem disse que eu irei aceitar?- Provoquei, mordendo o interior da minha bochecha, tudo para que eu não sorrisse como uma boba no processo.

Senti seus dedos fazerem movimentos circulares de carinho em minha mão e aquele simples gesto havia provocado sensações no meu corpo de imediato. Era como relembrar a noite que havíamos passados juntos, Vicenzo tinha um poder incrível sobre o meu corpo.

— Você não vai conseguir resistir a um dançarino tão habilidoso.- Ele respondeu, mas a linha do duplo estava presente.

Vicenzo era bom com as palavras, ele sabia como jogar e sabia como seduzir. Só não entendia todo esse charme jogado a mim e tudo após uma noite de sexo.

— Ainda estou me perguntando o que você deseja de mim.- Era bem mais um pensamento alto, do que uma pergunta.

— Você saberá.- Vicenzo soou misterioso e sorriu de forma sedutora pra mim.

Não pude falar mais nada, tive que me calar assim que a marcha nupcial tocou e que Violetta entrou na igreja sendo conduzida por August. Seu rosto era sereno, ela estava sendo forte e destemida como sempre havia sido. Eu a admirava ainda mais, ela havia perdoado os pais mesmo quando eles não mereciam perdão e estava cumprindo um trato que não havia firmado.

Tudo porque ela tinha sua honra, a doce e maldita Honra Siciliana.

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Capítulo bem clean, o próximo promete um pouco mais de explosão.

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Beijo.

Amor Prostituto - Leis da Máfia ( Livro īīī)Onde histórias criam vida. Descubra agora