Capítulo 21- Em água vive apenas peixe.

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Matias era carregado pelo peixe homem, ou homem peixe. Água e bolhas debaixo d'água. Eles eram fortes, flexíveis, e a velocidade que se moviam submersos era resultado de um preparo e uma musculação e estrutura corporal  metamorfa. Ele olhou para o lado, Noemi carregada por outra criatura, também estava maravilhada e em um estado sonolento vendo a água passar tão rápida por seus olhos, era como se seguissem uma corrente própria de um túnel aquático. Mas eram apenas bolhas ficando para trás. Não podiam respirar, estavam com poções de ar extra. A noção de tempo debaixo d'água era impossível, não sabia quantas horas tinham passado, a pele já estava franzida nas pontas dos dedos. Quanto tempo o corpo humano pode ficar submerso ? Mais uma hora havia passado, Matias adormeceu novamente. A sua carona trocou e ele não percebeu, assim como a de Noemi, o intervalo de tempo em que boiavam era curto, uma leve desaceleração antes que outros homens peixes os pegassem pela cintura. Apesar da leveza na água, os corpos continuavam produzindo um cansaço maior em uma viagem tão longa.

Um dia de viagem a máxima velocidade, cruzaram a fronteira pelo rio, no primeiro Ilhéu Tot‐Espardo os esperava, acompanhado de dois outros magos.                                                                                       

As nadadeiras se transformaram novamente em pés, eles arrastaram os corpos de Matias e Noemi até o seco. Estavam fragilizados e doloridos da viagem, os quatro homens peixes que faziam revezamento estavam mancando, os magos os atenderam depressa com duas poções servidas em ostras. Tot- Espardo se abaixou perto de Matias, o menino estavam com os lábios pálidos , assim como a menina. Eram novos ainda. Em um átimo desfavorável, o que enxergavam no menino esguio e magro não era visível. Mas se o seu amigo dizia que era, ele não duvidaria.

Era noite quando Matias acordou, puxando ar como se voltasse a vida. A poção deles era uma mistura potente demais. Não precisou nem se concentrar em não respirar, o corpo parecia saber exatamente o que fazer, expirar quando o ar estivesse velho, para o oxigênio restante se multiplicar impedindo a asfixia.                                                                                                                                           Estava deitado em uma Rede, no galho mais baixo de uma Estonqueira, pulou da rede e desabou no chão, as pernas não aguentando o próprio peso.

— O que...

Uma mão foi estendida a ele.

— Vá com calma, rapaz, seus músculos estão fracos da viagem.

— Mas eu nem fiz nada.

— Não deixa de ser cansativo, passaram muito tempo embaixo, na velocidade que vinham, era como se a todo tempo estivessem empurrando Água, e estavam.

Matias assentiu, resignado. Passou os braços pelo ombro do...

— Seu nome é ?

— Oniel.

— Venha até a farmácia, te arranjo uns remédios que te deixam melhor.

— Onde está Noemi?

— Lá também, acabou de acordar, mandou eu te buscar.

Matias guardou um sorriso na alma. Na oca Noemi estava sentada sobre uma mesa.

— Senta aqui.— disse ela.

Ele sentou.

Oniel pegou um frasco que dizia "recuperação". Matias bebeu e esperou o efeito.

— Conseguiste andar?— perguntou Matias.

— Sim.

— Prometo levar os treinamentos mais a sério.

— Você é uma dúvida constante, morria de medo que alguém o desafiasse.

— Tenho minhas pernas.

— Para fugir?

— Não, Eu tenho uma técnica especial. Estou meio enferrujado, mas ainda sei bastante.

— Só acredito vendo.— Noemi duvidou, não distinguia quando ele brincava e quando falava sério.

Matias sentiu sua força voltar, Oniel lhe deu um pouco de agua de coco e a mana pareceu correr pelo seu corpo novamente. Deu um pouco para Noemi, que provando pela primeira vez, se agraciou com o líquido doce.

— É realmente bom.

— Aqui é a terra dos muitos ilhéus, cerca de 53 ao Redor de um Ilhéu maior, a água corre para todo lado, se divide e se encontra, Navegar por aqui é para quem sabe, água nunca seca e ninguém nunca conseguiu invadir.

— Estamos no ilhéu maior?— questionou Noemi

— Sim — Oniel respondeu.                                                                                                                                                               

—Onde está Tot? — Matias perguntou.

— Em sua oca, deve estar repousando.

— Gostaria de falar com ele logo no raiar do dia.

— Assim será feito, Meu Rei.— disse Oniel, se ajoelhando. Envergonhado de ter o tratado tão casualmente.

— Ainda não sou Rei, me satisfaz saber que já sou reconhecido.

Oniel sorri, aliviado. Curva-se era humilhante, não faziam isso nem a Tot, a era da monarquia estava voltando. Os velhos hábitos também. Os mesmos hábitos de quando o mundo se dividiu, levando um mistério consigo, a escrita e papel foram criados não muito antes, escreveram relatos de guerras, lista de poções, mas a catalogação do que foi separado, ninguém se deu o trabalho. menções de outros povos, de terras diferentes e 7 reis que disputavam a supremacia. Matias era vidrado nesses relatos, o povo deixou de se importar, estavam separados, que seja, não podiam fazer nada. Além do céu terrestre, uma infinidade de possiblidades.

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