Cap. 20

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Tot Adalto estava muito ansioso para conhecer a Vila mais próxima. Os madeireiros eram mais fortes juntos, isso explicava a formação de somente três vilas. Cada uma, com exceção da Vila Central, um complexo de Ocas mais extenso do que as segmentadas Vilas da Tribo Flores.


 Recebera notícias ruins, que Matias e Noemi foram libertos depois de um ataque de lobos. Pelo menos a filha estava Viva, pensava ele obscuramente. A biblioteca dos Madeireiros havia sido queimada, e estava sendo discutido a possibilidade da traição de alguém além de Wellington. Um jovem que estava com Matias foi um dos responsáveis, foi‐lhe dito durante a viagem.

Adalto ainda simpatizava com Morte Súbita, que o enchia de histórias sobre sua coragem. Era evidente que aquilo fora uma jogada de Tot Adriano, tentando deixá-lo escabreado com a força dos Madeireiros. A amizade não foi um resultado estimado, mas tampouco deixava de ser útil as duas Vilas.


Ele viu as primeiras Ocas surgirem a sua vista, pessoas o esperavam acenando, era como uma celebridade. Não era famoso por nenhum feito seu, levava consigo o sangue de um homem astucioso e que escrevera o nome em Eventos importantes desde jovem. Graças a um período relativamente pacífico, Adalto não foi de muita importância, apenas cuidou para que tudo ficasse como estava. E em sua velhice, pois se considerava velho com 50 anos, mesmo sarado como era, fora apunhalado pela própria família, ou o que restara dela. Sua reputação de Tot benevolente, sábio e que conseguia manter tudo na linha, tinha acabado quando Noemi fugiu como uma vadia atrás de um Homem, ou cria de puta, era como o chamava em sua mente.


Ele queria descer naquela Vila para cumprimentar os rostos curiosos. Mas foi intimado que fosse o mais rápido possível a Vila central. Não que ele recebesse ordem de Alguém, apenas sabia seus deveres.  Enquanto passava pela Vila sorriu e acenou de volta para eles, enquanto passava com seu exército. Tony e Magno vinham atrás de Adalto e Morte súbita, que recebia alguns olhares e gritos de algumas donzelas na flor da juventude, Adalto desconfiava que ele fosse da segunda geração dos Terristas, e como um descendente de uma tribo Rival, ele subira na hierarquia. Adriano governava e Morte Súbita era o herói que as tribos seguiam.                                     Demoraram 8 horas até chegarem na Vila central. Adriano o esperava numa Oca em uma mesa com 7 cadeiras. Tony e Morte súbita ocuparam as cadeiras mais próximas da cabeceira onde Adriano estava sentado. Adalto se sentou ao lado de Morte Súbita e Magno ao lado de Tony. O anfitrião Adriano colocou os cotovelos sobre a mesa, apertando os punhos e rangendo os dentes olhando para Adalto.                                      —Trouxe problemas a todos nós. Poderia explicar a situação atual ?—É o que sabes, não preciso reforçar a verdade que por si só, está completa. Subestimas com quem estamos lidando...—Foi você quem o acolheu, não governa nem os próprios, como vem pedir meu exército emprestado.—De maneira alguma vim aqui com essa intenção.—Prossiga.—Como eu disse, subestimas com quem está lidando, não conviveu com o inimigo, não estou me gabando de conhecê-lo, mas o garoto não troca A por B. Seria meu favorito.—Pois escolheu errado—Rebateu Adriano, que gostava de apontar erros.—Se pensa que vim implorar alguma coisa, está enganado. Olhe bem para o Mapa deste Continente, quem faz Fronteira direta com eles? Quem vai ser o primeiro alvo ? A menos que queira dobrar os joelhos, vai sangrar sozinho, e se perder, apenas os pedaços chegarão a Região Flores, ou indo para morrerem, ou para se renderem pedindo ajuda.                                                                   Adriano não era desprovido de intelecto, entendeu o que se passava, por mais que o enfurecesse a virada no jogo, sabia exatamente o que tinha que fazer.—Imagino que as outras vilas não se darão o trabalho de se locomover até aqui, somos nós contra eles, por que acha que não posso ganhar deles e depois massacrar você ?-- porque o garoto é maquiavélico, cheio de tramoias, ele teve todo esse trabalho pois acredita que pode vencer.—Eles irão nos derrotar com fé?—Com amigos.—Quais?—A tribo Água.Adriano empalideceu.—O que lhe faz pensar que se juntariam ?—A guerra dos Peixes, se juntaram uma vez.—Eram mercenários.—Começo a desconfiar que não eram, pense bem, porque enraivecer duas Tribos, provavelmente as mais Fortes, se não tivessem um meio de nos ganharem ?                                                   A mente de Adriano viajou pela história, seria um tolo em afirmar que eram os mesmos vagabundos que foram expulsos a tanto tempo. E em pleno conhecimento disso, procurava uma forma de atravessar a Zona morta para enfrentá-los enquanto eram Néscios, pois eles eram um povo Misto, de força desconhecida.                                                                                                                                            Lembrou quando pediu ajuda a Tribo água para os atravessarem até o outro lado. A solicitação foi negada sem explicações além da desculpa esfarrapada de que não queriam correr riscos desnecessários.

 —Quem ataca primeiro?—questionou

—Esperamos eles aqui, não somos nós que estamos com pressa.—E os Livros ?—Sugiro que dê ordem para os anciãos escreverem o que sabem. Eu já fiz isso, não imaginei que fossem atacá-lo também.                                                                                                                                                            A aliança formada por cima de ameaças e insultos estava completa. O restante da reunião tratou de números e estratégias. Morte Súbita também se mostrou competente nos assuntos, o que aumentou a admiração de Adalto para com ele.

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