A Marca de um Rei

Cap. 14 - Surpresa.

Quando se menos espera, é que as Coicidências nos atingem sem aviso nenhum. O sol se punha e Noemi e Matias estavam sob guarda de um dos espadachins, ele era Calmo, transparecia uma serenidade sem fim. Segredos, Matias julgava que por trás desse silêncio havia uma história. Seja boa ou ruim.
-Por que não quebrar esse Tédio nos conhecendo?
-Não.
-Por quê?
-Não há necessidade.
O guarda andava sempre com a mão no cabo da espada, pronto para desenbainhar a qualquer momento.
-Precisa relaxar, estamos a três dias de viagem e nada aconteceu, espera o que ? Lobos, acho que alguma outra região está sofrendo com eles por perto, mas a última vez que vi um eu nem lembro.
Ele definitivamente era Forte, o mais Forte entre os que estavam com ele, talvez não tão rápido, Matias ponderava se num acaso improvável de se enfrentarem, se conseguiria sobrepor velocidade e agilidade contra a força daqueles braços.
Noemi tinha uma faca escondida, bem pequena, conseguiria se soltar se adiantasse alguma coisa, Mas eles estavam em Desvantagem até quando estavam numa situação como aquela. Apenas com um guarda.
Sem demora os outros quatro voltaram com um par de Coelhos já tirados a pele e tripas. Enfiaram numa Vara e fizeram uma fogueira debaixo deles. Cássio banhou os coelhos numa poção provavelmente carregada de tempero.
-Sabe-Disse ele- estava com saudade de comer Carne.
-Eu também-Comentou Zozias- O que eu sinto falta mesmo é de mulher, a minha tão longe, seria uma sorte encontrarmos uma puta pelo caminho.
-Falou e disse, uma pena que não estamos indo para a Vila que assusta.- Disse Carlos.
-Não falem sobre o que não temos agora, qual é o problema de vocês?-Disse Renan
-Cala a boca, cria de Puta.-disse Cássio.
-Well, dá uma volta por aí, vê se tá tudo bem.-Ordenou Zozias.
Well saiu sem pestanejar, o par de braços se contraindo enquanto desembainhava a espada de Madeira reforçada, que adquiria uma tonalidade cinza. Era um tanto resistente, leve e maleável, mas com o tempo o desgaste vinha a tona, seis meses elas rachavam e em alguns casos as pocões enfraqueciam e a Madeira voltava a ser quase comum, com uma podridão e cupins deixando ela inutilizável.
Matias viu o jovem se afastar, ele chamou sua atenção, um carisma sentido simplemente pelo olhar. O jeito dele era aquele, transparente em suas emoções, e era visível uma clara empatia. Matias queria usar isso em seu favor, mas não tinha certeza se o ponto em questão estava correto.
Well voltou depois de meia hora, os coelhos estavam prontos, deram o pedaço maior para Noemi, o menor para Matias e dividiram em partes iguais entre eles, como bons amigos, e Matias não deixou de notar isso.
Jonas estava em qualquer lugar, pensava ele, por ter desfeito a rede de Noemi, acharam que só tinha eles dois. Jonas não o preocupava, sempre se virava bem sozinho. Não era inteligente, mas tinha uma independência criativa, se ele precisava fazer uma coisa, arranjava um jeito de fazer, mesmo que no fim desse tudo errado.

Matias comeu seu pedaço de carne devagar, saboreando o gosto, Noemi deu mais um pedaço para ele. Mesmo agora que tinham as mãos livres para comer, reagir era suicídio.

Ele começava a ficar ansioso, já passara um tempo e nada de Jonas aparecer com um jeito mirabolante de salvá-los. A noite já havia caído, e enquanto comiam os últimos pedaços de carne a luz de uma fogueira, Noemi pediu silêncio.
-O que?-Sussurrou Zozias.
-Lobos.
Três saíram detrás de uns arbustos e rosnavam de frente para eles. Um era maior, tinha algumas cicatrizes no rosto. Os outros dois aparentavam uma jovialidade e inexperiência, um era castanho, enquanto o outro possuia um negro horripilante, os olhos vermelhos diziam muito sobre o que seria, e de quem era Filho. Como se não bastasse, na retaguarda outros dois rosnaram, fazendo com que a atenção ficasse dividida. Atrás deles outros dois lobos haviam chegado, Os dois de olhos cinza comuns e com a penugem escura. Carlos se colocou na frente de Matias e Noemi, libertou os Dois e entregou uma espada reserva para Noemi. O desenbainhar de espadas foi o estopim para que os lobos atacassem, antes mesmo que fosse dado uma chance de se defender, O lobo Castanho prendeu a garganta de Zozias entre os dentes e a rasgou.