cap-4 Sem barreiras

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As vilas eram partes de uma tribo, ficavam espalhadas pelo território. tinham a maior parte da força de guerra. No meio do território era onde os ficava concentrado o líder da Região e seus empregados e aprendizes. Em sua maioria guerreiros, mais uma quantidade igual de bruxos. homens e mulheres ocupavam os mesmos cargos sem nenhuma restrição. Não havia diferença de salário, pois a mãe supria todas as necessidade em todas as estações. O líder era responsável pela gerência da região, de modo que cada vila cumpria as leis sagradas de Kim. Um antigo bruxo que se dedicou tanto na meditação e estudo da natureza da Mãe que criou as Leis Sagradas que deveriam permitir a convivência dos indivíduos e a proteção dos direito de adoração da natureza. Essa mesma lei no começo era um afronto a liberdade, mas em um pronunciamento ele mostrou uma marca azul em sua lombar, que foi o suficiente para cessar o burburinho que se formava na divulgação das Leis. Aprovada pelo próprio Kim, que era ironicamente o líder da tribo Flores. As outras regiões acabaram aderindo as mesmas leis.

O crime de Matias não estava em simplesmente queimar o livros, mas em queimar todos os livros típicos, aqueles que nenhuma outra região tinha, nem mesmo as vilas tinham cópias desses. Se alguém quisesse se tornar Bruxo ou guerreiro, vinha passar uma temporada de no mínimo 5 anos na vila do líder, onde ficavam os livros típicos. 

Passado um dia, Tot saiu com uma comitiva de 30 guerreiros e 31 bruxos. Marchavam a cavalos em alta velocidade. Em 40 minutos chegaram na vila de Tíbias. Tot se aproximou do supervisor chefe Tíbias, que estava saindo de uma oca. Um senhor de seus 40 anos, mas aparentava uns 30. Tinha uma barba espessa e grisalha. Vestia apenas uma calça de linhas brancas amarronzadas. Ao ver Tot, se ajoelhou. 

— Levante-se.

— O que lhe traz aqui? Tot. 

— Sempre direto. Não se preocupe com formalidades, não iremos ficar por muito tempo. Receio que dois fugitivos passaram por aqui. Confirma tal informação ? 

— Não senhor. Nenhum rosto novo por aqui. Quem foram esses ? 

— Noemi e Matias. 

Tíbias achou não ter entendido, mas a dicção de Tot era perfeita e clara.

— Marcos ficará chocado. 

— Achamos que eles poderiam ter vindo aqui. Os meios de comunicação não são os mais rápidos, até avisarmos vocês dos crimes, eles já teriam batido em retirada.                                                 
— Mas porque não veio de imediato ? A cavalo é fácil alcançar qualquer vantagem de tempo, até mesmo uma ligação.

Enquanto conversavam, algumas pessoas se aproximaram para tratarem dos cavalos, mas foram dispensados com um gesto da mão de Tot.

— Perdemos o rastro deles, sumiram no rio e não havia vista de pegadas na encosta, eles apagaram os rastros por uma distância considerável. Depois voltamos para pegar os cavalos, mas eu pedi que um bruxo me trouxesse uma poção de comunicação arbórea. Levei uma mensagem a uma das vilas que protegem a fronteira. A distância é boa, como sabes, depois disso eu desmaiei. Acho que estou mais velho do que penso. Quando acordei estava deitado na rede, já era noite. É incrível que ninguém seja proativo, acho que preciso aderir a um supervisor na minha própria vila para ocasiões assim.

—Entendo. Mas o que fizeram mesmo?

— Preciso que mantenha sigilo, não quero que fiquem desesperados, os livros típicos foram queimados, Noemi o ajudou a fugir. Sempre achei a cisma com o garoto quase doentia, mas imaginava que a ligação tornaria os dois fortes quando selassem um pacto. Mas agora temo que tenha perdido minha filha para um estrangeiro fria de puta.

— Não, senhor, penso ter ouvido errado.

—Pois não ouviu, o pior você ainda não sabe.

—O que é?

— Ele tinha a marca verde. Pediu que tivéssemos fé nele, mas passei a decisão ao pessoal da vila, pediram morte, principalmente os aprendizes que ainda não tinham terminado a formação.

— O que você faria, senhor?

— A marca é incomum, mais de séculos desde que a última apareceu. No entanto, não sabemos como ela realmente funciona, ele pode ter se equivocado, e os danos permanentes á esses livros não faz sentido nenhum. 

Tot por fim desceu do cavalo, os outros fizeram o mesmo. Saiu a conversar com Tíbias para dentro da toca que tinha saído. 

— Podem repetir o desjejum, sairemos apenas pela tarde. cinco de vocês devem mandar uma mensagem para as vilas distantes, as próximas  serão avisadas a cavalo—Tot disse para seus guerreiros.

Eles entraram dentro da oca. Célia estava nua, pediu desculpas a Tot, e vestiu um vestido rapidamente. 

— Salve Tot.
— Amém.
Tíbias, Tot e Célia sentaram em cadeiras de descanso, feitas com fundo de pano. Tíbias repetiu para sua esposa o que haviam lhe contado e depois continuaram a conversa.

— Como anda sua força militar?

— 500 guerreiros, 500 bruxos. Mas temos civis comuns que adorariam se juntar ao  senhor.

— Números.

— Especulo que até 350, a vila tem que se manter em funcionamento, não podemos abandoná-la.

— Entendo. Prepare esses para me encontrarem na Vila da cebola. vou seguir caminho pelo Sudeste, temo que eles tenham voltado por nossa margem do rio. Agora que penso, acho que fomos trolados. Aquele Matias é danado.

— Sim, danado. Igual ao Tio, mas se me permite um conselho, Tot, ele tem habilidades políticas consideráveis, foi feito para um Dia ser Tot ou no mínimo supervisor. Não acho que ele ficará perambulando por aí como pato tonto. Caminhos óbvios não seriam os caminhos dele. Por onde você seguiu o Rio?

— Subindo e descendo. 

—provavelmente ele subiu o Rio,  contra o caminho da Vila de Marcos. Se bem conheço o garoto, tem um plano arquitetado. Proteja bem as fronteiras, e acelere os preparos para a guerra. Pois se esse garoto escapar, a cobra vai fumar. 

Tot prestou atenção a tudo que ouviu e guardou para si. Quanto mais tempo passava, mais achava ter tomado decisões ruins. Existia as boas, claro, foi uma medida preventiva essencial avisar as vilas das fronteiras. Em contrapartida, ter desmaiado sem ter dado nenhuma ordem a ninguém. Foi seu pior fracasso, o pior disso é que se sentia burro, e nos seus profundos pensamentos via Matias rindo dele como se tivesse feito algo muito idiota, como limpar um cu com urtiga. Tot saiu da Vila para pensar sozinho depois de um tempo, queria muito uma companhia, não entendia por que um líder deveria ser solitário quando o que mais precisa é de amigos verdadeiros. A angústia lhe doía mordendo em pontos frágeis de sua alma, fazendo -a jorrar o sangue escuro de sua alma sombria. Uma das árvores mais altas eram as torren, chegavam até 70 metros de altura na idade adulta. Ele começou subir uma torren até chegar ao topo, onde avistava uma  grande extensão do seu território. Estava ofegante, isso o fez refletir que estava ficando idoso, e será que não podia simplesmente ter a lealdade de sua própria filha ? Doeu demais, ele admitiu, e ali onde ninguém podia ver suas lágrimas, chorou silencioso, pois como se sabe, as árvores  tem ouvidos

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