A Marca de um Rei

Cap. 13- Jonas, o matemático.

Jonas continuava a ter sonhos com as mesma mulher, vestida apenas por folhas, o cabelo liso e lustrosos caindo em cima do seios. Estranho é que nenhuma delas caía, como se fossem coladas ao corpo, quem sabe coladas por uma cola. O que ele acreditava é que elas não caíam pela simples vontade dela. Aquela mulher tinha poder, ele deduzia que as folhas ficariam onde quer que aquela mulher desejasse, mesmo que fosse no Ar, apostava com toda sua sorte que as folhas ficariam flutuando estagnadas.
Depois de dois dias se esgueirando pelas árvores, sem jamais ser visto por olhos humanos, percebeu uma direção única em que seguiam, estavam caminhando no sentido Noroeste, para a Vila central.
Um macaco de rabo de fogo o vigiava pela jornada. Jonas não sabia se era o mesmo, por onde ia ele via um. Tão pequenino, esperto como nenhum outro. Capaz de exercer as maiores traquinagens. Ele lembrou que durante a sua viagem solitária teve coisas roubadas de sua bolsa lateral de poções. Misteriosamemte elas reapareciam em sua bolsa uma vez ou outra. Pensando melhor, achou que na terra dos nécios uma Águia o seguia também. E agora que o litígio estava lhe penetrando, achou que durante a noite uma coruja sempre pousava alguns galhos acima de sua Rede.
Jonas sacudiu o crânio e se deu um cascudo, Coicidências são coincidências, não tinha neurônios para gastar com coisas que não ajudavam em nada. Ele sabia que o atraso de Dois dias para partirem coincidiu com o tempo necessário para Tot Adalto planejar e atravessar a fronteira com uma das forças mais forte dentre as tribos. Alguns diziam que os Madereiros possuiam monopólio do poder. Jonas discordava apesar de nunca ter entrado nesse debate com ninguém. Numa guerra, a capacidade de recuperação contava bastante, e não havia um lugar com tantos bruxos como a Região Flores. No território deles, eles tinham vantagem, e a quem se aliassem a maré da guerra mudava. Os madereiros já tiveram oponentes que se equiparavam em força, a tribo Terra, os murros daqueles caras quebravam Rochas, não eram tão inteligentes, mas qualquer idiota é capaz de conspirar, e a uns anos atrás foi descoberto que queriam dominar o Continente, antes que qualquer outra tribo pensasse em promover uma aliança com eles, os madereiros e Floristas atacaram pelos flancos com uma ferocidade incrível, Floristas correndo como o vento, socando brutamontes com uma força semelhante. Flechas voavam e acertavam o coração dos Terristas. Conforme avançavam os Terristas eram dizimados pelo fator surpresa. Passados uns 40 minutos os Floristas recuaram e sumiram de vista, os Terristas ofegantes estavam a se organizar para revidar, mas raízes começaram a brotar do chão e se enroscaram subindo pelas pernas, os Madereiros haviam chegado, e com um poder incrível eles ordenavam e as árvores obedeciam, como eles conseguiam fazer uma árvores se levantar e andar ninguém sabia, o que só deixava mais assustador aquelas árvores prendendo e matando brutamontes como se não fossem nada. Mas claro que madereiros tiveram baixas. Braços e pernas quebravam Raízes e até conjurarem uma forma de se protegerem, os Terristas estavam sobre eles esmagando crânios com um só golpe.
Quando a maré parecia mudar, por uma leve subestimação da força da outra tribo. Os Floristas apareceram novamente, ajudando os madereiros a se recomporem, e juntos eles formaram uma das alianças mais fortes já vistas, os Terristas foram sendo dizimados até sobrarem poucos deles, a Maioria somente a população comum das vilas, e em sua maioria mulheres e crianças.
No final do dia, as duas tribos atacaram todas as vilas da tribo Terra e reduziram o povo a um pouco mais de uma centena, pois foram muito aqueles que preferiam a morte a rendição.
Seja qual fosse a guerra, quem tinha os floristas tinha esperança. Por isso os nécios queriam tanto sequestrar Noemi. No dia que foi discutido o plano, Matias se opôs, alegou que não podia fazer desse modo, deu inúmeras desculpas, mas não assumiu amar a garota. O que era bem óbvio.
Quando o dia virou noite, Jonas tomou um energético e uma poção de visão noturna, seguiu em direção a Vila mais próxima, precisava saber o tempo exato de uma vila a outra, então tinha que percorrer o caminho pra ter certeza. Andou solitário novamente, mas não como imaginava, pelo dia o macaco o seguia, e de noite a coruja o vigiava com os olhos amendoados.