Andirá - a vingança

Epílogo

Epílogo

Fechei meus olhos e senti o vento tocar meu rosto, meu cabelo balançou suavemente e aspirei o cheiro doce das flores que perfumavam o ar. Ao abri-los observei Caleb e ele sorriu. O pátio da mansão em Malie estava diferente, muitas plantas decoravam o local e dividiam espaço com os brinquedos de Maxine e dos gêmeos Sofia e Andrei.

Caleb fora convidado a ser o ancião de Malie, Briseu retornou a Megaron e o povo escolhera aquele em quem sempre confiaram. Caleb havia mudado, mas nunca deixou de ser um líder.

A decisão de segui-lo foi natural, sua presença ao meu lado me deixava calma e segura. Nos casamos na ilha onde seu povo permanecia, com as bênçãos de sua mãe e minha família presente. Foi um momento de muita alegria junto de nossos amigos. Tivemos um casal de filhos, gêmeos. Meus pais vivem em Malie, meu pai ainda faz pães e minha decidiu trabalhar em um dos templos de cura. Biel conquistou o coração de Nínive e Sérgio entrou para a guarda de Malie.

Caleb dispensou o soldado que havia lhe trazido documentos, os quais assinou com rapidez e veio até mim.

__Acho que você não leu aquilo direito. – apontei o soldado que sumia de nossas vistas e ele riu.

__Não era nada tão importante e eu já sabia o que o documento continha. E hoje não é dia para isso. – ele me envolveu a cintura.

__Não?! – fiz que não entendi.

__Não. – ele disse e me encarou. __Não acredito que não se recorda!

__De que?

__É nosso aniversário de casamento! – ele disse franzindo a região entre as sobrancelhas.

__Ah! Isso?! – eu ri.

__Sim! Nosso dia. Precisamos comemorar. – ele falou e me apertou mais em seu abraço.

__E posso saber como vamos comemorar?

__Posso imaginar várias maneiras. – ele sussurrou em meu ouvido e me beijou. Senti meu corpo amolecer e arrepiar ao mesmo tempo. Então fomos interrompidos por gritos e choros.

__Mamãe, papai. – Sofia e Andrei entraram no pátio correndo com seus cabelos escuros como os meus a sacudir.

__Maxine não quer nos ensinar! – Andrei apontou para a porta e Caleb suspirou e abaixou-se até ficar da altura dos pequenos de quatro anos.

__Ensinar o que? – ele perguntou.

__Isso! – Maxine entrou no pátio com seus olhos cintilando em azul e três bolinhas coloridas a levitar sobre suas mãos. __Já disse que eles são muito pequenos para fazer. – ela replicou com ar de superioridade.

__Maxine! – eu a repreendi. __O que nós já conversamos?

__Nada de usar meus poderes para brincar. – ela respondeu com a cabeça baixa deixando as bolinhas caírem em suas mãos.

__E nada de provocar seus irmãos. – completei, e os pequenos voltaram a chorar. Caleb os pegou no colo, acalentando a ambos e os levou para dentro de casa. Suspirei resignada, nossa comemoração teria que ficar para depois.