Amigos valiosos

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Cap. 19                                Amigos valiosos

Vic

Seguimos com os treinos todas as tardes, Caleb me fez relembrar seus primeiros ensinamentos, levitar objetos, controlar os elementos da natureza, invadir as mentes e controlar as emoções de outras pessoas. Sempre um soldado diferente era recrutado para nos ajudar. Meu irmão se propôs, mas Caleb não permitiu, disse que eu não me soltaria com medo de machucá-lo.

Max e Jordan treinavam pela manhã, juntamente com meu irmão Gabriel, que se mostrou muito bom lutador. Papai ficaria orgulhoso, afinal as aulas de judô não foram um total desperdício.

Por cinco anos, Max se concentrou em ser um pastor de ovelhas, deixando a espada de lado, mas suas habilidades não estavam perdidas, ele ainda sabia como maneja-la bem, porém era necessário aprender a usar as novas armas de Malie. Eram pequenas pistolas a laser, como a que os Handarianos usaram contra nós nas minas ao norte. Aquilo me causava desconforto.

Quando chegamos a cidade de Nagov tivemos uma agradável surpresa. Filipe e Alexandra nos esperavam no porto. Não acreditei quando vi o casal de ruivos a nossa espera. Filipe havia deixado os cabelos crescerem e os usava amarrados em um rabo de cavalo, como Caleb um dia também usou. Alexandra mantinha seus arco às costas e usava, como sempre, calças justas, escuras e uma blusa clara e justa demais para o tamanho de seus seios grandes.

__O que fazem aqui? – perguntei tão logo cheguei a eles.

__Viemos ajudar! O que pensou? Somos seus amigos. – Filipe respondeu com expressão brava.

__Deveria ter nos avisado Vic, teríamos vindo com vocês. – Alexandra completou.

__Como souberam? – Max os inquiriu.

__Quando estávamos em Ogden, visitando meus pais antes do casamento, Sinara nos encontrou por lá e nos avisou que estavam em busca de sua filha. – Filipe respondeu sem nos encarar, olhava para Alexandra que completou:

__Então decidimos vir ajudá-los.

__E como souberam onde nos encontrar? – perguntei desconfiada e ambos se entreolharam constrangidos. Percebi que escondiam algo e notei que Alexandra e Caleb trocaram um olhar. Também olhei para ele esperando uma resposta.

__Eu pedi que viessem, pedi a Sinara que levasse o recado. – Caleb finalmente revelou. __Achei que seria bom ter os amigos juntos nesse momento de tensão. – Tanto Max quanto Celandine observavam Caleb com uma expressão de incompreensão.

__Obrigada por terem vindo, mas não gostaria que vocês se ferissem por nossa causa. Principalmente tão perto do casamento! – falei mais alto, me recordando. __Vocês não deveriam ter deixado o casamento para depois! – me voltei para Caleb e o repreendi __Como pode fazer isso? Eles deveriam se casar em breve!

__Está falando bobagens Vic. – Alexandra disse muito séria e segurando minhas mãos continuou: __Somos todos amigos e vamos ajudar a resgatar sua filha contra aqueles monstros. E... – ela deu uma olhada rápida em torno __ainda quero minha vingança!

A cidade de Nagov lembrava muito Lenora, construções medievais, um muro alto circundava a cidade. Vestígios das invasões que ocorreram no passado, antes que a muralha de contenção houvesse sido criada em meio a Floresta de Nagoi, separando Solaris do resto de Atlantis.

Tomei o cuidado de prender os cabelos e cobri-los com um lenço antes de entrarmos na cidade. Nos hospedamos na casa do ancião da cidade, os homens da guarda ficaram nos navios. O ancião de Nagov era um homem relativamente jovem, não tinha mais que quarenta e poucos anos, era casado e tinha duas filhas pequenas com dez e oito anos. Seu nome era Vicente e ele me lembrava um pouco o meu sogro, tinha os cabelos castanhos claros e a pele bronzeada, com certeza por suas atividades de pesca. Sua mulher, Teodora, era bem mais jovem, devia ter no máximo uns trinta anos e diferente das mulheres de Atlantis, me passou a impressão de que era ela a comandar a cidade e não o marido. Era miúda, com cabelos loiros e curtos e um sorriso forte e determinado. Nos recebeu com gentileza e logo que os deixamos a par do que ocorria, se mostraram solícitos em nos ajudar, não pela obrigação de responder ao conselho geral de Zorah, mas por amizade mesmo.

Andirá - a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora