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– Juro, Camila, você devia ter visto a expressão dele. Foi como se uma mulher tivesse dado um fora nele pela primeira vez. – Lili nem mesmo olhava para a prima enquanto falava. Ela estava ocupada demais socando uma imensa bola de massa, imaginando o rosto de Cole Sprouse enquanto o fazia.

Embora já tivessem passado quase 24 horas desde que ela o encontrara, Lili não tinha parado de pensar nele. Que desgraçado por invadir o cérebro dela outra vez, quando ela se esforçara para esquecê-lo ao longo dos últimos anos! Desde que fora embora de Chicago para seguir seus sonhos de bailarina, ela ficara se convencendo de que a paixão por ele tinha sido uma coisa boba, infantil.

Vê-lo outra vez a fizera se lembrar da verdade: ela desejava Cole antes mesmo de compreender o que era aquilo que ela queria. Agora que ela sabia o que significava o formigar entre as pernas e a lassidão nos seios, o desejo era quase doloroso.

– A vovó não dizia sempre que o segredo da massa folheada era não sová-la demais? – observou a prima, soando silenciosamente divertida.

Lili a fuzilou, sentada do outro lado da cozinha da confeitaria, com um olhar.

– Você quer fazer isto?

Camila, que tinha um visual delicado e era bonita, colocou uma mecha de seus curtos cabelos castanho-escuros atrás da orelha.

– Você é a confeiteira. Eu sou a contabilista. – Ela deu um gole em sua enorme caneca de café. – Então, por que você foi embora? Você o desejava desde sempre.

– Talvez. Mas eu não quero o sempre de um modo geral – lembrou à prima, enquanto enfarinhava o balcão e começava a trabalhar a massa com um rolo. – Você sabe que não quero isto por mais tempo além daquele que sou obrigada. – Ela olhou ao redor da cozinha, onde estava trabalhando sozinha para finalizar os pedidos de sobremesas para os restaurantes clientes. Incluindo o dos Sprouse.

Não que fosse ela a pessoa a entregar os pedidos deles... de jeito nenhum. O sujeito das entregas ficaria a cargo disso em breve.

– Eu sei. Você vai embora outra vez assim que o tio Gus estiver bem o suficiente para voltar ao trabalho. – Camila não soou muito feliz a respeito, o que Lili compreendia. A prima doce e bem-humorada era filha única e praticamente fora adotada por Lili e as irmãs. Elas cresceram muito próximas.

Lili sentia falta dela também. Mas não o suficiente para permanecer ali. Assim que o pai se recuperasse, e a mãe não precisasse mais ficar cuidando dele em casa em período integral, Lili iria embora para sempre. Se ela iria retornar a Nova York e tentar recuperar a carreira na dança, disso não sabia ainda. Mas seu futuro não incluía um cargo de longo prazo como a Garota da Farinha da Rua.

E também não incluía se tornar a amante de qualquer sujeito que os pais dela enxergassem como o motivo perfeito para Lili ficar por ali e gerar bebês. Até mesmo um amante tentador como Cole

– Então... como vai a vida? – perguntou ela à prima, desejando mudar de assunto. – Como está o trabalho?

Camila se inclinou para frente, apoiando os cotovelos no balcão.

– Acho que não sou muito boa. Meu chefe obviamente não confia em mim; há alguns arquivos que ele não me deixa nem mesmo olhar.

– Você não foi contratada para manter a contabilidade em dia?

Camila, que tinha ido trabalhar há três meses em uma loja local de carros usados logo ali na vizinhança, assentiu:

– Eles fazem uma bagunça. Mas, toda vez que peço para ter acesso aos registros antigos, ele praticamente dá tapinhas na minha cabeça e me manda voltar para minha mesa como uma boa garotinha.

𝐏𝐑𝐎𝐕𝐎𝐂𝐀𝐍𝐓𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora