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(Musiquinha pra vocês entrarem na vibe pro cap, beijinhos 😘, aproveitem)


Cole não estava na plateia. Lili buscou pela multidão durante sua performance, perguntando se se ele estaria à espreita nas sombras, cuidando dela.

Não estava.

Era o fim.

De algum modo, ela deu um jeito de não chorar enquanto girava ao som da música. Deu um jeito de não demonstrar aos homens ávidos na plateia que seu coração estava despedaçado.

Não deveria estar assim; afinal, ela sabia que entrar naquela relação louca e selvagem com Cole acabaria mal. Desde o primeiro dia, eles desejavam um ao outro em condições opostas. Ele desejava a irmã caçula bonitinha de sua cunhada que trabalhava na confeitaria todos os dias. Ela queria o guarda-costas sensual e atraente que cuidava do corpo nu dela todas as noites.

O fato de ele ter tentado brecá-la e proibi-la de dançar na primeira oportunidade em que tivera um pretexto conveniente enfatizava aquilo ainda mais.

Enquanto ela dançava até o chão, rebolava, dava impulsos e saltos no palco, quatro palavras seguiam o ritmo da música. Elas tocavam sem parar, seguindo o compasso quaternário.

Isso não vai funcionar.

Assim que Lili finalizou a dança, estava tão furiosa quanto magoada. Independentemente de ser amante dela, Cole deveria ser o guarda-costas da boate. E, mesmo quando ela estava mais vulnerável, exposta, ele não estava à vista.

No segundo em que o encontrasse, ela teria algo a dizer a respeito. Mas aquele instante chegou quase imediatamente... Ele estava sendo o guarda-costas dela de fato. Literalmente. Estava parado nos bastidores do palco, sombrio e predatório. Ele ficou observando enquanto ela saía... de uma linha reta com visão para o centro do placo. Então ele não a tinha visto dançar. E certamente não tinha passado pela experiência de vê-la junto ao restante da imensa plateia masculina.

Nada havia mudado.

– Vou acompanhar você até o camarim – disse ele, o maxilar tão tenso quanto os ombros –, Rosa.

Ela nem mesmo respondeu quando deslizou o roupão por sobre o corpo seminu, então passou por ele em direção à escadaria. Ela não precisava da ajuda dele, não precisava da aprovação dele.

Sim, ela precisava dele. Mas havia aprendido a se virar sem ele, exatamente do jeito que fizera durante todos aqueles longos e solitários anos de sua adolescência, quando ela ansiava por ele.

É claro, nunca tê-lo para si poderia ter ajudado até então. Mas e agora que ela o tinha?

Lili temia nunca ser capaz de superar Cole.

– Ahã. – Assim que chegaram ao pé das escadas, Harry saiu do camarim coletivo.

– Está tudo bem? – perguntou Cole, em alerta instantaneamente.

– Tudo bem – respondeu o sujeito mais velho, mas ele não soava convencido. Na verdade, a voz dele estava fraca; o rosto, um pouco pálido.

Lili colocou uma das mãos no ombro dele.

– Harry, o que houve? Leah está bem?

Ele cobriu a mão dela com a sua.

– Sim. Jackie telefonou mais cedo. Leah está bem. – Ele olhou por cima do ombro para o camarim silencioso. Saiu do cômodo e fechou a porta. – Mas preciso conversar com vocês dois. Podem vir comigo, por favor?

Ao ouvir a urgência na voz dele e ver a preocupação óbvia, Lili entrou em alerta imediatamente. Algo mais havia acontecido... talvez mais alguém estivesse machucado.

𝐏𝐑𝐎𝐕𝐎𝐂𝐀𝐍𝐓𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora