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-Oi- disse ele, quando finalmente chegou até ela.

-Ei. - Ela se sentiu quase triunfante por ter alcançado aquele tom de desinteresse casual. Até mesmo conseguiu continuar inclinada de encontro à parede, provavelmente porque precisava do apoio. Ela podia ter aprendido a lidar com os homens, mas nunca havia superado a sensação de ser a Lili-nerd quando estava perto daquele ali.

- Há algo que eu possa fazer por você?

Ah, sim. Ela era capaz de pensar em várias coisas. Começando pelo troco por ele ignorá-la quando ela era uma garota rechonchuda e apaixonada. E finalizando com ele nu na cama dela.

Mas ficar nua na cama com Cole Sprouse envolveria sérias complicações. A irmã dela era casada com o irmão dele. As famílias eram velhas amigas. Se ela sequer olhasse para o sujeito com interesse, a vizinhança os faria produzir bebês italianos de cabelos loiros (ou pretos, nunca se sabe) em um ano.

Oh-oh. Não, obrigada. Não para Lili. O sexo com Cole seria delicioso. Mas vinha com consequências demais.

-Acho que não- respondeu ela finalmente.

Ele não recuou.

- Tenho certeza de que há alguma coisa.

- O que foi, você virou garçom agora? - perguntou ela, achando graça da ideia de ele estar servindo mesas. Especialmente considerando que aquele peito dele poderia provavelmente funcionar como uma mesa.

Cole tinha, tal como todos os filhos dos Sprouse, trabalhado no restaurante durante o Ensino Médio. Do mesmo jeito que Lili trabalhara na confeiteira, frequentemente comendo seu salário para adoçar sua angústia adolescente.

Mas ele estivera na Marinha durante anos. Ela não o vira erguendo pizzas agora que estava de volta a Chicago. Não depois de erguer metralhadoras Uzi ou o que quer que aqueles soldados viris carregassem.

- Talvez. Por que você não me diz o que deseja e eu digo se posso conseguir para você?

Uma pizza fininha e cheia de queijo ao estilo de Nova York foi a primeira coisa que veio à cabeça dela, mas Lili não queria ser enforcada na esquina da Taylor com Racine.

- Eu já fiz meu pedido.

Ele sorriu sutilmente.

- Eu não estava falando só da pizza.

Deus, aquilo foi... sim, foi. Houve uma piscadela repleta de flerte naqueles olhos verdes quartzo dele. Ele estava jogando algumas insinuações sutis para ela, e aquilo havia ficado bem claro.

- Oh. - Foi tudo que ela conseguiu dizer.

A farinha de bolo deveria ter entupido seus genes de femme-fatale nos últimos meses. Só isso explicava como alguém com a experiência dela com relação a homens poderia não ter entendido o duplo sentido na frase dele.

- Quer se sentar enquanto aguarda seu pedido? - perguntou ele, gesticulando em direção a algumas cadeiras na área de espera.

- Não, obrigada. - Ela ficou em silêncio. Se abrisse a boca outra vez, poderia fazer algo estúpido como falar uma besteira como: "Uau, o que eu não teria dado para você me olhar assim quando eu era adolescente." E isso ela não queria fazer de jeito algum.

Ela cerrou os lábios. Iria ser Lili, a muda desinteressada. O que era bem melhor do que a Lili, a mutante apaixonada.

- Que tal na mesa?

- Na mesa... o quê?

Ele sorriu outra vez, aquele sorriso sensual e autoconfiante que provavelmente fizera pessoas dos cinco continentes baixarem a calcinha/cueca 60 segundos depois de conhecerem-no.

𝐏𝐑𝐎𝐕𝐎𝐂𝐀𝐍𝐓𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora