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– Você me encontrou – murmurou ela.

– Você não precisou exatamente deixar uma trilha de migalhas, doçura... este lugar está aqui há séculos.

– Não me chame de doçura – rebateu ela.

Ele estendeu as mãos, as palmas expostas.

– Desculpe.

Mandando o próprio coração continuar a bater normalmente, Lili atirou a toalha no balcão, então cruzou os braços para encará-lo.

– Você está tentando me dizer que sabia que eu estaria aqui porque você sabia quem eu era? Tente outra vez.

Cole pigarreou, desviando o olhar. Encolhendo-se envergonhado de um jeito fofo, ele disse:

– Não, eu não reconheci você no início.

Então ele a reconhecera depois que ela fora embora?

– Dylan me disse quem você era.

O babaca.

– Desculpe por não ter reconhecido você. Faz muito tempo.

Não tempo suficiente para que ele fosse apagado da mente dela, isso era certo. Ela reconheceria Cole Sprouse se trombasse nele vendada durante um apagão. Porque o perfume dele estava gravado em seu cérebro. E o corpo dela reagia de um jeito instintivo toda vez que ele estava por perto, de um jeito que não reagia a mais ninguém, nem mesmo a homens de quem ela fora íntima.
Ele a deixava trêmula, desejosa, fraca e ávida, tudo ao mesmo tempo. Sempre deixara, por algum motivo desconhecido.

– Sim. Faz muito tempo – murmurou ela, passando para lavar as mãos na pequena pia atrás do balcão.

Droga, ela odiava o fato de ele deixá-la perturbada. Já havia conhecidos outros homens bonitos. Havia ido para a cama com outros homens bonitos. Talvez nenhum deles fosse tão sensual. Mas ela havia saído com atores e milionários lindos que desejavam mostrar que saíram com uma dançarina profissional capaz de levar a perna acima da cabeça. Nenhum deles a afetara do jeito como este, que ela nunca nem mesmo beijara, a afetava.

– Preciso correr, Lili – disse uma voz. – Não quero... atrapalhar.

Lili quase tinha se esquecido de que Camila estava na cozinha. Ao ver o sorriso no rosto da prima, ela suspirou de maneira frustrada e longamente. Pretendia utilizar Camila como um pretexto ou, no mínimo, como um cinto de castidade de 1,65 metro, para mantê-la longe de atitudes estúpidas, como espalhar recheio de cheesecake sobre o corpo inteiro de Cole e então lamber tudo lentamente.

Mas a prima a estava socorrendo, antes de seguir em direção à saída.

– Bom ver você, Cole – disse ela.

Os três caíram então em uma conversa breve e casual, como a maioria das pessoas que havia crescido na vizinhança normalmente fazia. Exceto que Lili ainda não tinha redescoberto aquela camaradagem com todas as pessoas com quem tinha crescido. Enquanto os dois conversavam, Lili tentava recuperar a tranquilidade, obrigando-se a olhar para aquele sujeito do mesmo jeito que olhava para todos os outros. Como nada especial.

Sem chance. Ela não conseguia fazê-lo. Ele era especial.

Aquilo tinha que ser porque ele havia sido o primeiro homem que ela desejara. E o fato de nunca tê-lo fizera a intensidade da atração crescer. Sem um ápice, sem a explosão quando finalmente o possuísse e então o tirasse da cabeça, ela permaneceu em um processo lento de fervura do desejo por Cole durante anos.

Então o possua e tire-o da sua cabeça.

Ah, a ideia era tentadora. Muito tentadora. Parte dela desejava desesperadamente convidá-lo para ir com ela ao hotel mais próximo e tomá-la até ela não conseguir nem fechar as pernas mais. Se ela tivesse garantias de que ele o faria, e que então se esqueceria do ocorrido, sem nunca esperar um repeteco e que nunca, nunca, contaria uma palavra a ninguém, ela cogitaria seriamente.

𝐏𝐑𝐎𝐕𝐎𝐂𝐀𝐍𝐓𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora