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(Musiquinha pra vocês entrarem na vibe pro cap, beijinhos 😘, aproveitem)

Camila Mendes sempre soubera que nunca seria loucamente sexy e autoconfiante como sua prima Lili. Mas havia ocasiões nas quais ela se permitia achar que sim. Talvez, já que eram parentes, Camila tivesse um pouco do poder de Lili preso dentro de si. Então, desde que era criança, ela costumava brincar de um jogo: OQLF, mais conhecido como O que Lili faria? E então tentava seguir a resposta.

Chamar Kj Apa para sair com ela um dia durante o almoço definitivamente tinha sido um momento OQLF. Camila ainda não conseguia acreditar que havia feito aquilo. Mas, se não tivesse feito, não estaria agora sentada numa cafeteria, olhando para o lindo rosto dele do outro lado da mesa. Encarando o rosto dele, na verdade.

Encarando. Lili não iria encarar. Camila baixou a cabeça, concentrando-se na sua xícara de chá verde. Não o café expresso duplo do qual ela provavelmente precisava, e culpa do seu gracejo “não bebo café”, mas tudo bem... principalmente por causa da companhia.

– Está pronta para pegar mais uma xícara? – perguntou Kj.

Camila balançou a cabeça.

– Estou bem, obrigada.

Eles não estavam na confeitaria do tio dela, mas em uma filial de uma enorme cadeia de cafés, não muito longe do apartamento dela. Camila havia escolhido o local, que parecia seguro, neutro e impessoal. Não o tipo de lugar que dissesse que ela pensava estar em um encontro romântico. Não o tipo de lugar onde um encontro romântico estaria absolutamente fora de questão.

Deus, ela era péssima naquilo. Lili o teria encontrado no bar de algum hotel.

Vá devagar, ela lembrou a si. Chamar um homem para sair era uma novidade para ela. Não era como se ela nunca tivesse namorado, ou fosse completamente inexperiente. Mas, se Lili estava no degrau mais alto no que dizia respeito a lidar com homens, Camila ainda estava escalando a escada do porão.

Eles se sentaram em uma alcova perto da vitrine dianteira. A cadeira de Camila estava afastada da mesa, para acomodar o comprimento de suas pernas debaixo dela. Kj parecia apertado, amontoado na cadeira e canto pequenos, mas não reclamou.
– Você deve estar cansado de me escutar falando dos meus problemas com meu senhorio –disse ela, quando a conversa desandou. – Aparentemente não calei a boca um minuto.

Ele balançou a cabeça.

– É fácil conversar com você.

– Você não tem conversado muito... só escutado.

– É fácil escutar você – respondeu ele, com um sorrisinho.

Boa resposta. E era algo mútuo, pois também era muito fácil gostar dele. Mas ela sentia não saber nada a respeito dele.

– Então... Você gosta de trabalhar para o Marty? Você vendeu mais carros no primeiro mês lá do que os outros venderam nos últimos três meses.

Ele deu de ombros.

– Não é difícil quando você tem bons produtos para vender. – Baixando o olhar, ele pegou sua xícara. – Acho que você sabe disso, já que trabalhar para o Marty há mais tempo do que eu.

Suspirando, Camila balançou a cabeça.

– Não muito mais tempo.

– Mesmo?

– Eu comecei uns dois meses antes de você, então não sei de muita coisa também.

Ele franziu a testa.

– Mas você cuida do financeiro, então certamente sabe como as coisas estão indo. Aposto que o lugar está ganhando uma grana, não?

Grunhindo de aborrecimento, ela admitiu:

𝐏𝐑𝐎𝐕𝐎𝐂𝐀𝐍𝐓𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora