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(Musiquinha pra vocês entrarem na vibe pro cap, beijinhos 😘, aproveitem)


– Ei, gostosa, você está deliciosa de novo hoje.

Camila levantou a cabeça de repente, afastando as colunas de números do cérebro quando alguém adentrou o escritório na tarde de domingo. Ela sabia que não era Kj... Ele não falava com ela daquele jeito, o que era bom. Ela queria que ele a notasse, queria que ele percebesse que ela estava interessada. Mas definitivamente não queria um homem que falasse assim tão grosseiramente.

– Ah, oi – disse ela, vendo um dos vendedores parado à porta. O sujeito, Ted, era um divorciado de meia-idade com o riso frouxo. Ele também tinha o que ela e os amigos da escola chamavam de “mão boba”.

Ele gostava de ficar agarrando. Era grudento. Mas nunca havia ido muito além dos ombros dela. E ela esperava que aquilo não mudasse.

Ted estava usando seu casaco esportivo listrado horroroso sobre uma camisa suja e uma gravata vermelha. Em outras palavras, ele estava um desastre. Normalmente ela o via como uma espécie de sujeito tristonho chutado pela esposa. Ele era bajulador e grosseiro, mas nunca havia dado a ela nenhum motivo para ser cautelosa particularmente. Agora, no entanto, ela sentia arrepios e a tensão latejava em suas têmporas.

Ela não gostava do olhar dele.

– Você está se vestindo assim só para mim, gostosa? – perguntou ele, enquanto passeava pelo escritório.

– Acho que essa pergunta seria considerada assédio sexual – disse ela, assim que o encarou com firmeza, esperando que ele entendesse a advertência como uma ameaça e caísse fora agora, antes de ir longe demais.

Quando ele sorriu e fechou a porta atrás de si, ela teve a sensação incômoda de que ele já havia ido longe demais.

Droga. Ela devia ter ido embora uma hora atrás. Eram 16h, uma hora depois do horário de fechamento da concessionária aos domingos. E ela presumia que todos já tinham ido embora. Ted não aparecia desde aquela manhã. E, a julgar pelo cheiro de álcool que exalava dele, ela imaginou que ele havia ido almoçar em um bar local.

Kj, por que você não apareceu? Camila tinha certeza de que ele estaria lá. Ele havia trabalhado em todos os fins de semana desde que começara na empresa. Esse era o único motivo pelo qual Camila tinha ido ao trabalho hoje... para vê-lo!

Não adiantara de nada. Ela vestira outra saia curta e sensual que havia comprado na noite anterior em uma loja local bonitinha. Isso, com a blusa de seda sem mangas que envolvia suas curvas convidativamente, teria sido o suficiente para fazer a temperatura de Kj subir. E ele não tinha aparecido para ver.

Em vez disso, Ted aparecera. Eca.

– Garota, você tem escondido seus atributos. – Ele se aproximou. – Está na hora de fechar. Vamos nos divertir um pouco.

– Não, obrigada – disse ela, o tom gélido. Ela enfiou sua papelada em uma gaveta. Normalmente, seria mais organizada. Hoje, estava com pressa. Ela queria sair dali.

– Ahhh, vamos lá, doçura, eu sei que não tem nenhum homem na sua vida. Você deve ser solitária. Por que não me deixa fazer companhia?

Ela preferia fazer companhia a um gambá morto.

– Não, Ted.

Com alguma esperança, aquele tom firme iria passar a mensagem e ele sairia do caminho e a deixaria ir embora. Mas, assim que ela ficou de pé, Ted se colocou entre a escrivaninha e a porta, bem no caminho de Camila.

– Você sabe que realmente quer ficar.

– Não, eu realmente não quero.

Tentando ser como Lili outra vez, ela cerrou uma das mãos, pegou sua bolsa e tentou passar por ele.

𝐏𝐑𝐎𝐕𝐎𝐂𝐀𝐍𝐓𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora