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(Musiquinha pra vocês entrarem na vibe pro cap, beijinhos 😘, aproveitem)

Foi necessário cada grama de força de vontade que Cole possuía para evitar ir à confeitaria dos Reinhart naquela semana. Algo dentro dele insistia para ir até lá e confrontar Lili agora que ele se sentia pelo menos moderadamente calmo. Diferentemente do jeito como se sentira na boate na noite de sábado.

Algo mais exigia que ele mantivesse distância, que a deixasse descobrir o que diabos ela queria dele e lhe desse a pista quando estivesse pronta. Talvez ele a acolhesse. Talvez não. Aquilo dependia totalmente do que ela queria: ele na vida dela, ele fora da vida dela? Um caso secreto, ou público? Um amante... um amigo?

Havia muitas possibilidades diferentes. Ele, honestamente, não tinha certeza por qual estava esperando mais. A única coisa que sabia querer era que Lili abrisse o jogo a respeito de tudo. Aí eles poderiam pensar no restante.

Ele presumia que isso fosse levar algum tempo. Considerando que ela havia faltado ao trabalho alegando estar doente no domingo à noite, ele tinha a sensação de que ela iria evitar o confronto pelo máximo de tempo possível. Mas, a menos que ela desistisse de trabalhar na boate, não iria ser capaz de evitá-lo para sempre.

Desistir de trabalhar na boate. Ele não podia negar que sua primeira reação tinha sido querer que ela desistisse.

Ele não queria outros homens olhando para Lili. Não queria outros homens fantasiando com ela. E, principalmente, não queria ninguém ficando obcecado por ela... obcecado o suficiente para persegui-la, ameaçá-la ou machucá-la.

Uma vez que havia se acalmado, Cole percebeu que compreendia perfeitamente por que ela havia ido trabalhar na Leather and Lace. Provavelmente pelos mesmos motivos que ele havia ido trabalhar lá.

Cada pedacinho dela estava deslocado naquele velho-novo-ambiente, assim como ele. Encaixando-se tanto quanto ele.

Encaixando-se... Diabos, a atividade que ele estava exercendo agora era uma prova de que ele não se encaixava. Era quinta-feira à noite e ele estava segurando uma sacola de papel. Caminhando para seu prédio, os olhos examinando todos os lados na esperança de não trombar com seus pais ou com outro parente mais velho que iria delatá-lo.

Comida chinesa para viagem provavelmente era motivo para a mãe dele chamar um exorcista. Principalmente depois que ele recusara mais uma quentinha cheia de calzones e lasanha do Papà naquela noite. Se ele comesse mais um pedacinho de massa, iria explodir como o marshmallow gigante no filme Caça-Fantasmas.

– Complicado – murmurou ele, a boca se enchendo d’água por causa do cheiro do frango Kung Pao no pacote. Isso sem mencionar os rolinhos primavera, o arroz frito... Ele havia comprado o suficiente para alimentar um exército.

Cole conhecia um pouco sobre missões clandestinas. O suficiente para saber que, quando você estava em uma, devia realizar o máximo possível logo de cara, na esperança de retardar um possível retorno. E uma sacola enorme de comida significava mais sobras. O suficiente para durar uma semana ou mais, o que significava não precisar mais fazer excursões secretas perigosas ao restaurante do senhor Wu durante algum tempo.

A menos, é claro, que ele tivesse alguma companhia inesperada para o jantar. Companhia feminina. Como a mulher que estava bem na porta do apartamento dele, a mão posicionada para bater à porta.

– Lili? – murmurou ele assim que saiu do elevador, perguntando-se não apenas como ela havia entrado no prédio, mas também como ela havia descoberto onde ele morava.

Ela girou, os olhos arregalados e brilhantes. Não havia batido ainda, o que significava que ela não havia exatamente se preparado para dar de cara com ele. Ele a havia pegado de guarda baixa.

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