Capítulo 5 - 37 horas de contágio

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Tom on

O almoço havia sido em completo silêncio, como as incontáveis horas que se sucederam depois do dia de ontem. Raquele e Michael dormiram no quarto que antes era de seus pais e insiste para que Gaia ficasse com o outro quarto, enquanto dormia no sofá. Não que não tenha me arrependido dessa decisão quando os primeiros raios de luz invadiram as paredes de vidro.

- Por favor alguém pode desligar essa tv - a morena diz como súplica ao passar aos mãos pelo curto cabelo, meus olhos percorrem todo seu corpo e quase agradeço a Deus pelas únicas roupas que haviam naquele chalé eram as de campo. Seu corpo se apertava no fino vestido lilás - Podem dar alguma notícia importante - Raquele esbraveja, ela era a  única que passava todas as suas horas enfrente a tv.

- Não acha que já sabemos o suficiente ? - Gaia é calma, ao parar em sua frente - Todas as rotas para a cidade estão interditadas, quem se aproxime para entrar ou sair será executado - ela diz lentamente quase que fazendo com que Raquele leia seus lábios - Como iremos saber que não são em outros lugares? Eles nem sabem o que é que causou tudo isso lá embaixo.

- Meu amor - Michael senta ao seu lado -  Só tem relatos de West no mundo inteiro e é realmente necessário que sabemos disso agora? Só pra piorar todas as dores que estamos a sentir.

- É fácil para vocês falarem não é ? - a voz da ruiva ecoa pela sala - Você - seus dedos apontam para mim - Só tem lá embaixo uma garota que namorou a anos - meu corpo inteiro treme ao lembrar dela - Você amor, só tem seu pai, que saiu da cidade para mais uma de suas "reuniões" - e você - seus olhos vão para Gaia - Tem sua mãe ou qual dos dois estupradores quiser escolher.

E foi nesse instante que meu sangue inteiro ferveu, como uma fúria vindo do fundo da minha alma. Não sabia ao certo se era por Raquele ter dito isso tão abertamente, quase como jogando na cara de Gaia ou por imaginar que dois homens a tocaram sem sua permissão.

- E é exatamente por isso que as pessoas saem da sua vida, Raquele - a morena é tão calma, que nem reconheço a mesma que ontem berrou comigo - É por isso que no final das contas você só tem a mim - Sua voz sobe de tom um pouco - Mas sabe a realidade ? Eu cansei, de todos os seus showns e cenas, você pode estrelar sozinha a porra do seu filme - Suas palavras são carregadas de tanto rancor que imagino que essa não foi a primeira vez, antes do seu corpo se perder para fora da casa.

- Você ultrapassa a porra de todos os limites, Raquele  - Michael berra - Mas amor? - a voz da ruiva é sinica, como se fosse a única vítima nessa sala - Mas amor o caralho, você parece uma criança, tem noção disso? - a voz de meu amigo fica mais grave e ajeito meu boné tentando ao máximo ser notado.

- Sinto que namoro a porra de uma menina do primário, não, na verdade nem uma menina do primário seria tão sem noção assim - seu corpo anda de um lado para o outro pela cozinha - Tom, diz para ele que não foi nada demais - solto um riso pelo nariz e tudo em mim queria dizer todas as palavras que estavam em minha mente.

- Você não vai querer saber minha opnião agora, ruivinha - levanto e sigo para fora ouvindo os berros as minhas costas.

Percorro os olhos pelas proximidades e no final da pequena cabana de ferramentas vejo a morena de costas, todo meu corpo tenta se concentrar em apenas saber como ela está e não como essa visão era uma das mais sensuais que já vi.

- Ta tudo bem, pequena? - sorrio ao parar ao seu lado e ve-la a me olhar - Está sim - seu sorriso é fraco - certeza ? - coloco uma de suas mechas atrás da orelha - Não deve ter sido agradável ouvir aquilo - digo sinceramente ainda com a mão em seu...

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- Ta tudo bem, pequena? - sorrio ao parar ao seu lado e ve-la a me olhar - Está sim - seu sorriso é fraco - certeza ? - coloco uma de suas mechas atrás da orelha - Não deve ter sido agradável ouvir aquilo - digo sinceramente ainda com a mão em seu pescoço.

- Não foi - seu sorriso é fraco novamente - Porém realmente não importa - Sua voz é tão fraca e sei que ela está se segurando para não chorar - Importa muito para mim - me viro de frente para a mesma que ainda permanece de lado só com o rosto virado para mim.

- Não queria que soubesse dessa maneira - Sua voz é tão cortante - É uma imagem que você nunca mais irá tirar da sua cabeça, a pobre e fraca Gaia a merce de qualquer cara
que a toque - a frase saiu mais como algo que ela pensava de si mesma do que o que poderia pensar - Eu nunca pensaria isso - sorrio - Eu penso muitas coisas sobre você, mas isso está longe de ser perto da realidade.

- O que pensa, Thomas? - meu corpo inteiro se arrepia ao ouvi-la dizer meu nome, como se ele fosse feito para sair de seus lábios carnudos - Tantas coisas, mas nenhuma delas apropriadas para serem ditas no meio desta conversa - digo com rouquidão a vendo engolir em seco.

- Pelo contrário - seu corpo finalmente vira de frente pro meu e respiro fundo - Te imaginar e mil vezes melhor do que imaginar qualquer um deles - Sinto tanta sinceridade em sua voz que por instantes minha mente viaja em suas palavras. Eu em seu lugar com toda certeza iria preferir imaginar alguém que queira na fula tentativa de tentar esconder da minha mente de outros toques.

E se eu tivesse que ser seu remédio por alguns segundos e faze-la esquecer esse sofrimento, não me importaria nenhum um pouco.

-Posso te tocar, baby? - minha voz é mais como um súplica para sentir sua pele em minhas mãos e sua cabeça apenas acende que sim - Eu precisa que diga, baby, eu preciso que as palavras saiam de seus lábios - toco em seu rosto com o polegar fazendo movimentos leves - Pode - Sua voz sai tão calma e suave que não consigo controlar o sorriso.

Uma de minhas mãos vão a sua cintura a trazendo para meu encontro em um puxão, enquanto meu polegar ainda faz desenhos em suas bochechas. A mão em sua cintura desliza até a parte central de suas costas a abraçando, meus dedos descem até seu pescoço afastando o pouco cabelo dali. Inclino o rosto para seu ombro dando um lento Beijo na região exposta pelo vestido.

- Sabe o que penso sobre ti, querida ? - dou mais um lento Beijo em seu ombro, sentindo sua respiração pesar - Que és a mulher mais forte que conheço - deslizo a ponta de meus dedos por sua espinha - Todas suas cicatrizes se tornam lindas aos meus olhos - subo meus dedos novamente - Só isso é o que pensa sobre mim ? - Sua voz sai arrastada, nenhum um pouco reciosa pela resposta.

- Eu faria tantas coisas com você - sussurro em seu ouvido - te imagino de tantas formas desde a vez que coloquei os olhos em ti - mordo o lóbulo de sua orelha - Mas a forma como brincou comigo a duas noites me fez querer brincar também - tento ao máximo conter a malícia em minha voz, mas tenho certeza que foi impossível.

- Brincar de que ? - suas mãos tocam meus braços e desejo tanto estar sem esse moletom para sentir seu toque - Ninguém te tocou como eu vou tocar, ninguém vai te tratar como eu vou tratar, ninguém nunca te fodeu como eu vou foder - seus dedos apertam mais meu braço - Mas isso só vai acontecer quando você implorar por mim, essa é a brincadeira - sorrio ao beijar seu pescoço - Eu não vou implorar por ti - seu sorriso é tão luxuoso.

- Você vai, querida - sussurro em seu ouvido antes de ser interrompedido - Que porra é essa que tá acontecendo aqui ? - a voz de Michael é grave, só não mais que seu maxilar quase que a saltar.

DILÚVIO • tom •Onde histórias criam vida. Descubra agora