capítulo 6 - 38 horas de contágio

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Toda minha espinha se contrai e não sei o motivo ao certo, são muitas sensações, pensamentos,
acontecimentos se uma vez só. E de fato talvez minha mente esteja fingindo que nada lá embaixo está acontecendo e focando apenas nos dois garotos a minha frente.

- Nada, irmão - o sorriso de Tom é sinico ao tirar as mãos lentamente e as ergue no ar - Eu só vim ver se nossa deusa francesa estava bem - seu rosto de vira para mim, e o mesmo pisca.

- Tom - a voz de Michael é grave - Vai embora daqui, rápido,por favor - as palavras são ditas enquanto seus olhos estão fechados, como se tivesse a manter a calma - Eu já estava de saída mesmo - a voz do britânico é risonha e percebo o qual Feliz ele está em ver Michael irritado assim, seu corpo vai sumindo de minha visão, mas não antes dele se virar e sorrir, um sorriso tão quente e sincero ao mesmo tempo que meu corpo não soube identificar.

- Ele, Gaia ? - sua voz sai de indignação ao seu aproximar - Pelo pouco que vejo, ele é bem parecido contigo - digo sinceramente, os dois poderiam ser muito diferentes fisicamente.

Michael tinha sua aparência gentil e magra, como um menino que gasta suas noite a jogar vídeogame, enquanto Tom parecia passar todas as suas horas a fazer qualquer tipo de esporte. Entretanto, só isso se diferenciava, ambos tinham luxúria no olhar, a irritação a ser contráriado e o complexo de superioridade.

- Exatamente por isso - Sua voz é baixa - Vai ficar com alguém igual a mim, ao invés de estar comigo ? - suas mãos vão ao seu peito - Por favor Michael,isso de novo não - passo a mão pelos cabelos sabendo exatamente aonde essa conversa irá levar.

- Qual é Gaia ? Por que ? - Seu semblante é confuso - Por que você namora minha melhor amiga - digo baixo, com o medo percorrendo todas as minhas veias - Vocês não são melhores amigas a anos e ambas sabem - o mesmo se apróxima - Eu que mantenho a amizade de vocês em pé a tempos, me diz ainda está com ela pois sabe que vai me perder também - e seu corpo se apróxima mais, me causando todos os arrepios que só ele fazia - Ela só está com você porque gosta de saber que terá uma aventura sexual quando não estiver sóbria - Sua frase nem me afeta, pois minha mente sabe que é verdade.

- Mas você ainda está com ela - tento ao máximo proferir as palavras enquanto sinto seu olhar em mim - Porque você não quer ser minha, Deloris? - Sua mão toca em meu rosto e a adrenalina em meu corpo começa. Eu não deveria deixa-lo ter esse poder.

- Para - minha voz sai fraca - Eu paro quando você quiser - seus dedos sobem por meus braços - Mas eu sei o quanto sente saudades do meu toque, pois eu sinto tanta falta do seu - Sua voz sai tristonha - Ela não merece isso - afasto seu corpo para longe.

- Então eu mereço ser traído todas as terças na porra de um banheiro de boate? - tudo se gela, como ele sabia que Raquele ficava com Marcos todas as noites que cobria o turno de sua colega de trabalho ? - E você não faz o mesmo ? - digo irônica - Nunca e você sabe, amor - seu corpo volta a se aproximar e minha perna fraqueja pelo apelido - Vocês são as únicas que toco e apenas quando ela deixa eu te tocar.

- Qual é a diferença agora, Michael? - esbravejo em seu rosto e seu olhar se distancia e o conheço o suficiente para saber o motivo - Thomas é o problema? - a pergunta é retórica, pois já sabia completamente a resposta - Ele deixou você o chamar de Thomas ? - seu rosto inteiro fica vermelho.

- E o que importa? Me diga - desço as escadas e por impulso vou por entre as árvores - Tudo que é sobre ti importa para mim - ele corre ao meu encontro e puxa meu braço o virando para si quando já estávamos perdidos do campo de visão da casa pelas árvores altas - Agora importa ? - minha voz embarga - Todas as noites que chorei pelo seu amor, todas as vezes que vi o homem que amei beijando outra a minha frente, tratando outra como me tratava, não importaram para ti antes - uma lágrima cai do meu olho esquerdo.

- Você sabe que não podia ficar contigo, meu amor - seus dedos secam minha lágrima - Eu não podia - Sua voz sai funda - Nada aconteceu por sua causa - o impurro - Ele te tocou por vingança a mim - seu olho se encheu d'água - E sua idéia mais esperta foi me deixar, Michael ? - mais uma lágrima cai.

- Eu nunca te deixei - ele se apróxima e me põe contra uma das árvores - Eu sempre estive lá - seus dedos acariciam meu rosto - Em todas as horas - ele tenta sorrir - Como amigo - minha voz sai baixa - Como amigo, meu amor - o mesmo coloca uma mexa do meu cabelo na orelha - Não mais como meu homem - a dor sai de minha voz, porém seu semblante demonstra mais dor.

- Eu só queria te proteger - seu sorriso é fraco - Não importa mais, Michael - saio de seu aperto - Isso nunca vai voltar a ser como antes, depois de toda a dor nem nosso Beijo é igual.

- Só nos beijamos chapados - Sua voz sai fraca - Faz anos que meu maior desejo é ter ele sóbrio - suas mãos apertam minhas bochechas e seus lábios encostam no meu, eu poderia fugir, eu poderia o empurrar, mas eu sou vadia o suficiente para me entregar, permitindo que sua língua entre em mim.

Não era mais a sensação de antes, seu beijo era como o outono em uma cabana, lá fora tudo frio, mas aqui dentro quente como uma lareira a ferver. Agora é só como o inverno, mas a porra de um inverno tão bom ainda.

Suas mãos deslizam para minhas coxas a puxando com força para seu colo, enrolado minhas pernas em sua cintura e sinto o choque da árvore nas minhas costas.

- Eu senti tanto sua falta, amor - seus lábios desgrudaram dos meus antes de voltarem a me beijar, mas agora a beijar meu pescoço me causando arrepios - Saudade da sua pela - seus dedos deslizam por minha coxa subindo meu vestido - De você - Sua mão livre toca na minha intimidade delicadamente, enquanto coloca minha calcinha para o lado.

Eu pensei em parar, em sair de seu colo, tirar os braços ao redor do seu pescoço e esbravejar na sua cara o quanto isso era errado, mas eu não consegui, todas as minhas células queriam sentir seu toque sóbria novamente.

- A qualquer segundo - ouço o barulho do eu cinto a abrir - a qualquer sensação - ouço o barulho do seu zíper - qualquer mínima coisa, me avise que paro na hora, meu amor - suas palavras são doces antes de entrar com lentidão em mim.

Fazendo meu corpo se curvar mais ao seu encontro, seu sorriso aumenta junto com os movimentos. Minhas costas arrastam pelo tronco da árvore toda vez que o sinto entrar mais forte.

- Você é tão melhor quando estou sóbrio - o rouco de sua voz triplica e olho fixamente em seus olhos que percorrem cada detalhe do meu rosto - Eu te amo, Gaia, sempre amei - meus olhos se enchem de d'água sem controle, todos os meus músculos retraem e o empurro e em segundos estou no chão novamente, ele foi realmente sincero ao falar que qualquer movimento pararia na hora - Você não tem esse direto - as lágrimas escorrem do meu rosto, enquanto ajeito minha roupa - Você não tem a porra do direto de dizer pela primeira vez que me ama anos depois de me quebrar - digo olhando fixamente em seus olhos vendo uma lágrima a escorrer de seu fino rosto - Você não tem o direito de fazer isso com meu coração - as palavras saem mais como uma súplica ao correr em prantos para a casa novamente, passando por tudo e todos inclusive por Tom que tentou correr ao meu encontro pelas escadas, mas foi impedido de me encontrar quando tranquei a porta.

DILÚVIO • tom •Onde histórias criam vida. Descubra agora