Capítulo 13 - 12 dias de contágio

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Tom on

Sinto a pequena gotícula fervente descer por minhas costas, jogo a cabeça para trás sentindo toda água agora escorrer por meu rosto. Minha mente passeia em todos os anos da minha vida como um simples flashback, até parar em meus seis anos, consigo sentir ainda o cheiro de bolo de chocolate da casa da vovó e todo o leite derramado no chão.

"- Tom o que aconteceu aqui ? - a voz grossa do meu avô me assusta fazendo o restinho de leite ainda na caixa virar - Vovó não fui eu - digo apressadamente - Nunca - seu corpo se ajoelha a minha frente - Nunca deixe de assumir seus atos e as consequências dele - sua enorme mão pega dois pedaços de pano, me entregando um enquanto me ajuda a limpar a bagunça - Isso é ser um homem de verdade, meu filho, assumir seus erros"

Esse dia nunca saiu da minha mente, durante nenhuma ação que tomei ao longo desses 20 anos, mas nenhuma decisão ou ação me dilacerou tanto do que apertar aquele gatilho. Assumir meus erros significa que acabei de me tornar um assassino.

Enrolo a toalha em minha cintura e abro a porta do banheiro sentindo todo vapor invadir o pequeno quarto do hotel abandonado pela quarentena. Meus olhos encontram os seus e percorro cada detalhe quase como uma fotografia memorável, minha camisa em seu corpo, seus cabelos molhados se tornando menores ainda, seu olho declarando a vermelhidão e seus braços abraçando os joelhos. Eu faria tudo novamente para que nenhum mal a atingisse, eu me tornaria esse homem todo dia se fosse para protege-la.

- Precisa limpar os ferimentos no seu rosto - sua voz é suave ao se levantar a procura de algum kit de primeiro socorros - Não precisa fazer isso - minha voz sai anasalada ao sentir seu toque me puxando para o canto da cama, seu corpo se encaixa em pé entre minhas pernas - Está doendo ? - sua voz é frágil ao tocar com o remédio no ferimento me ouvindo gemer, apenas balanço a cabeça em um sim - Eu - sua voz da uma longa pausa.

- Eu preciso te agradecer, por ter feito o que fez - Gaia para de limpar o ferimento e toca meu rosto olhando fixamente em meus olhos - Você soube se defender sozinha, querida - sorrio colocando as mãos em seu quadril - Do mesmo - ela sorri fraco - Gostaria que alguém tivesse me defendido dessa forma a anos atrás - sinto toda a dor em seu peito e o meu se parte junto.

- Eu sempre vou te proteger de tudo - subo as mãos para sua cintura apertando-a - Posso te fazer um pergunta ? - seu corpo cola ao meu e recosto o queixo em seu peito - Sempre - sorrio discreto.

- Por que desistiu da sua memória mais feliz ? - a pergunta me pega completamente desprevenido, de todas os questionamentos na cabeça da morena, esse achei que seria o último - Eu não a merecia - a voz sai bem mais fraca do que gostaria.

- Por que? -seu corpo sentou ao meu lado colocando as pernas sobre as minhas - Que tipo de pessoa ama incondicionalmente alguém, mas sente que precisa se sentir livre para estar com quem quiser e onde quiser ? - Era a primeira vez que essas palavras saíam dos meus pensamentos e se perdiam no mundo real - Não existe mal algum em querer ser livre, Thomas - suas mãos tocam meu pescoço o acariciando - Eu tinha o amor da minha vida e isso não era o suficiente, sabe o quanto isso me torna alguém ruim ? - ao menos nem sabia o motivo dos meus pensamentos escaparem quando converso com ela.

- Olha bem pra mim - suas duas mãos seguram meu rosto o apertando - Algumas pessoas se sentem completamente suficientes ao estarem condicionadas a "ser" de alguém - ela sorri delicadamente como a porra de um anjo - Outras sentem uma chama tão grande em seu peito que nada, nem ninguém, nunca serão o suficiente como a liberdade - seus olhos fitam os meus e depois minha boca - Você deve ser livre para estar com quem quiser e onde quiser, sentir qualquer coisa ao contrário disso que te torna alguém ruim, meu britânico.

Por impulso agarro seu rosto o puxando para o meu, te beijar é como a porra da entrada do paraíso e seu toque é como a chama do inferno.

Inclino seu corpo delicadamente sobre a cama e jogo meu peso em cima do seu, suas mãos deslizam em minhas costas e as minhas vão das suas coxas até seu pescoço puxando sua blusa junto. Me inclino e olho seu corpo como a cena que queria que passasse segundos antes da minha morte, seus dedos tiram o nó da toalha fazendo meu membro encostar em sua intimidade protegida pela calcinha.

- Você vai bagunçar toda minha alma - minha voz sai calma ao sentir seu toque no meu corpo - Talvez - seu sorriso é delicado ao me puxar para mais um beijo.

Sinto seu quadril subindo para se encontrar ao meu - Não tenho camisinha aqui - colo minha testa na sua ainda ofegante - Não posso ter filhos, Thomas - sua voz sai com uma mistura de dor e pressa por me sentir, meus olhos encontram os seus quase como uma permissão para perguntar sobre sua frase, mas seus olhos gritavam o quanto não queria nenhuma pergunta sobre.

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Respiro fundo e beijo seu pescoço delicadamente, desço mais três beijos por seus seios, mais quatro por sua barriga, dois por seu quadril e um por cima de sua última peça de roupa, a deslizando delicadamente por suas pernas, beijando cada detalhe do seu corpo. Me encaixo novamente em suas pernas e entro delicadamente.

Um gemido rouco sai da minha boca ao senti- lá, sentir cada parte do seu corpo, cada centímetro seu. Suas unhas agarram minhas costas e seus lábios mordem meus ombros, sinto seu corpo a deslizar pelo meu a cada investida mais forte e lenta.

- Eu quero tanto você - sua mão livre vai ao meu rosto fazendo nossos olhares se encontrarem, enquanto saio e entro de seu corpo - Eu queria tanto poder ser seu - aperto sua cintura com uma mão e com a outra intrelaço nossas mãos no alto de sua cabeça - Mas não podemos - sua voz se perde entre os gemidos e mordo os lábios ao ver seus olhos revirarem, causar todo esse prazer em seu corpo era mais prazeroso até mesmo do que senti-la.

- Goza pra mim, minha querida - sussuro em seu ouvido e sinto sua intimidade diminuir no meu pau ao gemer alto, fazendo cada célula do meu corpo disparar uma descarga elétrica, como se um raio me atingisse na espinha. Jogo a cabeça para trás e me desmancho dentro de dela.

- Obrigada - seus olhos encontram os meus quando saio de si - Pelo o que, pequena ? - sorrio debochado - Por me fazer esquecer qualquer problema da minha vida quando estamos juntos.

O sorriso em meu rosto se abre inevitavelmente, como não se abria a tempos e tempos.

- Se for assim, então - deito e puxo seu corpo para o meu colo - Obrigado também - beijo o topo de sua cabeça ao preencher minha mão com seu cabelo.

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Desculpa por toda a demora para atualizar a fic, minha vida esta passando por vários momentos difíceis e escrever estava sendo inviável. Darei meu melhor para entregar parte da minha mente para vocês regulamente novamente. Xxx

DILÚVIO • tom •Onde histórias criam vida. Descubra agora