22 (FINAL)

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Os anos passaram, e Hayun já havia se formado. Com o apoio de Namjoon, logo no primeiro ano após a formatura, conseguiu um emprego como professora em um colégio. Seu noivo a incentivou a seguir em frente quando decidiu fazer o mestrado, o que a fortaleceu ainda mais.

Namjoon, que também sempre foi apaixonado pelos estudos, começou seu doutorado. Ambos estavam em empregos estáveis e dedicados à construção de suas carreiras, mas isso nunca os afastou de Minsung. Pelo contrário, o garoto de dez anos era fluente em inglês e tirava ótimas notas, seguindo o exemplo de Namjoon e Hayun, que sempre priorizavam o tempo de estudo em família. Ele era o orgulho dos dois.

Minsung fazia terapia regularmente, um apoio crucial em seu desenvolvimento, especialmente considerando a relação complicada com sua mãe biológica, que mantinha pouco contato. Apesar de ainda se culpar pelos problemas emocionais dela, ele estava melhorando, com raras recaídas, e sempre compartilhava seus sentimentos com Namjoon. Ainda assim, ele tinha dificuldades para se abrir completamente com Hayun, mesmo depois de quase três anos vivendo juntos. Ela havia vendido seu apartamento e se mudado para a casa deles poucos meses após o último julgamento.

O relacionamento com Hayun era bom, mas Minsung ainda lutava para expressar seus sentimentos com ela. Em suas sessões de terapia, o tema mais frequente era a vontade de chamá-la de mãe. Ele sentia que ela merecia esse título, pois o tratava com todo o carinho e cuidado de uma verdadeira mãe. Talvez um dia ele tomasse coragem para chamá-la assim, talvez...

O momento mais difícil foi quando Namjoon e Hayun anunciaram o noivado. Por dentro, Minsung surtou. Mas, com uma maturidade além de seus anos, manteve a calma e os apoiou, recebendo elogios por sua reação positiva. Isso o fez repensar sua própria aceitação. Ele sabia que Hayun fazia bem a seu pai e, no fundo, também fazia bem a ele. Mesmo assim, na privacidade do seu quarto, ele chorou em silêncio, prometendo a si mesmo que não choraria mais sobre isso, pois não queria entristecer Namjoon.

Perdido nesses pensamentos, ele ouviu uma batida suave na porta.

— Pode entrar... — respondeu.

Hayun entrou com uma xícara na mão, um sorriso gentil no rosto.

— Fiz chá de limão. O Namjoon disse que ficou meio azedo, mas achei que você iria gostar — ela disse, entrando no quarto. — E também trouxe uma barrinha de chocolate de menta. Sei que você adora.

Minsung ficou surpreso pela atenção dela, sorrindo tímido.

— Ah! Obrigado. Quero provar.

— Cuidado, está um pouco quente — ela alertou, entregando a xícara e colocando a barrinha de chocolate sobre o móvel ao lado da cama dele.

Ele pegou a xícara com cuidado e deu um pequeno gole. O sabor azedo tomou conta de sua boca, mas de uma maneira agradável. Ele realmente gostava.

— Nossa, está muito bom.

— Sério?! — Hayun perguntou, animada.

— Muito! Obrigado, mã... Hayun — Minsung corou imediatamente, pigarreando de nervosismo.

Hayun notou o deslize, mas manteve um sorriso discreto, contendo-se ao perceber o embaraço dele.

— Tome seu chá com calma. Vou ajudar o Namjoon com o jantar. Daqui a pouco te chamamos! — Ela se inclinou e deu um beijo suave na cabeça de Minsung antes de sair, fechando a porta atrás de si.

Enquanto saía, Hayun sentiu uma onda de alegria. O pequeno gesto de Minsung quase chamá-la de mãe encheu seu coração de felicidade. Para ela, Minsung sempre fora parte de sua família, e ver que ele estava, pouco a pouco, aceitando-a da mesma forma só reforçava o laço que estavam construindo com o tempo.

Paper airplanes - Kim NamjoonOnde histórias criam vida. Descubra agora